quinta-feira, março 29, 2007

Mais um sinal dos tempos

Boas!

Neste momento apenas vim aqui dar uma saltada quase anónima: estou em aulas e deveria estar a fazer um exercício. Contudo, gostaria de deixar aqui um link para a edição de hoje do Diário de Notícias. Neste artigo discute-se o aumento de queixas de maus tratos para com as mulheres portuguesas. A chamada violência doméstica.
Aqui, apesar de sermos gajos do jardim e alguns de nós sermos "nihilistas sarroncos", fica o sinal e indicação de que tal comportamento anacrónico não será permitido numa sociedade inteligente... seja isso o que for!

http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=236468&idselect=21&idCanal=21&p=200


josé de arimateia, regressando ao trabalho

Eu gosto de beber álcool na rua; e tu, salazar?

amigos,

sou um gajo um bocado desorganizado e às vezes dá-me para enconar quando se trata de fazer coisas bastante simples; mas cá estamos, carago.
Cá na espanha donde mencontro, volta e meia tento por-me a par do que se passa na chamada arena mediática portuguesa; e também já li os mais recentes posts deste berlogue.
Cá na espanha donde mencontro, fui multado por beber na rua, estava a ser incívico.
No mítico bairro Raval, eu, a novia, outro amigo, um indiano ("cervesa bier...") e um boliviano guitarrante a evocar o clássico Manu.. Do outro lado, bófia, racismo, autoritarismo e outros conismos que me escuso de comentar. Que putada, he?
Convido-vos a porem-se a par do que se anda a passar em espanha com as chamadas "leyes del civismo" e sobretudo com o caso de bcn. eu próprio me encarregarei de trazer-vos também essas (as infelizes mas que às vezes até dão ganas de rir) novidades.

Agora se os portugueses estão interessados em telefonar para dizer quem é o maior português...
E se os resultados são o que são...

Paso de to'

Espírito positivo

Abraços p'ra vocês, isso é que interessa!

jóne, prestes a escutar o EP dos Teia!!

terça-feira, março 27, 2007

O vencedor e os vendidos

Boas!

Continuando numa onda contestatária à votação que nos impingiram, gostaria de partilhar convosco um poema que, para além de representativo do que é a vida de um português, foi escrito por um génio simples e desaproveitado.
Fernando Pessoa, figura cimeira da literatura portuguesa e da poesia europeia do século XX, se o seu virtuosismo é, sobretudo inicialmente, uma forma de abalar a sociedade e a literatura burguesas decrépitas (nomeadamente através dos seus «ismos»: paúlismo, interseccionismo, sensacionismo), ele fundamenta a resposta revolucionária à concepção romântica, sentimentalmente metafísica, da literatura. O apagamento da sua vida pessoal não obviou ao exercício activo da crítica e da polémica em vida, e sobretudo a uma grande influência na literatura portuguesa do século XX. Nascido a 13 de Junho de 1888, numa casa do Largo de São Carlos, em Lisboa. aos cinco anos morreu-lhe o pai, vitimado pela tuberculose, e, no ano seguinte, o irmão, Jorge. Devido ao segundo casamento da mãe, em 1896, com o cônsul português em Durban, na África do Sul, viveu nesse país entre 1895 e 1905, aí seguindo, no Liceu de Durban, os estudos secundários. Frequentou, durante um ano, uma escola comercial e a Durban High School e concluiu, ainda, o «Intermediate Examination in Arts», na Universidade do Cabo (onde obteve o «Queen Victoria Memorial Prize», pelo melhor ensaio de estilo inglês), com que terminou os seus estudos na África do Sul. No tempo em que viveu neste país, passou um ano de férias (entre 1901 e 1902), em Portugal, tendo residido em Lisboa e viajado para Tavira, para contactar com a família paterna, e para a Ilha Terceira, onde vivia a família materna. Já nesse tempo redigiu, sozinho, vários jornais, assinados com diferentes nomes. De regresso definitivo a Lisboa, em 1905, frequentou, por um período breve (1906-1907), o Curso Superior de Letras. Após uma tentativa falhada de montar uma tipografia e editora, «Empresa Íbis — Tipográfica e Editora», dedicou-se, a partir de 1908, e a tempo parcial, à tradução de correspondência estrangeira de várias casas comerciais, sendo o restante tempo dedicado à escrita e ao estudo de filosofia (grega e alemã), ciências humanas e políticas, teosofia e literatura moderna, que assim acrescentava à sua formação cultural anglo-saxónica, determinante na sua personalidade. Em 1920, ano em que a mãe, viúva, regressou a Portugal com os irmãos e em que Fernando Pessoa foi viver de novo com a família, iniciou uma relação sentimental com Ophélia Queiroz (interrompida nesse mesmo ano e retomada, para rápida e definitivamente terminar, em 1929) testemunhada pelas Cartas de Amor de Pessoa, organizadas e anotadas por David Mourão-Ferreira, e editadas em 1978. Em 1925, ocorreria a morte da mãe. Fernando Pessoa viria a morrer uma década depois, a 30 de Novembro de 1935 no Hospital de S. Luís dos Franceses, onde foi internado com uma cólica hepática, causada provavelmente pelo consumo excessivo de álcool.
Morre a pedir os óculos à irmã que velava ao lado dele.
Na minha opinião, Portugal tem de bom a literatura.
Aqui está um poema de um dos heterónimos, Álvaro de Campos:


TABACARIA

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...

Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,S
aímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.

(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.

Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,

Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.

Video killed 25 Abril

Boas!

Vou aproveitar para partilhar com vocês algo escrito durante duas horas de puro terror. Enquanto à minha volta crianças gritavam e diziam "coisas" avulsas, eu abstraía-me da aula e escrevia. E há assuntos aos quais não é possível fugir.

Diria até que é impossível não escrever sobre a nova coqueluche dos media: a "eleição" de Salazar como maior português. Entre a loucura intelectual-raivosa de esquerda e a fugaz felicitação de um país atávico e preso ao passado emerge o "Toninho", a avó feliz de Portugal: Salazar!

Provou-se algo com este "Big Brother" da história portuguesa? Aprendeu-se algo? Ao contrário de certos pensadores não acredito que esta farsa tenha morto o 25 de Abril. Simplesmente porque este já estava morto. Faltaram as forças para prosseguir numa direcção única, queimando os navios numa qualquer praia tranquila. Contudo, o que ficou provado, foi que há muita gente disposta a fazer telefonemas de valor acrescentado. Sim, porque não me venham dizer que os velhinhos saudosos que dormem às horas em que esse programa dava, que não sabem ou se esqueceram de como se lê, cujas reformas não dão - nem nunca deram - para foder pasta num luxo como esse foram os culpados. Além do mais, apesar das falhas de memória próprias da idade, ainda se devem lembrar do que era não ter nada para comer - e ter de trabalhar. Mas agora há Salazar, esse comprimido mágico que conseguiu elevar portugal ao zero absoluto, dourado (ou douradinho porque agora é mais um produto simbólico que alimenta uma fome de uma franja social) pela(s) história(s). Regressa sebastianicamente, numa noite fria e após ter vencido uma votação telefónica que faria corar de vergonha os gregos....

Agora resta saber quem votou - e porque o fizeram. Quem telefonou a encomendar um Salazar da tumba? Quem o trouxe de novo à luz quando ele já descansava da queda? - pobre velhinho!

Foram os jovens senhor! e os não tão jovens também.
Os mesmos jovens estudantes, e não só, que sob a sua mão protectora ainda estariam mais enterrados no marasmo; os mesmos jovens de cabelo à fodasse - o chamado candeeiro - que pedem BM's ao papá e se queixam das facilidades de acesso ao ensino superior; os freaks de cabelo rapado, ou nem tanto, que idiossincraticamente defendem uma raça ariana à qual não pertencem e vivem plenos de medo. Pessoas "normais" que se sentam ao meu lado na faculdade, ao vosso lado no café, que ensinam os vossos filhos todas as teorias do ódio e que acreditam que é no silêncio do povo que se fazem as melhores leis. - quando um burro fala!...

Porque era isso que "ele" era: o paizinho da pátria, mais um portuguezinho assustado que enquanto fazia saudações fascistas no Terreiro do Paço babujava as mãos de Inglaterra; que enquanto fazia estradas de macadame na europa se usava alcatrão; que enquanto contribuía para o macrocefalismo lisboeta transformava o resto do país numa aldeia ainda maior do que era; que enterrou o povo que trabalhava num analfabetismo atávico; que enquanto amealhava ouro como um ávaro , portugal, esse conceito abstracto tão caro aos nacionalistas, ficava cada vez mais para trás, mais esquecido, mais perdido nas mesmas brumas de onde o foram sacar. Nada de bom saiu da sua mente tacanha de St. Combadão - nem um ditador decente foi: onde estão as barragens megalomanas feitas à força de braço? as pirâmides de caveiras? os óculos sem olhos para os usar? (suspiro!)

Só prova que ainda hoje a propaganda torna maiores pessoas que nunca o foram!

Más notícias para andrézinho: já nem os espanhóis nos querem, a não ser que os obriguemos. O investimento é grande demais e não dá garantias.

Boas notícias para portas, que ainda há pouco aparecia num jornal a dizer que queria congregar num partido todas e várias tendências de direita...
(Paulo Portas - Pai da Pátria? PP - partido do portas? Paulo Partido em Postas? bom! deixemos os jogos de palavras!)

Agora resta saber o que se vai fazer quando chegar aquele fatídico dia 25 do mês de Abril: o dia zero para um novo portugal disseram eles - se não disseram deviam ter dito!
Será que vamos assistir a uma união entre o PNR e a Frente Nacional que, entre muitas outras coisias, lutam pela supremacia na Faculdade de Letras de Lisboa, para a fabricação de t-shirt's rosa, azul-bébé e verde oceano com uma sorridente cabeça de Salazar? - não esquecer que seriam de marca, claro! E os freraks de esquerda partirão para o combate com t-shirt's vermelhas sem marca e com estampagens do Ché e arafats (os lenços que o outro também já se foi) e camisolões vermelhos de lã nacional e colectiva com a cara de Cunhal bordada sobre o coração?

O que se provou?
A fantástica ignorância capaz de transformar pessoas no pior tipo de cegos: aqueles que não querem ver, que não querem saber e nunca souberam. Eles QUEREM ser governados: são crianças docéis que querem ser levadas pela mão nem que seja para o fundo! E nem atravessando o Tejo a nado se vão conseguir salvar!

josé de arimateia, fazendo as malas e esquecendo a nacionalidade

Carta Aberta a Sua Alteza, pela Divina Graça do Senhor nosso Rei, D. Juan Carlos de Bourbon

Por favor mande invadir esta merda, pois como diziam os Romanos...
- "Há ali na Península uns indíviduos que não se governam nem se deixam governar!"
Pois Sua Realeza, eu como seu súbdito predestinado rogo-lhe que ponha em práctica o plano de Franco que visava a conquista total de Portugal em 28 dias. (Afinal as cabeças fascistas também apareceram com boas ideias). Só 28 dias... Até acabar a tristeza, o fado de ser português!

Quereis Salazar!?
Pois então fiquem com os seus restos mortais, que a mim me da egual!

Mazi dIOS eX mACHINA

Salazar e o confronto ideológico por Portugal!

Então o velho foi eleito o melhor português! e esta hem! Mas sinceramente não me admira pois não é verdade que há dois meses ou mais se vem falando que o dito cujo vinha á frente na votação.
E depois tivemos um comentário dum gajo do CDS-PP, de seu nome Rosado Fernandes que disse que isto era um voto de protesto por causa da situação que se vive hoje em Portugal, acreditem na lata deste gajo, que no dito programa estava a defender o Marquês de Pombal, que toda a gente sabe não foi mais do que um ditador! Mas adiante, para mim o resultado de domingo não foi mais do que fruto de uma estratégia muito bem delineada por por parte do P.N.R., da Frente Nacional, e dos eternos saudosistas do fascismo que sempre estiveram entre nós . Já agora consultem o Público de segunda-feira e verão aquilo que eu estou a falar acerca do P.N.R. que neste momento disputa a eleição para associação de estudantes da Faculade de Letras da Universidade Nova de Lisboa,(não esqueçendo que um membro do P.N.R. faz parte da associação de estudante da nossa faculdade) e que segundo o Público um membros da lista X (P.N.R.) esteve envolvido no assassinato do alcino monteiro no dia 10 de junho de 1996. E que segundo a dirigente do P.N.R. Rita Vaz, queriam ganhar as associações de estudantes de várias faculdades no país todo. Tudo isto não é estranho! está acontecer perante os nossos olhos e se voçês estiverem atentos, os fascistas em Portugal mudaram de estratégia e querem obter poder através de métodos pacificos, claro, depois da morte em 89 do dirigente do P.S.R. por skinheads, e da morte de alcino monteiro também por skinheads, viram que a melhor estratégia era deixar a violênçia pelo menos até alcançarem os seus objectivos! Pois então amigos a questão que se põe, é o que é que nós vamos fazer?

segunda-feira, março 26, 2007

TV dixit , TV lex sed lex

Afinal És Mesmo Grande
Talvez Mesmo o Maior


Estava mesmo aqui sentadinho à espera disto... Assisti à parte final da chachada... O resultado foi revelado em duas fases, uma primeira que consagrou os Grandes classificados do 10º ao 4º lugar, e uma segunda fase que revelou o 3º, o 2º e o 1º lugar, respectivamente.
O resultado veio ao encontro do que eu sabia, e que todos sabíamos, mas não queriamos aceitar. O gajo ganhou e teve 41% da votação, em segundo ficou o Cunhal com 19% e em 3º ficou o cônsul com 14%, os outros coitadinhos, foi tudo residual...
Estou agora a ouvir as explicações dos opinion-makers....
Amigos...Em vez da alegação de chachada, muitos dos paineleiros adoptaram a toada da explicação do Rosado Fernandes para esta votação, que consiste mais ou menos nisto:

" Isto foi o resultado de um voto de protesto dos portuguese para com a situação actual do país, e para com o falhanço daqueles que, como todos os da nossa geração, prometeram e acreditaram num país livre e desenvolvido, o que se revelou num verdadeiro fracasso..."

Bem...preparam-se...isto analisado assim a quente, hoje domingo à noite, agora preparem-se para longas semanas de teoria socio-económico-politica justificativa deste resultado a começar já amanhã....
Desculpe...mas salazar?...A Constituição Portuguesa proíbe qualquer tipo de incitamento ao fascismo....
Ahhh...e mais ainda....ouvi dizer que no minimo fora mais de 220 mil telefonemas registados de telefones diferentes...
Portanto....Terça-Feira na Cordoaria...tragam ferros, correntes, fugantes, cocktail's molotov, metralhadoras, sarin, antrax....e vamos por ai a baixo tratar de OFERECER ESTA MERDA AOS ESPANHOIS PORQUE ESTES CARALHOS ESTÃO INFECTOS...


VIVA O REI!

segunda-feira, março 19, 2007

Fear and Loathing em Brighton








Abraço!

A ânsia do consumo

« A ânsia do consumo é uma ânsia de obediênçia a uma ordem não pronunciada.[...] todos sentem a ânsia degradante, de serem iguais aos outros no consumir, no ser feliz, no ser livre, porque é esta a ordem que inconscientemente receberam, e a que cada um 'deve' obedecer, sob pena de se sentir diferente. Nunca a diferença foi uma culpa tão assustadora como neste período de tolerânçia. A igualdade não foi conquistada de facto, mas é uma falsa igualdade recebida de presente. Uma das caracteristicas principais desta igualdade[...] é a tristeza: a alegria é sempre exagerada, exibicionista, agressiva, ofensiva.» Portugal, 2006? Não: Itália, 1974, segundo Pasolini.

in Mil folhas, Publico.

E já agora não se esqueçam de ver hoje na rtp1 á 1.20 da manhã o filme Delírio em Las Vegas, que finalmente estreia na televisão portuguesa passado quase 10 anos.


Abraço.

quarta-feira, março 14, 2007

" Gonna Bury All Our Troubles in The Sand "

Quando era miúdo lembro-me que lá nos confins de Silveirinhos, S. Pedro da Cova um dos passatempos preferidos da miúdagem ( eu incluido ) era descer colinas que tivessem erva em tampas de fogão, de preferência se estivessem húmidas, como ficavam depois de chover.
Era fantástico! Quando chegávamos ao topo da colina era uma emoção mesmo marada, e a sensação de descer aquilo sentado numa tampa de fogão era delirante! O pior era quando chegávamos lá em baixo, - " Fodasse, vou ter de subir o raio do monte outra vez para mais uma descida, mas que se foda. É fixe! "
A vista lá de cima da colina era espectacular. Era mesmo manhoso, lá em baixo, onde acabava a inclinação, tinha um caminho de terra, e mais abaixo, depois de outra inclinação, havia um campo onde estavam sempre as ovelhas de uma velha conhecida como " Ti " Maria Adélia.
Não sei porquê, mas quando estou todo cego, tenho flashbacks da infância.
Curioso, é que metaforicamente esta memória faz-me bastante sentido. Lembrei-me disto por causa desta musica:





T


Abraço!

terça-feira, março 13, 2007

Wir verlassen jetzt Öst-Portugal!

O que fazer quando não pagam,
não fazem, não deixam e não querem?
Mais, alguns até vêm tirar o que é teu!
Só há uma forma, acabar por saltar os
"berliner mauer" da vida! Encapota
a tua verdadeira essência para desfilares
com sucesso na rua... ser um amável Sr. X.
Vidas duplas...
Já te roubaram a identidade e ainda continuas a ser o mesmo!
Nem casa nos deixam ter...
Sou X, sou Y, sou Z... Só ainda não conseguimos ser nós mesmos porque
Homens ainda não deixaram, nem vão deixar de ser eles mesmos!




Vendo certos indíviduos em velocidade mortal a colocarem anéis no dedo...
E nem bufas... Até um dia... Implodires!

Mazi dEUS eX mACHINA

sexta-feira, março 09, 2007

Remodelações Governamentais

-Podem sentar-se, meus senhores - determinou o Presidente aos Ministros que, atentos, o esperavam ao longo da mesa magnífica. E sentou-se também, no lugar que lhe competia. - Parece-me ser conveniente uma remodelação integral do ministério.
Entre o silêncio respeitoso, o Presidente levou a mão discreta ao bolso interior do casaco. Tirou o apito e apitou. Três vezes.
A porta da antiquíssima sala dos Passos Longos abriu-se. De par em par. A guarda presidencial entrou e abateu os Ministros com rajadas de metralhadora competente. Todos.
- Muito bem - confirmou o Presidente, levantando-se.
O cabo Ludovino encostou a metralhadora à parede, com todo o cuidado. Esfregou o nariz, olhou em volta, sorriu e atirou o Presidente pela janela daquele quarto andar.


Leiria, Mário-Henrique, Novos Contos do Gin


josé de arimateia, abrindo a água tónica

quarta-feira, março 07, 2007

Música das Américas.






O que eu vos gostava de falar, daquilo que para mim foi uma recente descoberta a nível musical, a música latino-americana, mais precisamente dos anos 60 e 70 ; artistas como Atahualpa Yupanqui, Jorge Cafrune, Victor Jara, Mercedes Sosa, Carlos di Fulvio, todos cantores que viveram e cantaram o seu tempo , que recuperaram e relançaram o cançioneiro tradicional dos seus países com uma intensidade e energia que impressiona. Mostrando-se sempre em defesa dos seus principios mesmo que isso lhes tenha custado a própria vida como aconteceu com Jorge Cafrune e Victor Jara, e que no final nos deixaram uma obra musical rica e vasta.

terça-feira, março 06, 2007

Gut Morgen Heidelberg

enquanto a sociedade nos rouba tempo para podermos estar com quem importa e o abraço é rápido...

Até já Markx!

"O velho Dean foi-se embora, pensei, e em voz alta disse:
-Vai correr tudo bem com ele."

Kerouac, Jack, Pela Estrada Fora


josé de arimateia

domingo, março 04, 2007

Delírio em Brighton ou apenas The Eighties Matchbox B-Line Disaster

sexta-feira, março 02, 2007

Arte


A Arte só é feita por aqueles que não se apercebem que a fazem.


quinta-feira, março 01, 2007

The Eighties Matchbox B Line Disaster ( vejam vídeos desta banda no youtube )
































Se gostarem, saquem da net, ou comprem o album " Horse Of The Dog " :





















Abraço!