sexta-feira, março 31, 2006

Portugal Cultural: ditadura da maioria.

Portugal sofre de graves problemas relacionados com a centralização bipolar protagonizada por Porto e Lisboa, a par de enumeras assimetrias entre litoral e interior. Se estas propriedades assimétricas se reflectem no tecido socio-económico das diferentes regiões em conformidade com a respectiva condição geográfica, têm igualmente consequências ao nível cultural, na medida em que a oferta e a procura de cultura como bem de consumo é proporcional, do meu ponto de vista, à densidade populacional de uma determinada cidade. Não é então novidade afirmar que Porto e Lisboa absorvem a grande maioria das produções culturais do país, seguidos de cidades litorais como Braga ou Aveiro, considerando-se relativamente marginais as capitais de distrito interiores como Bragança ou Viseu.

Quanto ao Porto e Lisboa sabemos poder encontrar do “bom” e do “mau”. As grandes produções concentram-se neste dois centros metropolitanos, centrando-se aqui a maior fatia do orçamento disponível, que não será muito, e muito menos será para as cidades interiores. No interior, porque falta de tudo, acredito, por observação, só poder encontrar do “mau”. Nem tampouco aponto produções culturais ao nível dos grandes concertos musicais, das companhias de teatro (que no interior sobrevivem pela boa vontade de alguns), estes sabemos existir somente no litoral, pois ver um concerto “sem motivo” de festa da cidade ou semana académica em cidade do interior é episódio raro. Eu nunca vi nenhum.

Refiro-me sobretudo à actividade cultural de rotina marcada pela diversidade da oferta. Nas cidades de interior não existe ou são efectivamente invulgares aqueles locais onde podemos escutar “boa música”, que não seja propriamente de selecção M6. Ora, menos pessoas, menos procura, menos oferta: menos diversidade. Julgo ser doloroso pertencer ao grupo das dez pessoas que procurarão uma oferta de “melhor qualidade” numa cidade como Bragança. Em Porto e Lisboa serão mil essas pessoas, logo, as necessárias para rentabilizar um outro tipo de oferta não encontrada em Bragança.

Se há duas semanas falei na “alternância democrática” como sendo uma das maiores embustices da democracia portuguesa, lembro hoje que os portugueses vivem efectivamente numa “ditadura de maioria”. Aqueles que não militam com a maioria não têm expressão social e os poderes democráticos não investem para que todos tenham acesso aos bens culturais de igual modo, independentemente do factor “lucro”. Os privados promovem a iniciativa lucrativa, o estado promove a iniciativa não lucrativa mas que representa serviço público. Essa seria a democracia na qual acreditamos.

Limitem-se a pelejar para que a vossa minoria seja cada vez maior, porque as maiorias não param de crescer.

Directamente do Portugal profundo…

Babince

quinta-feira, março 30, 2006

Rude Boys


Mineiros-meninos em Pittston - USA - 1930


A juventude anda violenta e desgovernada... Pudera, num país onde os menores em risco são tratados como cães por uma Comissão de Menores cujos funcionários são do Ministério da Justiça em part-time. Não é de admirar que se passe o que se anda a passar (perdão pela redundância).

O que causa tanta deliquência juvenil (comportamentos que nem num bando de babuínos se registam)? Serão eles, serão os pais, os professores, a TV, a ausência de uma verdadeira educação, a sociedade, a natureza Humana!? Ou a subtracção somada de tais multiplicações dividas pelo tempo e espaço?

"Eles bateram-nos, queimaram-nos com pontas de cigarro, violaram-nos vezes e vezes sem conta, negligenciaram-nos, fecharam-nos dentro de casa anos a fio, em suma, ensinaram-nos o Inferno antes de lá podermos chegar. Agora é a nossa vez... talvez não tenha culpa, talvez tenha... Não sei ser... é só isso... Não sei ser, nem sei o que sou!" - palavras hipotéticas de qualquer um de nós! Sim, de qualquer um de nós, pois pode acontecer a qualquer um de nós.
"É o que acontece quando se fazem bichos das pessoas em vez de transformar o animal num pequeno anjo na terra" - diz Ele.

De entre todos, quem é que fala a verdade? Quem verdadeiramente se importa? Só quem nada pode fazer, pois só quem nada pode fazer se apercebe da pequenez e finitude humana. Só todos, todos nós.... Sim todos Nós! Darei a minha vida para que mais nenhuma criança seja torturada com pontas de cigarro, morta à pancada e atirada ao rio Douro... Sim darei... Em cada uma das faces dessas crianças vejo minha irmã de 10 anos apenas... Quero que todas vivam como ela, longe de tudo isso... longe da incúria dos adultos... perto do seu maravilhoso mundo de faz-de-conta! Faz-de-conta que esta porra não existe, faz-de-conta que te importas, faz-de-conta que é só um pesadelo e que alguém te acordará para saíres dele, faz-de-conta que és feliz, faz-de-conta que és, faz-de-conta que foste... mas o melhor é mesmo ser como eles, o melhor que o mundo tem e faz apodrecer... imagina que um dia podes ser, sorri e até podes fazer de conta que não foste! Não quero heroísmos, não quero medalhas ou consagrações, palavras lisongeadoras e bajulações com todos a meus pés a gritar covardemente, SALVADOR! Quero as minhas crianças de volta, sem que elas saibam que fui eu que lhes dei o Mundo!

Transformar o bicho em ser Humano, por uma vez na vida, só pelo prazer de me sentir Humano!

quarta-feira, março 29, 2006

S. Torcato e o Fim do Mundo, Filmes na TVI e Revoluções com Prazo de Validade

Hoje estava a tomar um pequeno almoço luso-inglês antes de bazar pó trabalho ( à inglesa porque entre os ingredientes constavam grâo de bico e salsicha, à portuguesa porque eram 13 e 30 e a bebida foram 2 copos e meio de vinho maduro), quando no telejornal ouço "... e a população teme que as obras acabem na igreja de S. Torcato pois reza a lenda, que quando as obras acabarem vai acontecer o fim do mundo... " , dito isto passou-se à reportagem em directo, um jornalista a entrevistar os locais que falavam em tom sério e confirmavam que tinham receio...
Por momentos pensei que o telejornal da RTP incluía agora sketchs humorísticos para fazer frente ao da TVI, mas não, era mesmo verdade.

Bem, passando à frente, ontem 'tava a ver um filme na TVI, não vi de inicio mas sei que se passava nos anos 50 numa terreola nos Estados unidos, mas era um drama mesmo fodido, que pelo menos para mim acabou por ser mais cómico que dramático.
Um chavalo trabalhava num bar cujo patrão era um índio, amigo muito chegado do chavalo. O índio tá a dizer umas coisas ao chavalo, do género lições de vida: " Nunca deves parar de sonhar, os sonhos é que trazem a esperança, e a esperança é que nos faz viver. Quando deixas de sonhar, perdes a esperança, e quando deixas de ter esperança começas a morrer lentamente por dentro "
O chavalo muito contente a ouvir as sábias palavras do índio, tá o índio a acabar de dizer estas cenas, acontece uma rixa no bar e um bando de bêbados esfaqueia o índio. O chavalo fica desesperado com índio no chão a esvair-se em sangue e vai a correr chamar o pai, que por acaso era médico. O chavalo abre a porta e... encontra o pai em pleno adultério com uma rameira qualquer... regressa ao bar a chorar e o índio está morto.
Conclusão, foda-se o gajo que escreveu este argumento deve bater muito mal, acho que deve ser uma espécie de humorista negro.

Esta cena dos protestos estudantis em França e do "Maio de 68 parte II" dá-me alguma vontade de rir. Passo a explicar, os gajos que fizeram esta lei dos 2 anos com permissão para as entidades empregadoras optarem pelo despedimento sem justa causa não terão sido os mesmos que participaram no Maio de 68? É tudo uma questão de comodidade. Os "revolucionários" estudantes franceses da década de 60 que agora estão bem na vida borrifam-se para as ideias e ideais que supostamente defendiam enquanto não sabiam qual ia ser o seu futuro.
Aliás há outros exemplos, nomeadamente no nosso país, pois pelo que me cheira a revolução de Abril já passou do prazo há algum tempo, a julgar pelos acontecimentos recentes.


Saudações e Abraço!

Chiquince

terça-feira, março 28, 2006

Do Jardim, aos Aliados...

Num jardim feito blog, penso que não seria de todo despropositado discutir o facto de os jardins, na verdadeira acepção da palavra (terrenos onde se cultivam árvores, flores e plantas, para adorno ou estudo) são cada vez mais escassos em número, em tamanho e aqueles que apresentam características especificas da época em que foram elaborados, a sua remodelação poderia ser antes denominada “urbanização” ou empedernimento, sendo que este último conceito, levado ao extremo no jardim da Cordoaria confere ao jardim (como instituição) um status de grande sumidouro, não dos gases carbónicos como se pretende sobretudo nesta cidade carbonizada e coberta por uma cúpula de aerossóis, mas sim dos dinheiros públicos.

Quanto ao propósito de discutir, penso que é sempre bom, ou melhor quase sempre. Haja paciência para tal afim de cairmos na lógica do ressabiado. – Alminhas, como é difícil…. Porém é sempre bom mandar umas “farpas” nesta cidade vetusta, empedernida, suja e com um ar tão pesado ou mais que a água das fábricas norueguesas durante a II Guerra Mundial.

Por falar em Guerra Mundial recordo-me da primeira, não há nada como a primeira… Pois foi! Na primeira mandamos, com quem diz, a 1ª República, um Corpo Expedicionário que contribuiu para a vitória dos bons sobre os maus que viriam duas décadas mais tarde a tornar-se ainda piores aos olhos dos bons. Tudo isto para falar da Avenida dos Aliados. Por vezes ocultas no reverso das placas toponímicas como é o caso da supracitada ficam histórias, não por contar, mas sim por difundir. O topónimo “Dos Aliados” a meu ver faz todo o sentido, pois se não fossem “Eles”, a fiar nos relatos dos expedicionários, será que algum teria voltado para contar a história? - É tramado ser chamado para uma guerra com os Alemães e acabar a combater os arqui-inimigos da esperança de vida como a fome e a insalubridade, sem o devido apetrechamento. – Para isso não teria sido melhor terem ficado em casa onde o combate provavelmente seria o mesmo, excluindo é claro a parte bélica, e a moral seria superior?
Desta elucubração resulta este brilhante raciocínio: “È melhor ficar em casa com fome, do quer ir para uma guerra onde não se come”.
Da 2ª Grande Guerra (sem qualquer menosprezo pelas guerras da antiguidade) não vou fazer qualquer comentário, pois não questiono nada entre 1933 e 1974.

segunda-feira, março 27, 2006

... de volta ao jardim.

Bem hajam

Por desígnios informáticos não tive oportunidade vos aparecer mais cedo, mas contudo tenho saciado o intelecto com todas as vossas escritas...que como já frisei me agradam de uma forma preenchedora.
Como devem imaginar tenho imenso que para vos contar...vou tentar ser breve previligeando o método.


Estou há duas semanas a esta parte extremamente ansioso à espera de um aviso ou mensagem que ainda não chegou. A sua demora está a causar-me um pânico crescente à medida que os dias passam, já não durmo, o que ingiro não seguro e ando a fumar como um equideo.
Partilho convosco esta minha ânsia no sentido de algum de vós poder serenar-me, transmitindo disfarçadamente à minha pessoa se já recebeu essa referida mensagem ou aviso.
Algum felizardo?
Todos deveis ter recebido essa mensagem, pois decerto todos vós sois indispensáveis ao país...indispensáveis como eu pensava que era (ou sou) antes de me aperceber que a mensagem não chegou e com certeza já passou a altura!

ALERTA ALERTA: Se algum de vós não recebeu essa secreta mensagem...entre em contacto comigo ou leia o texto que se segue ( o que não é de todo aconselhável ) !!!!!

- Há sensivelmente duas, três semanas um porta-voz do executivo comunicou oficialmente ao país que as 100 000 pessoas indispensáveis ao país elegíveis para o programa de vacinação contra a gripe das aves já teriam sido seleccionadas. Dessas 100 000 pessoas fazem parte bombeiros, policia, protecção civil, exército, governantes, médicos, pessoal de manutenção, agricultores, altos quadros de empresas públicas, igreja e algumas pessoas comuns.

O programa de vacinação, as 100 000 vacinas, irá custar cerca de 14 milhões de euros, e quando o pacote foi encomendado o seu fornecedor (laboratório polaco) garantiu que em caso de necessidade conseguiria fazer mais 2 000 000 de vacinas em apenas uma semana.
ISTO CHEIRA A ARCA DE NOÉ... ou mesmo a produção ficcional hollywoodesca...

Todos os países estão a preparar-se para pandemia... mas parecem existir informações bem guardadas de que.... VAMOS TODOS MORRER... de gripe das aves...
Resta esperar pela mensagem...

"Excelentissimo cidadão você foi considerado indispensável ao país e por isso ser-lhe-á ministrada gratuitamente uma vacina contra o virús H5N1 o que evitará a sua morte por gripe aviária. Esta mensagem é ultra-secreta e caso seja revelada por si a terceiros será excluido do programa de vacinação. O Presidente da República, Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, Rei dos Algarves"

vamos todos mesmo morrer...


Vamos todos morrer mas antes disso iremos todos ser obrigados pelo governo a mostrar, apresentar, entregar ou até mesmo dar o CU.
É verdade...! Estava eu um dia deste num habitual devaneio cafézeiro quando alguém se irrompe na conversa e diz: "- O Sócrates vai-nos pôr a todos a dar o CU"... isto assim um quarto de hora a transmitir a todos os presentes no café esta mesma mensagem... "- Vai tudo dar o CU"...

Da admiração/reprovaçaõ total à insanidade da gargalhada foi um instante!!!!
CU - Cartão Único ... o novo documento de identificação criado pelo governo... brilhante...
Operação Stop: Senhor condutor poderia-me mostra o seu CU... "- É para já senhor agente!!"
Brilhante....


Por falar em senhor agente...tenho também de relembrar-vos aquele que poderia ter sido puramente folclore e foi mesmo um arrastão, na praia de Carcavelos. Ora quase um ano volvido leio isto da PSP ( não a playstation portable, mas mesmo a bófia): PSP lembrou arrastão de Carcavelos que o não foi, mas em contrapartida chamou a atenção para os mini-arrastões que se têm verificado em transportes públicos e em espaços comerciais...
O arrastão que o não foi e os mini-arrastões....Portugal de volta às grandes fainas da palmeta ou manicómio infernal?


Ora manicómio... Estádio da Luz....
Estava eu a ver o jogo da taça do clube de lá com o Guimarães, e qual não é o meu espanto quando por trás do banco de Vitor Pontes, entre gritos lancinantes de "Ó porco pára de queimar tempo" , " Olha a regra dos seis segundos" e uma mulher calmamente sentada de burka amrela, vejo um individuo a tirar uma coisa branca da boca e a arremessá-la contra o treinador do Guimarães.

Pensei...estão pessoas na luz a atirar dentes para o campo!!!!!!!!!!
Raciocinei...dentro de vinte anos não será permitido ir com dentes ao futebol!!!!!!!!!!!!!!!


Ainda não tinha falado da bola no jardim...que boa que a bola está...
Ah...e não se esqueçam meus meninos que a bola também pode ir à mão e nem sempre é a mão que vai à bola!

Saudações e um abraço especial para ti réptil...

domingo, março 26, 2006

apenas um comentário

pá, vou entrar aqui fora de horas, mas tenho de dizer isto.
tenho andado a bater muito mal com tudo o que se passa à minha volta: vejo constantemente a reafirmação da direita católica, da direita extremista, da direita que lava a esquerda e todos nós andamos aqui a ser jogados como bolas, sem o mínimo de noção do que se passa atrás das nossas costas até que sentimos um ardor assim ao fundo das mesmas... e aí é tarde demais. Estava aqui a conversar com Jesus e ele mandou-me um link para outro blog (http://barnabe.weblog.com.pt/arquivo/072795.html). pá, um artigo interessante... depois passei aos comentários... e aí sinto o sangue a começar a ferver! sempre que se fala em algo que apenas diz respeito ao indivíduo há alguém que se julga habilitado a mandar um bitaite sobre a vida alheia. uns a favor, outros contra o aborto... uns afirmando que não se pode liberalizar algo assim porque as pessoas o usarão como método contraceptivo. Sou homem, nunca terei de passar por algo de tão traumatizante, mas penso que ninguém se submeteria a algo assim com o ánimo leve que essas pessoas deixam entender que fazem. claramente que, para certos partidos oportunistas e em busca de eleitorado ente os eternos medrosos da sociedade, este é o sítio e o momento perfeito para comunicarem... mas não é por aí que vou. apenas quero comentar o artigo, uma vez que nesse blog não consegui por qualquer razão.
bem, se não fosse a lavagem cristã com que levamos (a qual diz que somos feitos à imagem e semelhança de deus e que vamos todos pra o inferno, blá,blá,blá) se tivermos a coragem de tomar o nosso destino nas mãos e a coragem de arrancar algo de dentro de nós, algo que faz parte de nós, talvez se conseguisse um pouco mais de entendimento. ao contrário do que muitos iluminados que admiram a família, portugal, os "valores lusos" e que dizem que quem não quer filhos, não os tem ou se os tem os pode entregar para adopção - sim, porque nem todos os homens se responsabilizam pelos filhos que fazem, nem todos os vão tratar humanamente se os tiverem, as instituições estão sobrecarregadas e sem fundos e, por vezes, são muito piores que qualquer aborto uma vez que durante toda uma vida apenas dão abusos, agressões e outros mimos às crianças que ninguém quer e uma mãe sozinha hoje em dia ainda é uma situação difícil, a qual parece não preocupar ninguém.
não utilizemos os dramas pessoais de cada um nem tenhamos uma visão propositadamente inocente perante a maldade dos outros: há crianças que diariamente são agredidas, maltratadas, violadas, mortas pelas famílias que nunca as quiseram e que nunca lhes poderão dar o acompnhamento e amor que nos torna a todos humanos à face de qualquer deus.
a antropologia diz que o homem se forma, não nasce com compreensão do que o rodeia. e esse entendimento surge no processo de crescimento, em suma, uma adaptação a tudo o que os rodeia. quando isso apenas consiste em pobreza material, espiritual e sentimental, que género de pessoa se forma; que género de família é esta? não se usem argumentos vácuos em que a família é o pilar da pátria, que as mulheres usam a gravidez para apanhar os homens (a quem disse isto diria para ver com que mulheres se envolve), que uma mulher, por cruel que nos possa parecer, não pode ter total domínio sobre o seu corpo e a sua vida e está reduzida a um mero veículo para a propagação da espécie. Esse tempo já passou.
a liberdade pessoal ainda é um direito emergente em portugal, esse canto esquecido da europa. não há valores nacionais a defender, excepto o futebol e o cozido acompanhado de vinho tinto. aos senhores do PNR e demais direitas que acreditam que o estado deve ser o pai tirano de todos nós tiro o chapéu... aos demais partidos políticos tiro o chapéu porque do sofrimento alheio fazem cavalos de batalha. aos idiotas que pululam neste país sem coragem de pensar por si mesmos e com a cabeça enfiada no jornal da bola, atentos ao menor respirar de qualquer futebolista idiota que não sabe nem quer saber da sua adoração bovina, digo ide para o caralho juntamente com a vossa moral barata. vocês são incapazes de analisar uma situação longe dos vossos preconceitos idiotas, longe do inferno que a catequista vos prometeu, longe da visão mesquinha e tacanha que é a vossa e com que analisam e esmiuçam o atraso do vizinho, o espirro da vossa prima, o ladrar do cão noutro quarteirão.... vêem tudo menos a imensa tristeza da vossa própria vida.
há escolhas que dizem respeito ao indivíduo: seja ela qual for o papel do estado é garantir a manutenção de condições para as escolhas se poderem fazer. Para algumas mente mais sensíveis, incapazes de lidar com o facto de haver pessoas que não merecem ter filhos, que não os devem ter pela vida futura dessas crianças, quando virem crianças a ser agredidas, quando ouvirem gritos de criança e saibam que os pais estão a queimar com cigarros crianças de dois anos, a queimar com água a ferver e a afogar crianças de 5 anos, a espancar, violar e sodomizar crianças de meses, não fiquem em casa ignorando o que vos rodeia: intervenham. mostrem o vosso desagrado. não aproveitem depois as câmaras para dizer que o pai era um bêbedo, a mãe uma drogada incapaz, que sabiam que algo assim ia acontecer e ainda assim ficaram quietos e calados como os macacos. e estes são os as casos de que temos conhecimento, entre o que se chama hoje simpáticamente "famílias desfavorecidas"; mas desenganem-se: muitos gajos cheios de pasta devem fazer exactamente o mesmo... a maldade está viva num grande número de pessoas.
a sociedade portuguesa "moderna" é a da "peninha" e da preocupação: todos muito preocupados com o sítio para onde caminha a pátria lusa, todos em sintonia com aquilo que o vizinho vai fazer, todos com a noção do certo e do errado e sempre prontos a transmitir os SEUS valores.
a emancipação pessoal é uma miragem!
com um profundo respeito por todas as pessoas que foram forçadas a tomar esta decisão, da minha pequenez e estupidez tentei dizer que a nenhum de nós dizem respeito os motivos que levam a esta situação; mas que, naquilo a que se chama democracia - na minha visão inocente uma sociedade em que EXISTE o direito à escolha e em que se tenta que todos possam viver com qualidade e saúde e orgulhosos- se pode tentar que certas decisões impossíveis se tornem mais humanas e menos dolorosas.
espero não ter ofendido ou desrespeitado ninguém que não mereça os meus insultos.

josé de arimateia, tentando dizer que a pátria é um ódio e que deus, a existir para quem com isso se importa, nos ama a todos

Ben Jordan & Jumbo Barreto (boogie nights)

Entre tantos dias para chegar a horas tinha logo de ser hoje: as ruas poderiam não o demonstrar, mas hoje o jardim esteve em festa. Está a ser particularmente difícil focar o monitor a estas horas (para mais informações consultar o último post de Ken Ewing). Foi uma noite à moda antiga, plena da mesma agitação cerebral que tornou memoráveis os tempos de jardinagem. Afinal, não é todos os dias que um jardineiro faz anos…

É bom podermos nos reencontrar nos braços de amigos, longe das brutais realidades: cavaco presidente, os eternos aumentos, uma certa guerra lá para “aqueles lados”, crises de emprego, crises de estudantes, falta de água, falta de petróleo (e não é daquele do Reis e Soares, almoços e jantares…), falta de senso e uma enorme adoração material. Olho à minha volta, para as paredes do meu quarto quase cobertas de recortes - tanta coisa permanece por lembrar.
Á volta de uma mesa, recordando, existindo enquanto se espera a francesinha, contam-se planos, planeia-se algum futuro, espera-se o jantar com a alegria de viver num país onde vai havendo comida.

Prossigamos…
Uma ENORME viagem de autocarro com Jesus até ao café perto de si, neste caso nós, pontualmente à volta da mesma mesa; aparição especial de Lobby e Chiquinho & friends.
Quando dei por mim a mesa era um caos de copos, cascas de amendoim, papel, conversas voavam, cruzavam-se, algumas colidiam, outras atravessavam-se… improvisavam-se relatos de futebol, algumas pessoas mais suspeitas retiravam-se da mesa para regressar com um brilho nos olhos, discutia-se música, planeava-se uma ida à festa da rádio festival (mas só se fosse Graciano Saga), alegorizava-se a vida com o futebol... entre outros.

Quando finalmente nos “expulsaram” viemos animar a rua deserta, finalmente cheia de vozes, risos, pessoas. Li há algum tempo num qualquer jornal que a baixa já foi o centro vital de onde corriam novas vozes pela cidade. Agora só as nossas se ouviam.
Não sei como do sketch de Monty Python “Ken Ewing & His Musical Mice” derivamos por uma estranha estrada lateral até à luta livre. Qualquer pessoa que tenha vivido a televisão dos anos ’90 se lembra de Tarzan Taborda e das suas duplas patadas a dois, três metros de altura – as palavras são do próprio. Por esta altura corria o risco de morrer de riso e, estranhamente, a música “The Bells of Saint Mary’s” soava na minha cabeça…

Agora em casa ouço Jefferson Airplane: parece-me uma boa maneira de saudar o dia que está prestes a quebrar a quietude. A estas horas já quase todos nós estamos entregues à solidão do sono. Há o reconforto de saber que tudo existiu, esteve lá, no seu lugar, uma gigantesca afirmação de sinceridade contra a lógica que te ordena que escondas quem és para te enquadrares.

Espero que todos se tenham divertido…



José de arimateia, falando do presente e do passado e do futuro

sábado, março 25, 2006

O resto são coisas da minha cabeça.



  • Lucros da Galp sobem 30% em virtude do aumento do preço do petróleo. O resto são coisas da minha cabeça.
  • Cinco maiores bancos portugueses apresentam lucros líquidos de 2005 que ascendem a 1,4% do PIB português. O resto são coisas da minha cabeça.
  • Lucros da Sonae sobem quase 300% em 2005, de 232 para 648 milhões de euros. O resto são coisas da minha cabeça.
  • Lucros da Salvador Caetano sobem 57% até Setembro de 2005. O resto são coisas da minha cabeça.
  • O lucro da EDP aumentou 294,3% no ano passado, face a 2004. O resto são coisas da minha cabeça.
  • Portucel faz crescer os seus lucros em 24% em 2005. O resto são coisas da minha cabeça.


O resto são coisas da minha cabeça.
O resto são coisas da minha cabeça.
O resto são coisas da minha cabeça.
O resto são coisas da minha cabeça.
O resto são coisas da minha cabeça.
O resto são coisas da minha ca…
O resto são coisas da min…
O resto são coisas d…
O resto são coi…
O resto s…
O re…
O…

Babince.

quinta-feira, março 23, 2006

O Laranjal....Portugal.....Calamidade e Embuste Total - La República de los Plátanos - Parte II

Neste dia de tempestuosas rajadas de ar e àgua, marca-me um episódio que é deveras singular. Nada mais, nada menos que a vontade dos dirigentes madeirenses em abolirem a comemoração do 25 de Abril. Talvez por vontade deles, celebrar-se-ia o 28 de Maio. Então limitação de liberdades e direitos de expressão (mais uma vez) em terras democráticas! É o que dá ter borracholas, vendedores de sifões e indivíduos mal-formados em geral a mandar no povo. Mas eis que alguém diz, ..."mas foi o povo que os escolheu"...! Mentira, digo eu, é mentira! Eles já foram escolhidos e tu limitas-te a escolher o que há partida já te está a ser impingido. Maravilhosa democracia esta... A sério, façam um pequeno favor... A palavra DEMOCRACIA não merece andar a ser vilipendiada por vocês, asnos reinantes. Mudem o nome ao sistema no qual vocês operam, sei lá chamem-lhe Portugal Tacho 2006, ou Lusitânia XP Professional Mafia... Que me dizem de tal!? Cambada de petty criminals. Era uma vara de marmeleiro nas costas de todos vocês, aldrabões, chulos, larápios! É que as vossas imbecilidades custam a vida a muita gente ... custam mesmo muito caro!

O desejo de conquista é mascarado com prosperidade ilusória, ordem enganadora e falsas moralidades.


"Assim vós, duma raça assassina,
Sobre essa nau de pedra onde o mar vai bater,
Vós estrangulareis, numa carnificina,
De que só ficará, sob densa neblina,
Num pântano de sangue uma Gomorra a arder!...
Hão-de os lordes rolar em postas no Tamisa!
Há-de o corpo de um rei dar um banquete a um cão!
Teu solo há-de tremer como uma pitonisa,
E a canalha sem lei, sem deus e sem camisa
Abrirá teu bandulho infecto, ó Deus Milhão... "

Guerra Junqueiro


Mais uma vez em directo de Timisoara...

O vosso gentil, Mazi -dEUS eX mACHINA-

quarta-feira, março 22, 2006

O Poder local

Caríssimos,

Antes de entrar nas coisas propriamente escritas, quero dar os parabéns ao mentor da mercearia! Grande Venâncio, parece que te estou a ver de avental azul, e lápis na orelha, a embrulhar calotes infindáveis nas páginas amarelas, edição 2000/2001;)
Como sabem, regressei à urge e as dívidas reservaram-me lugar num jornal regional de público maioritariamente velho e desconfiado. Como se isso não bastasse, em permanente conflito com o corrompido poder local que decidiu, sem razão aparente, cortar relações com o nosso órgão de comunicação (o mais representativo da região, com mais anos, mais assinantes, logo com maior feedback). Quem fica a ganhar é o jornal da concorrência, mais aberto a permissividades em tons de rosa…

Felizmente colocaram-me na secção do desporto onde levo uma vida mais livre e despreocupada do que os restantes colegas. Ainda assim, e para terem uma ideia da liberdade (ou falta dela) nesta terra, existe um clube de andebol que prefere dificultar a divulgação das suas actividades (inclusivamente das camadas jovens) porque o seu coordenador é um submisso do mayor. Nem que para isso tenha que manipular os associados, inventado e abusando da contra-informação. A democracia encarregar-se-á de devolver estes abutres aos seus devidos lugares. Vai demorar anos, mas eu ainda sou novo…

Poderia contar inúmeras situações do estado actual da “mais linda da estância termal” mas isso fica para outra oportunidade. Essencialmente, e até porque é a primeira vez que escrevo no blog, queria cumprimentar todos os jardineiros (os da velha guarda e os que certamente apareceram entretanto). As recordações são muitas, as horas passadas em torno de uma dúzia de metros quadrados de relva também, e fazem-me crer que me tornaram numa pessoa melhor.
Vou tentar, a partir de agora, e regularmente, enviar-vos as curiosidades desportivas do fim-de-semana em Vizela (não, o stimpy não usa trela). Isto, é claro, se a mercearia aceitar a revenda de tal produto.

Abraços, Vizeleiro
!!!Gole a gole, enche o gaiteiro a fole!!!

ON A NATURAL HIGH

Nem sempre apetece dizer coisas, ou melhor, nem sempre se reúnem condições de sobriedade para construir um texto, por isso vou apenas "revelar" um truque de ilusionismo:

- Olhem fixamente para o vosso monitor.

- Aparentemente está tudo normal hein?

- Agora devem adiccionar 4 cervejas ao organismo.

- Uma vez ingeridas, devem proceder á construção de um cass bem apimentado, que deverá ser fumado imediatamente após a sua construção.

- Devem agora ouvir entre 10 a 15 vezes a parte final de Fredom de Jimmi Hendrix em Band of Gypsies (Obrigadíssimo Zé! Este cd é fantástico!)

- Beber a 5º e última cerveja

E agora o vosso monitor vai-se transformar em algo como isto...





Pelo menos comigo resultou...


Saudações e Abraço!

Xiquince de Matos

terça-feira, março 21, 2006

Para quem quiser participar

Este blog não é um fórum. Mas acho que não existe nada que impossibilite de quem quiser dar a sua opinião sobre o tópico de discussão e as frases que irei trancrever aqui, pede- se a toda a gente que quiser, que deixe a sua opinião na caixa de comentários deste post.

O que trago aqui a discussão é o Partido Nacional Renovador Português e frases que se encontram no site do referido partido. Não sei quai são as vossas opiniões politicas nem quero saber, mas leiam o que vos vou apresentar, reflictam e falem sobre isso.

O que apresento são frases do Coordenador nacional da Juventude Nacionalista, Filipe Baptista e Silva, peço tambem para se dirigirem ao site do partido para se inteirarem do contexto destas frases e de artigos que lá estão expostos.

"… , temos um desígnio mais vasto e ambicioso. Queremos ser a base de uma futura elite nacional. Uma espécie de reserva anímica e moral da Nação, constituída por pessoas de elevado potencial combativo e com um grande sentido de serviço e entrega à Nação e ao Ideal."

"Mas que não haja dúvidas: Disseminar o nacionalismo nas escolas é absolutamente decisivo para o sucesso da nossa Causa! Por isso, nenhuma dificuldade nos iliba de não trabalhar! Se o meio escolar/universitário é hostil, se os professores são anti-nacionalistas, então isso requer uma resposta mais determinada e competente da nossa parte! Como diria Julius Evola, nem que o mundo esteja em ruínas, o mais importante é que cada jovem nacionalista se mantenha bem vertical! É aí que reside o valor e o carácter de cada um!"

"Termino com um apelo à acção de todos os jovens nacionalistas: Não fiquem no sofá à espera que outros façam aquilo que vos compete fazer. Todos podem e devem participar na regeneração de Portugal! Não queiram um dia lamentar-se por não terem estado presentes nesta cavalgada heróica pela Revolução Nacional!"

Agora digam de vossa justiça.

Não querendo parecer parcial, porque cada um pode ter a sua própria opinião, mas acho que teremos que ter cuidado com certos senhores que começam a aparecer na cena politica nacional.


Tranquilidade de pertencer a uma comunidade onde te inseres com naturalidade.
Tranquilo.

segunda-feira, março 20, 2006

Venenos Sagrados / Venenos Profanos

Hoje saiu uma noticia, num diário de grande tiragem acerca das drogas e dos diferentes consumos. Referia também essa noticia que para cada estilo de música eletrónica havia uma droga especifica, para o House havia a cocaína, para o Trance havia o LSD e subjacentes alucinógénicos, e para o tecnho havia as pastilhas. Tendo lido essa notícia muito atentamente, não deixo de reflectir no dilema em que esta sociedade vive, por um lado combate a venda e o consumo de drogas, mas por outro lado faz-lhes uma constante promoção.

O Problema é mesmo esse, como acabar com a droga se toda a sociedade se encontra drogada, como combater uma doença se os poderes que se auto-intitulam «LEI», serviram-se e servem-se de certas drogar para pacificar, subjugar a população.Pois o perigo de certas drogas, como se já provou, é a sua utilização para fins que obviamente nada tem de recreativos! Lembremo-nos das experiênçias da CIA com o LSD, o chamado projecto MK-ULTRA, onde um senhor de nome richard helms,chefe dessa verdadeira organização terrorista, defendia o uso desta droga em práticas de manipulação da mente. Lembremo-nos de um dos aspectos do escandalo Irão-Contras, quando a CIA deliberadamente injectou cocaína nas ruas da América. Lembremo-nos da explosão brutal das drogas duras nos anos 60 e 70, quem sabe se não aconteceu como forma de adormecer as consciênçias das pessoas que por acaso nessa altura eram muito contestatárias á maneira como as coisas estavam acontecer! É sempre a mesma história, quando as pessoas se tornam demasiado conscientes, arranja-se maneira de as calar, de as iludir, de as «matar»!.Aquilo que eu digo não é nada de novo, muitos antes já o reclamaram, a liberdade de consumir aquilo que eu quiser! E não estar sujeito aquilo que esta sociedade acha que é melhor para mim! Mas não sou demasiado ingénuo, para pensar que o consumo de drogas deve ser incentivado, pois a maioria das drogas levam inevitavelmente á decadênçia física e á morte.

Então tal como nas palavras de um grande visionário, deveremos caminhar para a criação de uma droga que seja potente nos efeitos na «Mente á Solta» e que não contenha os consequentes efeitos negativos que as drogas do nosso tempo provocam. Pois o Homem terá sempre de se escapar do tédio da sua vida quotidiana e isso ele fará com drogas, música ou arte! o que o seguinte poema de Baudelaire exemplifica:

Charles Baudelaire

«Embriaga-te»

«Devemos andar sempre bêbados.
É a única solução.
Para não sentires o tremendo fardo do tempo que te pesa sobre os ombros e te verga ao encontro da terra, deves embriagar-te sem cessar.
Com vinho, com poesia, ou com a virtude.
Escolhe tu, mas embriaga-te.
E se alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre as verdes ervas de uma vala, na solidão morna do teu quarto, tu acordares com a embriaguez atenuada, pergunta ao vento, à onda, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que se passou, a tudo o que gira, a tudo o que canta, a tudo o que fala; pergunta-lhes que horas são: "São horas de te embriagares. Para não seres como os escravos martirizados do Tempo, embriaga-te, embriaga-te sem descanso. Como vinho, com Poesia. ou com a virtude".

para evitar as crónicas domingueiras - esperei até segunda

Poderia dizer muita coisa, mas o que tenho a dizer hoje é rápido, simples e nem sequer fui eu que o disse...

(Acerca de tudo)

"O que é preciso é atitude. Senão, estamos fodidos!"

Quem quiser que compreenda.

José de Arimateia, demasiado cansado para explicar

sexta-feira, março 17, 2006

Há o risco deste artigo ser coisíssima nenhuma.

Em Maio de 68 os estudantes saem às ruas de Paris em luta contra o autoritarismo. A 3 fecha-se a Sorbonne, esse grande ícone do ensino e investigação francesa onde aliás trabalhou o maior geógrafo português, Orlando Ribeiro. A 10, véspera do dia em que Tom Jones domina o top de vendas com “Delilah” entoando My, My, My Delilah / Why, why, why Delilah, revela-se massivamente o apoio aos estudantes, gozando estes da simpatia de quase todos os sectores de actividade, desde operários a bancários (não confundir com banqueiros), de modo a reaver a liberdade individual saqueada por aqueles que se excedem no exercício da autoridade concedida pelo povo, assinando aquilo que nos dizem ser o Maio de 68.

Actualmente é de outra música que se trata, pensa o povo. Confesso que não me atrevo sequer a dizer quem domina o top de vendas dada a enormidade de candidatos ao lugar, e a frequência com que a maioria afirma dominar o top. Dito isto concluo que à imagem do nó cerebral conduzido pelo indistinto mercado dos discos, nem sempre sinónimo de mercado das músicas, estamos perante uma enovelada política em que o povo, mais uma vez, não sabe quem domina o top apesar de ser alvo de domínio.

Hoje, 17 de Março de 2006, os estudantes voltam às ruas de Paris e de França em geral, creio que pelas mesmas razões: o autoritarismo. Hoje, 2006, o problema é mais grave. Não se trata apenas da percepção de quem vive o Agora. É, asseguro, uma afirmação racional – importa juntar as peças e ter consciência de que teremos presentemente uma densidade de factos muito maiores do que nos idos 60’s que nos permite insistir neste tipo de afirmações: hoje, 2006, é mais grave podendo todavia não ser mais importante! O autoritarismo de agora é lento, a conta-gotas, porém agressivo e exercido aqui e ali, não em todo lado mas sendo-o, mais grave porque na verdade quem representa os autoritarismos em 2006 são tão-somente porta-vozes de quem o exerce e daqueles que o fomentam. Uns fazem a música, outros dominam os tops. Em 1968 sabia-se que Tom Jones dominava as vendas, sentia-se, era inegável, hoje não poderíamos afirmar algo semelhante com tanta certeza relativamente a um qualquer pacote “dançarino-cantor-modelo-actor-coisíssima-nenhuma”, nem tão-pouco acreditar naquele que nos dissesse. Apenas reportemos esta prática para o domínio político. Não podemos crer que aqueles que o povo nomeia para gerir o património colectivo são os mesmos que efectivamente o regulam.

Os porta-vozes, políticos portanto, alternam, quem realmente governa mantém-se… e a nós é-nos dito que se trata de “alternância democrática”, bonito. Definitivamente, hoje, 2006, os bois não têm nomes e o povo não é mestre na arte de adivinhar qual boi fez o quê. Foram todos. Não foi nenhum. Bois.

Estamos diante de tudo estando perante nada! Vivemos a Grande Época do Indiferenciado.


Babince

quinta-feira, março 16, 2006

Hilaridade Vã da Turba Incauta Néscia do Ruim Futuro


Tudo me passou pelo pensamento, como o último segundo de um pré-cadavér, enquanto torcia a massa encefálica em busca da palavra "Timisoara", - cidade romena - que estava a ser discutida sem nenhum dos presentes se lembrar do seu nome, a sua identidade de rótulo. Mas... e o porquê de tal!? Alegria passageira do ultrapassar da própria limitação de um cérebro falido, do limite de ti mesmo? Basicamente, está é tudo a ficar maluquinho!

Faces vazias, rostos velados, vidas perdidas vagueando nas pedras de uma qualquer calçada.
Os carros e suas pessoas adjacentes passam por cima, o Rio passa por debaixo e Ela nunca sai do sítio... Vida triste, esta de Ponte...!
O Passageiro não paga bilhete, nem lhe pergunta se quer viajar... mas vê-se a braços com a mais dura de todas as Corridas, a dos 70 Anos (mais coisa menos coisa), todos participam na mais louca Corrida do uNIVERSO, onde a Organização faz batota e os Fiscais de Corrida mais ainda... pois eles também Correm nela... e mais do que chegar ao fim, o que vale é ganhar, seja lá o que isso for! Pois a não-percepção do que te rodeia não passa de uma inexistência de consciência de ti mesmo... Se não te sentes, não sentes o resto, os Outros... Pensa nisso!

Nem tudo é ganhar, nem tudo vale para "cilindrar", mas está tudo bem contigo.... não é.... mENINO! ...kutxi, kutxi, ku... lindo... o nino da mãmã... Ai não sabias dos Outros... Coitadinho... Ninguém te disse foi... Ai pobrezinho... E NÃO TENS OLHOS NA CARA PARA VER, OH MINHA GIGANTESCA BESTA QUADRADA!?!?!? É só vítimas do sistema.... ou o sistema das vítimas! Todos somos Condutores e Passageiros deste 3º Autocarro a contar do Sol.

"Macieira, Macieirinha... Tão linda esta terra minha!"

Há tanta coisa bela por aí...
Para aprenderes a sentir...
Gentilmente pego na tua mão...
Como o vento que afaga a erva alta
Dos campos da minha aldeia,
Nas tardes de fim do Verão.
A luz beija docemente
Os frutos vermelhos
Pendurados nos galhos,
Que eu comia enquanto catraio.
E agora sou obrigado a comer lixo,
e ver na Televisão o 13 de Maio!





A Grande Mão


Estrangeiro, Banqueiro, Onzeneiro, Folião
Tem Portugal inteiro apertado na Mão:
Bancos, Províncias, Ouro, Hotéis, Homens, Governos
Querelas, Concessões, Coroas, Céus, Infernos,
Companhias, Jornais, Dinheiros Fortes, Fracos,
Ministros, Imbecis, Capelas e Tabacos,
Virgens de Santo António, o Mapa, os Usurários,
Festas Nacionais, Misérias, Centenários,
O Clero, a Fome, o Sangue, o Riso... Tudo Agarra!
Não é mão, é Tenaz! Não é Tenaz, é GARRA!


Mazi dEUS eX mACHINA, reporting live from Timisoara...

quarta-feira, março 15, 2006

Detesto Betão

Já deve ser quarta feira, portanto vou dizer coisas.
O mundo actual é constituido por: fanáticos religiosos, que aproveitam esse pretexto para fazerem salada de tripas com c4 e demais explosivos arrastando consigo alguns inocentes; chulos capitalistas e amantes do cifrão que levam a vida a explorar trabalhadores ( crianças inclusive) que numa vida inteira não ganham o que um jogador de futebol ganha num contrato de publicidade com a gillete ou coisa que o valha; milhoes de pessoas que esperam "fumo branco" ás portas do vaticano para saberem quem é o novo papa; políticos corruptos; intoxicação e manipulação de informação que determina os temas de conversa das pessoas; rumores de uma pandemia que poderá matar milhões; putos que vem 8 a 10 horas de televisão para aprenderem a ser um bom fedelho gordo e uma autentica abécula sem vontade de se mexer, bem, resumindo, a Humanidade não aprendeu nada com a História, só as roupagens e os objectos do dia a dia é que saõ diferentes por causa da tecnologia.
Porque não voltar á sociedade recolectora? Ya, esqueci-me a Natureza está em risco de extinção.

Saudações e Abraço!

Xiquince

terça-feira, março 14, 2006

A importancia de se ser Quadrado

Definição:
do Lat. quadratus; m., paralelogramo rectangular de lados iguais; Mat., potência de expoente 2; adj., que tem a forma de quadrado;
fig., diz-se da pessoa de mentalidade conservadora, muito ligada a padrões de pensamento e conduta tradicionais, segue a ideologia e modo de agir do socialmente imposto sem o questionar e que não quer alargar horizontes a nivel mental.

Uma sociedade é composta por varios tipos de pessoas, tendo elas personalidades próprias e ideias próprias. Cada um terá gosto e sensibilidade diferente, bem como maneiras de expressão e feitios diversos. Isso levará a uma sociedade diversa e complexa, com uma multiplicidade de pensamento e confronto de ideias que acabara por ser benéfico para o desenvolvimento de conceitos que sem esse confronto poderiam estagnar e tirar ilações erradas. Isto levará a um sentido crítico apurado, principalmente crítica construtiva.

A sociedade em que vivemos é de matriz ocidental grega, onde supostamente se desenvolve o pensamento individual como parte integrante do pensamento comunitário. Todas as partes integrantes de uma sociedade têm um papel activo na construção da sua sociedade tanto por impacto das suas ideias, acções e omissões das mesmas. Essa capacidade de intervenção acompanha todos estes componentes. Teremos que ter em conta que será uma sociedade que parte do indivíduo para a comunidade, sendo esse mesmo indivíduo livre e único o que levrá a que essa sociedade támbem o seja.

Será que é isso o que se passa actualmente neste quadrado um bocado pró rectangulo onde neste momento me encontro a escrever, onde vivo e interajo, onde faço parte de uma sociedade.

Não estará esta sociedade formatada o suficiente para isto não acontecer?

Não estará a cultura para massas saturada, repetitiva? Demasiada igual?
Será por falta de ideias, conteúdos já esgotados, plágios?

Não me parece, vivemos sim é numa sociedade em o que é bom é o banal, onde se glorifica o mau gosto e onde a inovação é olhada com desconfiança. Onde a necessidade de se ser aceite num grupo é importantíssimo, Bom mesmo é ter ideias semelhantes e pontos de vista iguais, para dar a errada segurança de ser aceite. Ter a tranquilidade de fazer parte de algo, mesmo que não se concorde com o que nos rodeia. Tem é que se viver a vida que nos dão na cultura de massas ocidental. Ter coisas insignificantes e inuteis para nos fazer sentir bem. Viver a vida de alguém que nunca poderá tar ao alcance de todos. Fazer as pessoas sonharem para não abrirem os olhos para o que realmente se passa. Não queiram dar uma forma geométrica aos vossos cerebros que ele se transformará num quadrado. Abram horizontes e não imponham fronteiras imaginárias. Mantenhan- se atentos ao que vos rodeia, tirem ilações, pensem e processem. Não queiram que os outros os aceitem pelo que aparentam representar. Sejam o que vocês querem ser e não pelo o que as outras pessoas querem que vocês transmitam.

Ouçam quando alguem tenta defender uma ideia própria válida e expressar uma opinião mais extrema, e procurar a diferença, não o olhem de lado e que passado cinco minutos seja esquecido como qualquer producto descartável.

Como qualquer producto descartável este texto desaparecerá com a rapidez com que a sua mente o desejará.

segunda-feira, março 13, 2006

Dos problemas ás soluções

Continuam essas demonstrações de estupidez humana, o que se passa no Iraque, e nesses países onde se desenrola a guerra contra o «terror», obviamente a acção americana é errada e desastrosa, mas também não vejo como muitas pessoas vêem os terroristas como lutadores pela liberdade pois o seu objectivo é claro, a instituição dum regime cruel e tirano (todos nós nos lembramos dos taliban no Afeganistão). Continuam também essas manifestações antiglobalização que sempre acabam com uma loja de marca ou um macDonald's incendiado, elas não são muito diferentes das manifestações dos fundamentalistas islâmicos, pois as motivações podem ser diferentes mas os resultados são sempre iguais. É dessa forma que a violência continua a perpetuar-se, pois está sempre pronta a ser aproveitada por qualquer ideologia politica para atingir os seus fins.

E agora a pergunta que vos faço será que todos os fins justificam os meios? Será que podermos reclamar autoridade moral quando estamos sempre prontos a usar as mesmas «armas» que os nossos «inimigos»? O que eu digo é que acima de tudo enquanto houver pessoas dispostas a matar um homem por causa duma ideia, nunca haverá paz. O que nos leva também a pensar se nós próprios podemos contribuir para a mudança? E como? Simplesmente através do exemplo individual, são sempre as acções individuais que levam as pessoas a mudar, o mundo começa a mudar quando tu e eu começamos! Quando a pessoas em vez de se designarem como cristãos, judeus, muçulmanos, socialistas ou capitalistas! Simplesmente serem elas próprias sem que uma ideologia as faça prisioneiras das suas regras ou convenções, porque quer queiramos ou não, todas as ideologias e religiões são baseadas na ilusão que podem proporcionar às pessoas que se submetem a elas, ordeiramente na esperança de respostas fáceis e verdades rápidas, pois dessa forma o aparelho sacerdotal e político pode fazer aquilo que melhor sabe fazer = mandar, é a velha questão do poder. Quanto mais mandamos mais somos mandados, o que nos leva a uma conclusão, mandar nas outras pessoas dá-nos prazer que muitas vezes é causado pela crueldade que exercemos sobre elas. Então nunca seremos verdadeiramente livres enquanto vivemos presos interiormente por velhos hábitos e suposições erradas, pois em relação á segurança a liberdade é inegociável.
saudações
Tiago

domingo, março 12, 2006

Segurança

Bem, estava em casa quando uma amigo meu que tomou a sábia decisão de ir estudar para fora me ligou… estava à minha porta… um clássico – e é sempre bom rever velhos amigos. Bem, um serão nada complicado: ir a casa de um amigo nosso, falar um pouco, trocar uma música… matar as horas. Quando ele disse que tinha de ir para casa ainda era muito cedo… meia-noite, uma da manhã… algo assim. Para mim ainda era muito cedo… nada me esperava em casa e a noite até estava agradável apesar do nevoeiro.

Portanto, vim a casa buscar a máquina, e dei a fuga para a rua: planeava ir tirar umas fotos à auto-estrada que passa aqui perto, mas a noite não me deixava encontrar o plano que queria: estava demasiado nevoeiro sobre o rio… tudo estava cego. Mas não deixei que isso me impedisse. Andei às voltas pelas ruas desertas de gaia profunda. A única criatura que me incomodou foi um cão mais zeloso que não parou de ladrar enquanto não passei o seu território – compreensível, porque de noite todos os gatos são pardos.

Agora voltei a casa e escrevo. E não consigo deixar de pensar na estranheza do meu dia: começou bem, perfeito. Algures lá no meio algo se confundiu, misturou e houve uma qualquer reacção química estranha – um dia destes vou morrer às custas disso… Mas não é sobre isso que quero falar.

Qualquer indivíduo diz e afirma que vive numa sociedade livre, na qual se pode mover e falar – em suma, viver e estar como acha que é mais correcto, sem forçar nada nem ninguém à sua vontade… mas é sempre muito complicado definir algo como a liberdade, a democracia, as fronteiras pessoais.

Estava hoje a fotografar no metro, perdido no meu alheamento habitual (e devo fazer uma ressalva neste momento: nada em mim me assemelha a um terrorista) quando um segurança se dirige para mim a dizer-me que não posso fotografar… havia dois polícias presentes, distantes de toda esta situação. A estranheza toda é que já fotografei todas as estações de metro existentes desde a minha paragem inicial até à Casa da Música. Nunca ninguém me tinha avisado de que tal era proibido – para muito espanto meu, uma vez que agora há fantasmas sobre nós… (e trancas à porta e ai Jesus! - e todas as fórmulas de medo e falência humana). A conversa prossegue com o senhor a dizer-me que me poderia apreender a máquina, que podia chamar os dois polícias ali perto, a tentarem permanecer despercebidos, e que eles me identificariam, reteriam a máquina, me pediriam explicações… nesta altura, e para acautelar qualquer hipótese de roubo, guardo a máquina, permaneço com um sorriso perante toda aquela situação. Ele acalmou instintivamente… diz-me que devo estar curioso quanto às razões: leva-me a ver o regulamento do metro. Não encontrei lá nada, aconselha-me a ver isso. Aponta-me as câmaras, a empresa, a segurança, as ordens, as licenças em falta, as câmaras… Não era mau tipo… aspecto aprumado de quem cumpriu o serviço militar… se calhar estava sozinho num qualquer deserto e quis comunicar. Não me assustou, não me roubou, mostrou trabalho perante as máquinas que inexoravelmente gravam todos os nossos gestos.

Compreendo os problemas de segurança e não sou tão inocente que acredite que não há pessoas de fazer reconhecimento fotográfico de locais que desejam destruir: mas tendo em conta que hoje se fazem vídeos com qualquer telemóvel, todas as nossas preocupações me parecem um pouco vãs.

Bem, mas agora estou aqui e posso falar livremente sobre isso… compreendendo as razões que levam a um progressivo encerramento dos pequenos países que todos somos, cada vez mais ilhas perdidas no imprevisível contacto preestabelecido.

(Ai Jesus, espero que uma certa empresa não encontre aqui provas para um processo!)


José de Arimateia, procurando os significados destes pequenos símbolos

sexta-feira, março 10, 2006

O Jardim está de luto.

O’Funk’illo Groove

O'funk'illo una manera de flipar
O'funk'illo nada nos puede parar
O'funk'illo na ma' queremos tocar
Toda la noche sin descansar

O'funk'illo es pura diversion
O'funk'illo un bailecito fankilon
O'funk'illo toda la caña canijo
Y tenemos el gran pepino
Y a las cinco de la madrugada
Llegando a tu portal

'Quillo que es lo que pasa
cuando llego a tu casa
siempre hay gana de guassa
y yo no paro de cantar

O'funk'illo pepe, java y joaquinito
O'funk'illo y de triana este suisso
O'funk'illo nosotro nunca dormimos
pero si hay que armarla, la armamo fijo!!

O'funk'illo na' ma' queremos divertirnos
O'funk'illo y salirnos del pellejo
O'funk'illo 'argo que viene de dentro
de dentro, un sentimiento verdadero
Y a las cinco de la madrugada
Llegando a tu portal

'Quillo que es lo que pasa
cuando llego a tu casa
siempre hay gana de guassa
y yo no paro de cantar

Todo el mega vassilando... O'funk'illo
la peña embrutessia y chillando... O'funk'illo
Todos paranoicos y flipando... O'funk'illo
o'o'o'...

_____

Os O’Funk’illo terminaram em Fevereiro de 2006.
O Jardim está de luto.
É só.

Babince.

quinta-feira, março 09, 2006

Da Adversidade do Quotidiano ao Analgésico Futebol

Bem, mais um dia Glorioso na terra das bolas encantadas... O motivo de dia tão agitado tem a haver com a campanha do Sport Lisboa e Benfica em terras de Sua Majestade, a Raínha dos Scones, na cidade industrial e inquieta de Liverpool. Defensivamente tenaz com dois golpes de "magia!" sentenciaram a queda dos súbtidos da Raínha Milhões aos pés (e chuteiras) dos insurrectos enviados desta piolhosa república das bananas. O Zé Labrego vai de peito cheio (não só de pêlos) pela rua fora a dizer as mais fantásticas coisas sobre tal golpe de teatro, o Koeman isto, o Miccoli aquilo, os Ingleses que se vão.... prá'colá!
Acima de tudo importa reflectir e analisar o que motiva as expressões de raiva para com a parte derrotada. Não era suposto celebrar-se a vitória, a alegria de fazer parte de um grupo que se superiorizou de forma correcta e desportiva? Então porque de transformar a guerra desportiva numa guerra fora do estádio? Nos hooligans ainda se percebe devido ao facto de serem puramente bestas... mas e no povito!!!??? Será uma forma de expulsar emoções contidas no dia-a-dia ou uma forma de não só se sentir superior aos demais por fazer parte do grupo forte, em voga, em força, em festa? Ou até quissá a forma de humilhares e calcares os outros com o "teu" sucesso, ou por te fazer falta satisfazeres o chauvinista sádico que há em ti?
O que é certo é que com o futebol, pelo menos neste país, funciona como um interruptor da luz.... liga/desliga ... liga/desliga ... ao ritmo dos jogos, das jornadas, das competições. Incendeia e apazigua o povo.

Bicho engraçado este, o humano com a infecção genética chamada "futebolite".
Num país movido à potência de 22 cavalos, com um motor de 5 litros e 2 velocidades (devagar e marcha-atrás) só se pode esperar um fraco rendimento da máquina e é uma ilusão pensar no pódium.

Mazi - dEUS eX mACHINA

quarta-feira, março 08, 2006

Tédio Para Além de 1979, Insanidade Virtual, Sociedade Redutora e O Elogio do Absurdo

Bem acho que já é Quarta-Feira, mas hoje é daqueles dias em que para mim criatividade rima com... bitoques de alumínio, como se dizia na extinta e saudosa Rádio Vox, que de certo modo faz parte do imaginário do jardim, mas como estava a dizer não sei sobre que assunto escrever, pelo que vou dizer um punhado de coisas avulsas, ou se preferirem um punhado de absurdices, pensamentos que de quando em vez me assaltam a mente. Existe uma banda chamada " Death From Above 1979 ", que por acaso acho interessante, mas mais interessante que o som acho ainda o nome da banda pois dá azo ás mais variadas interpretações, e ainda por cima foi no dito ano que eu entrei no World of Flesh. Não iria tão longe em considerar que existe apenas morte para além de 1979, nos mais variados significados da expressão, mas acredito piamente que para os chamados "groovejunkies", para o pessoal que utiliza a droga para melhor apreciar uma boa musica (classificação dentro da qual de alguma maneira me incluo) acho que se pode dizer " Tédio para além de 1979 ".Desde o final dos anos 70 que, salvo raras excepções, a criatividade e a qualidade da musica produzida deixa muito a desejar, e não me estou a referir apenas aos decadentes anos 80. Bandas como The Doors, Jefferson Airplane, Mot The Hoople e artistas como Jimmi Hendrix contam-se pelos dedos nestes últimos 30 anos. Claro que esta é meramente a minha opinião pessoal, subjectiva mas creio que várias pessoas concordam, mas isso não interessa, gostos não se discutem.

Mas a musica é apenas uma das coisas que se transformou em tédio depois de 1979, a explosão das tecnologias de informação em 80 e 90 de certo modo desumanizou as sociedades, o que parece um paradoxo, pois é suposto as mesmas aproximarem as pessoas. É um bocado absurdo estar a dizer isto estando eu a escrever num blog na Internet, mas as televisões, os telemóveis e os computadores mudaram definitivamente os relacionamentos humanos. Tenho saudades de ir á Mercearia do Sr. Manuel buscar fiambre para a minha avó fazer umas sandes para o lanche e mitrar o troco para quando vier o padeiro (que faz a ronda de porta em porta assinalando a sua chegada com uma estridente buzina) comprar uma Bola de Berlim e comê-la ás escondidas, tenho saudades do tempo em que o pessoal para comprar som tinha de andar duas semanas ou três a juntar 50 escudos para ir á baixa comprar um vinil LP. Agora um gajo vai ao Continente pela banda larga e compra CD’s á distância no site da Fnac.

Claro que é muito vantajoso e poupa-se tempo e tudo mais mas de certo modo cria nas pessoas uma certa insanidade virtual, quer dizer, há pessoal que tem o seu emprego na Internet, escusando-se a sair da casa para ir para o trabalho, arranjou a esposa num site de Adult Friend Finder etc etc e casos extremos em que indivíduos ganham fobia de sair de casa ou de falar com as pessoas ao vivo.A sociedade actual, reduz as pessoas a números de Bilhete de Identidade. De certo modo a vida é constituída por 4 etapas: Nascimento, Escola, Emprego e Morte, o Criador concede-nos a existência, a sociedade "oferece" a escola e o emprego, isto, se tivermos a sorte de vivermos num país civilizado (de acordo com a noção de civilizado que os mesmos países criaram) e de não ter nascido num bairro de lata ou numa favela. Portanto aos olhos da sociedade somos números mecanográficos com uma função pré definida e, se morrermos cedo tanto melhor, pois são mais umas coroas que o estado poupa em pensões de reforma. Citando o avô de alguém: "Existem dois tipos de pessoas, as que trabalham e as que ficam com o crédito. Eu prefiro fazer parte das primeiras pois há menos concorrência."

A sociedade como que nos mete numa redoma, o papel que temos de representar na sociedade e o ritmo de vida que esta nos impõe cerceia a busca que todo o ser humano racional faz desde o inicio dos tempos: pensar e perceber as "coisas" que segundo Kerouac são como "visões para além do alcance da visão humana". Não admira que existam tantos alienados sociais."The only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones who never yawn or say a commonplace thing, but burn, burn, burn, like fabulous yellow roman candles exploding like spiders across the stars..."Depois de algumas absurdices ditas, só me resta elogiar o absurdo, para não parecer tão mal, além disso, se Erasmus elogiou a loucura porque não elogiar o absurdo.

Aliás se tudo tivesse lógica e coerência não existiriam os Monty Python...

Saudações e Abraço!
Xiquince

terça-feira, março 07, 2006

Outros futebóis

Escrever
Não escrever

Mas o que é isso. Será somente realização pessoal, será dar algo nosso a conhecer aos outros, será um escape, será uma tentativa de nos fazer ouvir por uma maneira que não seja a via oral e pessoal. Confesso que nunca tive curiosidade de escrever seja o que fosse com intenção de realização pessoal,ou de somente transpor para o papel o que me iria pela cabeça. Tudo o que escrevi até hoje de uma forma mais pensada foi para trabalhos. Nunca senti a necessidade de me fazer ouvir pelo meio da escrita, mas também nunca fui muito de compartilhar com os outros, a não ser com pessoas muito chegadas o que mais intimo me vai pela cabeça. E em muitos dos casos o guardei para mim. Sinto que será uma forma de catarse e reflexão sobre a vida e o que se passará com nós próprios.



Construção de realidades

Realidades diversas, todos as têm, alguns mais outros menos, verdades absolutas para alguns semi mentiras para outros. Será que essas semi mentiras não serão realidades em si mesmo, ou para os que as têm? Será que para se fazer isto não se terá que fazer uma desconstrução do real, do quotidiano? Mesmo do próprio cérebro humano. Será a volatílidade do cérebro uma razão para isso?

Nos ultimos tempos tenho deparado com casos desses. Pessoas que vivem uma realidade sua, a parte de todas as outras pessoas. Será que nos devemos preocupar com essa situação ou deixar que essas pessoas continuem a viver nessa sua realidade sem interferência, porque me parece que não quererão mudar. Será isso um resultado do nosso pensamento e do deles. O que estará presente na mente das pessoas? Sim digo das pessoas porque cada um tem a sua realidade. A sua própria realidade. Diferente de todas as pessoas, composta por ideias pensamentos, simbolos, interpretações diferentes. Será por isto que nos leva sempre a desconfiar da realidade de uma outra pessoa e a aceitá-la como verdadeira e real. Certamente.

Essa realidade terá sempre impacto no lado obscuro da mente. Terá esta situação alguma importancia para a nossa construção do real, para a nossa procura da diferença ou igualdade com as outras pessoas. Porque o lado obscuro é tudo o que não deixamos transparecer pela pele da nossa "personagem", tudo o que guardamos para nós e o não expressamos.

Será que é isso que nos diferencia de todos os outros?

Jesus Rodriguez
Pendura as chuteiras depois de uma fulgurante carreira de altos e baixos

domingo, março 05, 2006

Os efeitos e os perigos ...

Bem, mais uma vez venho atrasado para o trabalho. Quem se deslocou no horário normal de funcionamento desta mercearia encontrou a porta fechada, nenhum sinal de vida vindo do interior. Mas ninguém me disse nada e de forma alguma os negócios têm andado fracos. Contudo para a próxima deixarei um papel na porta a avisar.

Agora quanto aos negócios: apesar de estar aqui a escrever não me encontro em casa, nem nada que se pareça. Aproveito os dias para partilhar algo de mim, para crescer um pouco à luz de outros olhos. Só graças à caridade é que consigo estar aqui a escrever para quem quer que queira ler. Tenho pensado muito no poder da palavra, aquilo que muitos outros já disseram e falaram antes de mim, quando elas ainda valiam de alguma COISA, e que nada ficava por comentar, quanto mais não seja era-lhes atribuído aquele tão necessário toque de loucura que as fazia serem lembradas.
Alguns exemplos disto são todos os criadores (espero não ser mal entendido) que utilizavam a democracia da palavra para poderem expressar-se, para fazer a humanidade progredir. Sei que todos vós são pessoas instruídas, cultas, que sabem tudo aquilo que a televisão quer que vocês saibam, mas permitam que eu continue a dizer coisas…

Havia quem previsse um eterno desregramento dos sentidos de forma a atingir a iluminação poética; outros acreditavam em conjunções cósmicas que iriam levar tudo a bom termo; outros ainda não acreditavam em nada, excepto na desilusão – os passos que precedem a queda. Mas evoluíam…
Deixo a vosso cargo descobrirem de quem falo porque hoje em dia é bonito ser críptico, dar pistas que arvorem o conhecimento que se possui… em suma, dar ares…
Agora fui excessivamente irónico… corro o risco de me abandonarem aqui, sozinho feito maluco a gritar disparates para incómodo de todos.

Hoje em dia para se ser escutado e “acreditado” é necessário ter um papel que o prove. Algo que nos separe dos restos da camada informe que nos rodeia. Com isso, podemos não o ser, não ver, não saber, mas somos – existimos mais completos do que nunca naquelas poucas linhas azuis ou negras, com carimbos brancos e atestados, averbamentos… com dinheiro para iluminar o caminho na perseguição do que é real para nós. Talvez já tenha dito demais…
Aproxima-se o final, o maluco emudece progressivamente e fica a um canto gozando o breve silêncio que fica quando terminam os ecos das suas palavras. Há um livro a um canto, algo que nunca ninguém recomendou, algo que um amigo encontrou num alfarrabista – e cada vez me convenço mais que os alfarrabistas, tal como as mercearias, são o local onde se encontra algo sincero. Apesar de nunca ter gostado de mostrar caminhos como os profetas faziam (para mim os “caminhos” são sagrados) há aqui um parágrafo que gostava de partilhar.

“Desde os tempos do Cro-Magnon que a nossa mente é controlada, quando o homem ensinava ao filho como aguçar a ponta de uma lança. Desde então, a mente é controlada pelos pais, professores, sacerdotes, políticos e todos os outros «comunicadores» bem sucedidos. O que é preciso evitar é que a mente seja controlada pelo ignorante, pelo doente, e pelo sequioso do poder.”

(The Beyond Within, The LSD Story, Sidney Cohen)

Agora concluam…

José de Arimateia, regressando a casa sozinho

sexta-feira, março 03, 2006

Saímos. Batemos a porta.

Andar pelas ruas do Porto é como arriscar num jogo de obstáculos em que nos vemos perante o desafio de contornar objectos, no caso, pessoas. A diferença reside somente no facto de nós sermos o elemento relativamente imóvel e as pessoas persistirem em movimentos imprevistos e inevitavelmente dignos de nota!

Duas velhotas que quase se dão as mãos e tocam as suas fartas cabeleiras fixas por um qualquer componente gasoso nocivo para a camada de ozono, movem-se de limite em limite do passeio, primeiro o esquerdo, depois o direito, mais uma vez o esquerdo, de novo o direito, entretanto colocamos um pé passeio fora e somos surpreendidos por um taxista em fúria, que conta 5 segundo até ao cair do vermelho, gritando um ruidoso “AUUU” interior do qual o cliente é dispensado de ouvir, tudo porque conseguiu o taxista/corredor ultrapassar o semáforo na linha que separa a contra-ordenação grave da muito-grave. Superamos as velhotas.

Esbarramos num indivíduo de casacão de feltro (ou algo parecido, nada que consigamos discernir, nada que nos seja possível comparar senão com feltro, talvez pelúcia fosse o mais indicado mas isso poderia denegrir um pouco a imagem de alguém que se forja com tal boçalidade). Não estão a ver por onde andam, não conseguem reparar que estou com pressa… isto dito pelo casacão de feltro. Não conseguimos efectivamente responder outra coisa que não fosse: vemos que estamos a andar no passeio e vemos ainda que o passeio é lugar para quem anda, não para quem se atira de uma loja de ferramentas e toma para si toda a largura do passeio, inclusive aquela que é ocupada por nós. Fugiu. Em fúria. Rosnando. Provavelmente lamentando o facto de não haver martelos maiores ou moto-serras que gastem apenas 1L aos cem, se possível capazes de cortar cabeças, as nossas.

foto: "Lavagem" por quase.

Velocidade de cruzeiro. Retomamos a conversa e o rumo. Levantamos as cabeças admirando as belas fachadas portuenses com a textura de quem já assistiu a muitas corridas e a incontáveis desatinos como aquele que o indivíduo da pelúcia promoveu entre nós, contudo não mais do que terão estas fachadas assistido a deambulamentos vários hoje feitos por sapatilhas e jeans, ontem por chapéu e tecido xadrez. Torneamos mais uma esquina, sentimos as densidades de luz alterarem-se esbatendo nos cinzentos pouco polidos e marcados pelo insofismável carimbo do tempo. Tempo a que muitos não resistiram para ver o que faria o tempo com as suas fachadas de cinza outrora luzidio, hoje mais Porto.

Cinquenta cêntimos. Tem cinquenta cêntimos que me empreste? Um euro e vinte para o bilhete do autocarro, sou de Amarante. Tenho uma receita, esta receita para comprar medicamentos, uma moeda. Uma moeda. Estacione aqui, aqui, aqui, aqui… desculpe, dá-me licença. Cinquenta cêntimos. Empreste! - Quando é que a cidade nos devolverá os cinquenta cêntimos que todos os dias nos pede emprestado? Por que corre o taxista e o seu cliente? Por que rosnam os feltros da cidade? Por que corres tu? Que fachadas terão todos para ver entre nós e as velhotas de frondosas armações capilares?

Um café…

Babince.

quinta-feira, março 02, 2006

Isso são outros Carnavais....

Bem hajam

Começo a rotinar a minha habituação de escrever todas as quintas-feiras para a nossa tertuliante comunidade ajardinada, todavia é essa mesma rotina que castra qualquer hipótese de vos apresentar a novidade, assim, pura e simplesmente nova.

Co-habitámos num país amorfo, cariado, amputado, onde o zé é cada vez mais ninguém e os ciganos proliferam como cerejas de quilo em primaveras inconstantes.
Co-existimos na mentira, atirados para pressupostos universais e humanizantes somos enganados ao sabor do vento que passa. Somos envolvidos como se a cabeça não fosse nossa ou mesmo até como se ela fosse propriedade de algum iluminado.
Co-navegámos num pântano onde tudo é clássico e fútil, onde o jornal da manhã traz as mesmas noticias à mais de trinta anos e, mesmo assim, ninguém é capaz de retirar delas lições do passado para ensinar o presente e precaver o futuro.
Co-enjoámos com tudo isto, com tudo aquilo que faz a roda andar e nós não vemos…

É difícil trazer-vos novidades pois mesmo que eu as tivesse elas encarnariam o clássico logo que as pensasse.

Porquê?

Talvez o planeta tenha deixado de girar, talvez os acontecimentos se repitam de x em x tempo, talvez isto seja tudo irreal, talvez seja um sonho passageiro, quiça uma azia matinal ou mesmo uma peça de fruta.
É difícil explicar o inexplicável…e, sendo assim, parece-me que tudo isto é Carnaval!
Mas Carnaval à Portuguesa, assim de cebolada e com batatinha à rodela.

É seguramente o momento de maior relevo de toda uma nação, é o dia institucionalizado que representa, retrata e celebra todos os outros dias do ano. Sinto-me particularmente feliz no Carnaval pois o país é festejado e, eu como amante assumido e fervoroso da pátria saio para a rua aos pinotes e junto-me aos milhões e milhões de populares carnavaleiros que demonstram num só dia aquilo que fazem no resto do ano que é, resumidamente, nada mas sempre numa rambóia frenética de histeria prevaricadora,hoje de bisnaga, amanhã de pistola ou decreto-lei.

É o dia da verdade, o dia em que todos nós mostrámos realmente os ciganos nos quais nos tornámos, é o dia em que todos são a favor de tudo, é o dia do perdão.É o dia onde o aferroado partidário democrata-cristão e opositor do casamento homossexual aparece num qualquer cortejo “vestido de mulher, com os lábios pintados e rodeado de foliões e travestis”. É o dia do caruncho e da mulata de Loulé. É o dia de todos os concelhos se mascararem de Rio de Janeiro com 5º graus centigrados. É o dia em que ouvimos falar de sítios que não lembram ao diabo. É o dia onde todos são mais um e cada um é o maior, o patrão. É o dia que ninguém sabe o que se festeja, mas festeja mantendo-se assim a mais velha tradição nacional: Não levar a mal.

Para mim é o Dia de Portugal.

-“Fevereiro já não dá, Carnaval a 10 de Junho já!”

-“É Portugal ninguém leva a mal.”(pensamento intrínseco de todos aqueles que têm poder para, ou que tomam decisões a qualquer nível, ou mesmo de todos nós e até daqueles que já não conseguem pensar)


É PORTUGAL NINGUÉM LEVA A MAL!!!



do vosso sempre querido…

Da Mão Criadora ou Mão "Perturbadora"

O Homem é um Ícaro, por tal partilhará seu destino, em comunhão de espírito! Não pensa em consequências! Como tal, por viver rodeado pelo erro, torna-se um Erro também. Como acontece a todos os erros a Natureza, que é Mãe Suprema, a seu tempo o corrigirá. Não se esqueçam jovens pouco maturados pela vida, a Mãe tem sempre razão.

Tudo isto só para vos relembrar que, de momento, não temos outro calhau para viver, mas mesmo assim não andamos a tratar nada bem da nossa única casa... mesmo nada bem! Uns berram pare-se com tudo, outros que não se pare com nada, pois até à chegada de um veredicto quem pára somos nós não tarda nada. "Sem àgua, sem luz e sem ar" não dá para continuar, TEMOS de tomar medidas, é IMPERATIVO, é do vosso interesse...acho eu....!

É só um PEQUENO aviso à navegação, estes mares estão cheios de escolhos e os pilotos da embarcação deixam muito a desejar (Bush, Blair, Putin, Chirac e corjas associadas). O poder reside nas mãos de quem verdadeiramente o tem e sempre teve, pois como diz Albert Camus - "Os nossos camaradas terão mais paciência do que os nossos Verdugos e serão mais numerosos do que as balas."


Graciosamente advertindo, rolando pela montanha da luxúria humana abaixo....

Mazi - dEUS eX mACHINA -

quarta-feira, março 01, 2006

A Beleza do Amanhecer, o Cidadão Quase Sóbrio e Responsável e o Coelho Branco

Este texto está a ser escrito poucos minutos depois de ter chegado a casa do trabalho, depois de mais um late night shift e poucos minutos antes de mergulhar na minha caminha e acordar lá para as 6 da tarde, pelo que a coerência e a lógica do mesmo poderão sair comprometidas, ou talvez não.
Desde quarta feira, com excepção do fim de semana, que tenho trabalhado das 11 e meia da noite ás 7 e meia da manhã, até aqui nada de especial, mas o que eventualmente poderá ter interesse, do ponto de vista humorístico, será o tipo de clientes que se dirigem a uma área de serviço no referido horário. Não vou descrever o cliente tipo mas vou contar 3 episódios elucidativos:

-Quinta Feira, 5 horas e mais alguns minutos, um clio branco com 3 gunas e uma chantrona estacionam o carro supostamente para abastecer, sai um guna a zigzagear e atira-se para cima do capot do carro, com alguma dificuldade lá se levanta dirige-se ao postigo de atendimento nocturno e dá-me dez euros para a mão e sem dizer nada aponta para o carro, eu retorqui "sim! mas qual é o combustível?" ao que o gunince, com olhos não pouco revirados, responde "Extazaisse"... A sorte é que os outros dois não estavam num estado de euforia tão adiantado e lá conseguiram abastecer, mas posteriormente ainda estiveram largos minutos parados junto á bomba com o clio a debitar musica eléctrónica, suponho que estavam a tentar acalmar a oura.

-Sexta Feira, por volta das 4 da manhã, 5 gajos num Ford Focus estacionam, um deles sai do carro e dirige-se ao postigo: "Queria um pacote de manteiga", ora eu quis pensar que seria relativamente normal, mas o problema é que o man não pediu pão... Altas horas da madrugada, 5 gajos dentro de um carro que vão a uma bomba de gasolina comprar manteiga, será eventualmente manhoso, sobretudo devido á pinta do man...

-Segunda feira, noite de Carnaval, por volta das duas da manhã, um cota bem apresentável, de gabardine, num Alfa Romeo com muito "cuore sportivo" pede um Marlboro, 10 chiclas de menta, uma garrafa de Whysky Velho e uma caixa de preservativos... Ora, na minha opinião o man ou ia surpreender a mulher mascarando-se de Cowboy ou então iria traí-la com a amante, sendo que me inclino mais para a segunda hipótese...

E agora, para algo completamente diferente....

Todas as minhas tentativas para ser um cidadão sóbrio e responsável, concretamente para deixar de beber tanta cerveja e deixar de fumar cass esbarram no refrão de uma música de Jefferson Airplane: "White Rabbit", passo a citar o mesmo "Feed your head, feed your head, feed your head, feed your head" isto na voz de Grace Slick...

Ontem, terça de manhã vinha para casa por volta das 8 da manhã a contemplar uma das raras manhãs que tenho visto no ultimo ano quando sangue no asfalto me cortou o momento contemplativo, na recta dos Caolinos um Ford cinzento esborrachado numa árvore como se fosse um carro de cartão e pelo que li hoje no jornal o gajo morreu, o que não seria de estranhar dado o estado do carro.

Bem, acho que já não consigo manter os olhos abertos por muito mais tempo, pelo que vou dormir.

Saudações e Abraço para todos os "jardineiros"!

Xiquince