terça-feira, outubro 31, 2006

Constituir...

Mais a respeito do sentido que a merda tem de tomar...

Artigos 288 e 289, do 2º Título -Revisão Constitucional- da IVª Parte da Constituição Portuguesa -Garantia e Revisão da Constituição-, e diz assim...

Artigo 288º - Limites materiais da revisão-

As leis da revisão constitucional terão de respeitar:
a) a Independência Nacional e a Unidade do Estado;
b) a forma republicana de governo;
c) a Separação das Igrejas do Estado;
d) os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos;
e) os direitos dos trabalhadores, das comissões de trabalhadores e das associações sindicais;
f) a coexistência do sector público, do secto privado e do sector cooperativo e social de propriedade dos meios de produção;
g) a existência de planos económicos no âmbito de uma economia mista;
h) o sufrágio universal directo, secreto e periódico na designação dos titulares electivos dos orgãos de soberania, das regiões autónomas e do poder local, bem como o sistema de representação prporcional;
i) o pluralismo de expressão e organização política, incluindo partidos políticos e o direito de oposição democrática;
j) a separação e a independência dos orgãos de soberania;
l) a fiscalização da constitucionalidade por acção ou por omissão de normas jurídicas;
m) a independência dos tribunais
n) a autonomia dos autarquias locais;
o) a autonomia político-administrativa dos arquipélagos dos Açores e da Madeira.

Artigo 289º -Limites circunstanciais da revisão-

NÃO PODE SER PRATICADO NENHUM ACTO DE REVISÃO CONSTITUCIONAL NA VIGÊNCIA DE ESTADO DE SÍTIO OU DE ESTADO DE EMERGÊNCIA.

Como eles não declaram estado de emergência para o povo, vamos pô-los sobre estado de sítio.
Até eles vergarem...

Em todo o lado, por toda a parte, com toda a gente...

Mazi dEUS eX mACHINA

Figuretas Feiosas

Saio da minha terra por volta das onze horas da manhã, após um despetar difícil e contra-vontade...CLARO!!!...por volta das oito menos um quarto da "madrugada". Tomei um banho, vesti-me, arrumei a mochila "cigana"... quatro peidos, um arroto e estava prontíssimo a sair de casa em direcção ao barbeiro para rapar esta "juba" a que chamo carinhosamente cabelo.
Para não variar o Rui (barbeiro) chegou atrasado, toma-se café, sento-me na cadeira e enquanto a máquina destroça a minha propriedade capilar, fala-se de bola... não à maneira do Porto, mas à maneira de quem sabe ver a bola! Findo o trabalho, pago cinco euros, fico na conversa mais um pouco... espero que a chuvada passe e puxo de um cigarro... finda a chuva, estugo o passo, chego à central de camionetas. Enquanto brinco apáticamente com os joguitos do telemóvel, estão duas senhoras de idade e um senhor degenerado pela bebida, forma educada de dizer -Cota Fardeta-, a discutirem quem é afinal o patrão das condições meteorológicas, numa discussão infrutífera pois todos partiam da premissa que o TAL é como é... o de nome JIBÓBÁ...
Podia ter sido uma discussão engraçada e prolífica, se aqueles seres atávicos não se prendessem tanto ao que lhes foi impingido desde nascença... (talvez também não conheçam outra realidade!) com água benta a tua fé "rebenta"...se começares a fumegar ao Inferno vais parar... BOM!...
Após trinta minutos a ouvir crentes a filosofar sobre o "infilosofável" fiquei cinzento de apatia, por não conseguir penetrar naquele "triálogo" hermético entre antiguidades não-coleccionáveis! Senti-me obtuso e apartado da sociedade sénior, um menino pequenino outra vez... com vontade de peguntar tudo a gentes tão vetustas...
Camioneta...
...Entram broncos e saem papalvos... gajas boas, gajas más, gajas horríveis... piolhosos, mal-cheirosos...estudantes, cotas, miúdos, fardetas... e eu!
Mas quem sou? Donde vim? Para onde vou? Que sentido tem? Parte da onda que se espalhou pela praia e rolou de novo para trás, como diria Hunter S. Thompson.
Chegamos a Sta. Maria da Feira, terra de boa "rameira"... já fui muito feliz aqui, já... nos meus tempos de solteiro... Ai... as desfolhadas e os palheiros.
Uma vez o palheiro caiu e aparece a mãe dela a gritar:
- Seus porcos, ide para a puta que vos pariu!"
Ao que eu respondi:
- Senhora Católica, Apostólica, Vaticana... olhe que a Inveja é um pecado mortal... Eu cá cumpro com a minha parte e evito que a sua Rica filha enlouqueça com excesso de pudor, se entregue nos braços de Lucífer e ele a possua de forma obscena nos àtrios do Inferno! Assim sendo possuo-a Eu, mantendo a todos vós (e a ela também!) as portas do Céu abertas, por ela cumprir com a obra do Senhor.

CRUZES...!!!

... Sentam-se à minha frente, quatro vitímas dessa grande criminosa... a Genética... Não tenho coragem de olhar... é demasiado para o meu estômago... NAÚSEA!
Se somos feitos à imagem de Jibóbá, sinto-me com muita pena de quem é tão "desfigurado"... o homem das mil caras... patrão de tudo e não manda em nada... criador de tudo e regulador do nada... passa por mim uma bela bunda acompanhada de uma rica fada!
Já chega de rimas inconsequentes sobre estes bichos sobre os quais não tenho grande estima.
Ao fastio da viagem sobrepõe-se a vontade de dormir... dormir em cima de uma nuvem ortopédica (dói-me as costas), flutuar por aí... acordar algures... ser Rei e Senhor dos Ventos... Um Éolo de algibeira para me bufar à vontade... mas como tudo isto é apenas um devaneio... 'tou-me a cagar, para toda esta gente do bric-à-brac só há uma resposta... um valente TRAQUE!
Enjoado com o cheiro a merda que brota das orelhas da gentalha...
Comam merda, bebam merda, respirem merda, façam, vejam, ouçam, leiam, sejam... MERDA!
Vives feliz?
NÃO!
Podes ser feliz no meio da merda, mas não o podes ser, sendo merda... a merda só tem um sentido... FORA!
Chamem-me o que quiserem... Não me atrapalha, pois sei aquilo que sou!
Adjectivos há muitos... Verdade da identidade do sujeito há só uma... intrínseca e inalienável!

See it everyday, It never goes away...
Never slowing, Always growing...
Never going away!

Mazi dEUS eX mACHINA

segunda-feira, outubro 30, 2006

Nem sei que dizer...


Façam as vossas considerações...

Em nome do pai, da mãe e do avô mais velho...

Mazi dEUS eX mACHINA

terça-feira, outubro 24, 2006

OE pouco-cultural.

Vamos a contas: o Orçamento de Estado para 2007 (OE) contempla a cultura com uma redução em 7%. Um total de 236,8 milhões de euros; 0,4% da despesa da administração central e 0,1%… repito, zero vírgula um por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

Acham que é preciso cortar mais? Julgam ser necessário privatizar mais? Com que objectivo? Reduzir a despesa? Desculpem-me o registo, mas: Não me façam rir seus tontos! Não se trata de reduzir a despesa, trata-se de terminar com ela de vez. E uma sociedade com o norte bem definido daquilo que é o investimento (sublinho investimento) no capital humano, não pode promover tal desinvestimento nas camadas culturais que a compõem.

Estamos com as prioridades alteradas mais uma vez, como naqueles tempos em que os fundos que concederam a este país para que se instruísse e se preparasse solidamente para a selva capitalista em que nos encontramos, foram canalizados para a obra pública do betão armado e dos quilómetros de auto-estrada. Supostamente, alcatrão que deveria levar empresas a umas certas zonas industriais fora das grandes cinturas urbanas. Zonas que hoje estão vazias de tudo, porque não há quem ali saiba, sequer, o que é um circuito integrado ou um componente de um qualquer aparelho de ponta.

Infelizmente, a abundância regista-se em funcionários não qualificados, capazes de fazer tão-somente o mesmo tipo de trabalho que uma criança de 10 anos algures em Taiwan. Não por culpa sua. Mas porque alguém gastou o dinheiro da sua formação em obras que não mais fizeram que encher de ouro as bases, e os topos, do lobby da construção civil.

Hoje, há por aqui estradas. Há. Há por aqui carros e créditos-para-comprar-carros e habitação-e-apartamentos-para-mais-que-muitos. Há. O que não há é formação e pessoas armadas de conhecimento para fazer face ao “hoje” e capazes de gerar riqueza para que, agora que necessárias, se construíssem as ditas auto-estradas. Daí que o investimento na cultura continue tal qual nos parece, porque, segundo “eles”, não vale a pena gastar orçamento naquilo que o povo não consegue descodificar. O bom é que não consiga, não vá o povo saber tanto ao ponto de “nos questionar”.

Reflectir. O momento é de reflexão.

Apenas e só,
Babince
babince@gmail.com

domingo, outubro 22, 2006

Um canto, uma cadeira, uma janela, uma caneta

É a isto que cheguei: um canto, uma cadeira, uma janela, uma caneta. Espreito sobre o mundo, debruçando-me e quase caíndo para ver melhor este mundo bruto e enlameado. Sob mim e dentro do papel: 19 polícias, 5 carros patrulha, a "Carrinha" fugaz, 2 nazis entre eles. Fecham as ruas, abrem os olhos atentos e tentam comprometer-nos. A armadilha lançada sob os pés. A ilegalidade é o que se quer ver: a confluência de lugar/tempo/evento onde "Eles" se sentem mais fortes. Há milhares de gestos a que "Eles" permanecem indiferentes: racismo, xenofobia, a prepotência de quem se sente acima da lei que defende.

Querem fechar as fronteiras: identificar todos os ilegais... quem não tem o burocrático número tatuado terá de sair. A polícia que não intervém quando é chamada, que protege os já protegidos está aqui para agir junto das massas populares removendo todos os elementos estranhos e prejudiciais para a saúde da nação. A mentira da união perpetuada. Aquilo que vejo é a Europa a erguer as suas ameias; a reforçar as suas muralhas contra quem tenta recolher alguma riqueza do seu seio. A concentração de riqueza (e comida) aqui começa a escassear?
O mundo existe; as fronteiras humanas são débeis sistemas imunitários que nas mentes políticas afastam os vírus... os elementos desestabilizadores.

Queriam fechar o estabelecimento, cegos surdos e mudos a todos os papéis apresentados.
(Mais um caso de analfabetismo funcional?)
Queriam papéis, números, letras, alvarás, autorizações, vistos, bilhetes de identidade, RÁPIDO!
Caem coisas ao chão... nem um esboço de respeito pela propriedade de quem trabalha... Faltam papéis... papéis... papéis... ISSO SÃO FOTOCÓPIAS! FOTOCÓPIAS NÃO SERVEM! TEM DE SER O ORIGINAL!
Entretanto um dos bófias nazis responde a um cidadão que jantava legalmente: Está a falar comigo? Tem algum problema?
Pessoas na rua tentam espreitar para o interior... O proprietário do outro café sorria... bófias andando de um lado para o outro, vigiando, aguardando, espiando... pessoas encostadas à parede do outro lado, a ver...

O trabalho redime na nossa portugalidade? Ou é a árvore figurativa à qual subir retirando benificios da queda? Qual a justiça em hostilizar alguém que tem no seu trabalho árduo o seu ganha-pão? A sua pequena e justa dose de liberdade democrática. Muitos dos chulos que se alimentam do suor e dos calos nas mãos dos trabalhadores são os primeiros a cuspir no prato onde comem e dizem: eles não merecem estar aqui.

Enquanto tudo isto corre à minha volta penso na TV: a lenta deturpação dos factos desde a escolha da notícia a dar, até à imagem a utilizar; o vocabulário eufeminizante que esconde a bruta realidade; a mensagem implícita de que os outros tiveram azar... a culpa não é de ninguém , mas sempre dos outros. O Estrangeiro de onde a Europa e todo o mundo aprenderam desapareceu: agora há o medo; essa pessoa que é preciso recear: o Estranho.
A presença da bófia ali explica-se como: terrorismo psicológico: aparecer, ameaçar, deixar o local referenciado por quem viu, assustar clientela e possíveis clientes, servir alguns interesses amigáveis.

Isto não surpreende quando sabemos que até os varredores... o chamado almeida... não param ali para varrer, para fazer o seu trabalho.

Depois de muito barulho e exigências partem deixando uma casa vazia.. para além da hora de fecho, partem pela noite para encontrar outros males para corrigir. Ficamos nós a arranjar as mesas, a apanhar o lixo, a recolher os vasos, a limpar o chão...
A porta fecha-se.

Fecho o caderno e vou dormir... chega de mundo por agora.

josé de arimateia, preparando os alicerces

sábado, outubro 21, 2006

O boeiro

Estava eu a espera do autocarro por volta da 3h 45 da manhã quando passaram os dois lixeiros, vulgo almeida, que varrem a zona da paragem onde passa o autocarro com destino a minha casa. Não tendo nada mais de interessante para observar naquele momemto reparei no seu mester. Um empurrava o carrinho de mão onde usualmente colocam o lixo que recolhem, o outro ia a varrer o chão como lhe compete. Esse mesmo que ia a varrer o chão, com a vassoura juntava-o em direção a sarjeta, vulgo boeiro, o que reparei a seguir é que não o apanhava e metia o mesmo no carrinho mas o despejava para o boeiro. Atitude essa pensei eu pouco inteligente já que numa semana em que choveu como ja não via a mais de cinco anos o iria entupir e provocar inundações na rua, ou que seria directamente canalizado para uma ETAR perto de si ou directamente para o rio Douro. Esta será uma pergunta que no futuro colocarei a alguem responsavel do S.M.A.S. .

Nesse momento passou-me pela cabeça a analogia do que nós mesmos fazemos com o lixo que passa pela nossa vida. Independentemente de cada pessoa, muitos de nós ja nos desfizemos de muito lixo que nos passou pela mente, seja ele no ensino, nas relações pessoais, amorosas ou distantes, informação ou desinformação, televisivo ou literário, etc.
Será que o colocamos num carrinho onde vai ter a um aterro e é processado ao longo de um período longo, ou o deixamos na rua que é a nossa vida, ou o atiramos para um boeiro na nossa mente onde é dirigido para uma central de tratamento ou para um rio em direção a um nada, ou ele é tanto que acaba por entupir esse mesmo boeiro e inunda a nossa mente?
A reposta a esta pergunta talvez será feita num futuro post, ou a fazemos a nós mesmos e a guardamos para nós próprios.

A pedido de muitas famílias, Jesus Rodriguez de volta aos relvados bloguisticos.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Dharma Bums

Aqui vai um pequeno excerto...

"At seven-thirty my Zipper came in and was being made up by the switchmen and I hid in the weeds to catch it, hiding partly behind a telephone pole. It pulled out, surprisingly fast I thought, and with my heavy fifty-pound rucksack I ran out and trotted along till I saw an agreeable drawbar and took a hold of it and hauled on and climbed straight to the top of the box to have a good look at the whole train and see where my flatcar'd be. Holy smokes goddamn and all ye falling candles of heaven smash, but as the train picked up tremendous momentum and tore out of that yard I saw it was a bloody no-good eighteen-car sealed sonofabitch and at almost twenty miles an hour it was do or die, get off or hang on to my life at eighty miles per (impossible on a boxcar top) so I had to scramble down the rungs again but first I had to untangle my strap clip from where it had caught in the catwalk on top so by the time I was hanging from the lowest rung and ready to drop off we were going too fast now. Slinging the rucksack and holding it hard in one hand calmly and madly I stepped off hoping for the best and turned everything away and only staggered a few feet and I was safe on ground.
But now I was three miles into the industrial jungle of L.A. in mad sick sniffling smog night and had to sleep all that night by a wire fence in a ditch by the tracks being waked up all night by rackets of Southern Pacific and Santa Fe switchers bellyaching around, till fog and clear of midnight when I breathed better (thinking and praying in my sack) but then more fog and smog again and horrible damp white cloud of dawn and my bag too hot to sleep in and outside too raw to stand, nothing but horror all night long, except at dawn a little bird blessed me.
The only thing to do was to get out of L.A. According to my friend's instructions I stood on my head, using the wire fence to prevent me from falling over. It made my cold feel a little better. Then I walked to the bus station (through tracks and side streets) and caught a cheap bus twenty-five miles to Riverside. Cops kept looking at me suspiciously with that big bag on my back. Everything was far away from the easy purity of being with Japhy Ryder in that high rock camp under peaceful singing stars..."

Escrito por Jack Kerouac

Mazi, com a cabeça vazia de ideias e cheia de problemas....

quarta-feira, outubro 18, 2006

Rio para não "volir"! Rivolicionar por aí.

«Numa tentativa de acabar com o protesto de um grupo de actores e espectadores que se mantêm barricados há mais de 30 horas dentro do Teatro Rivoli, a Câmara Municipal do Porto decidiu cortar a iluminação ao teatro e colocar o ar condicionado no máximo do frio.»

In Correio da Manhã
Ler notícia completa.


Na mínimo inacreditável as alternativas que a Câmara do Porto (CMP) tem encontrado para procurar demover os manifestantes que tomaram a iniciativa de, em nome de pelo menos 10.457 pessoas, que até ao momento subscreveram a petição em defesa de um Rivoli Teatro MUNICPAL público em www.juntosnorivoli.com. Quero crer que boa parte destes subscritores gostaria de poder estar dentro do Rivoli neste momento. Acredito que a quantidade de pessoas pertencentes à comunidade portugal que não teve oportunidade de se manifestar on-line é bem superior ao número de assinantes. Em todo caso, não havendo sequer mais um indivíduo disponível a participar no “abaixo-assinado on-line”, este é já um número bastante expressivo.

Agora. Tentar expulsar os manifestantes através de medidas do tipo “cortar a iluminação” e “colocar o ar condicionado no máximo do frio”, parece-me soberbamente patético. Ridículo. Cómico. Que argumentos terá a CMP para além destes? Mais um foi manifestado: o de encerrar as portas que permitiam a passagem de alimentos. Como pode a CMP resolver esta questão deste modo? O que pensarão os habitantes da cidade mediante o tratamento que o “poder autárquico” está a oferecer a estes concidadãos?

A privatização do Rivoli conduzirá este espaço, como já se referiu noutros artigos deste jardim, a mediocridade da sua programação face ao que habituou a cidade, excepção feita aos meses recentes em que se tornou praticamente um espaço de aluguer. Muitos levantam o dedo acusando que o Rivoli não é lucrativo e como tal não deve ser mantido. Respondo que não vou falar novamente em “ditadura de maioria”. Pergunto: quem vai ser capaz de manter o Rivoli 300 dias por ano, rentável, sem o forrar de produções que podemos assistir, até agora, em outros espaços da cidade como o Sá da Bandeira ou o Coliseu? Será esta a melhor forma de garantir a diversidade cultural da cidade? Quem se rala com isso?

Contando que a participação da CMP na Fundação Casa da Música e na Fundação de Serralves é altamente minoritária, que papel terá a autarquia na cultura da cidade, agora que pretende demitir-se de gerir um dos poucos espaços culturais que lhe compete salvaguardar? Onde estarão as companhias de teatro da cidade? As danças? Os concertos de jazz? As apresentações de projectos de animação das associações da cidade? Quem conseguirá manter tudo isto lucrativamente? Ninguém.

Costumo defender que as indústrias, o comércio, … são actividades naturalmente vocacionadas para o lucro, para a rentabilidade que permita gerar riqueza. A cultura, a educação e a saúde, não podem ser geridas com o foco no retorno financeiro. Alinhando por estes princípios teremos serviços progressivamente de pior qualidade e cada vez mais caros. Mais caro nos livros, nos medicamentos, nos cuidados de saúde primários, nos concertos, nas exposições, nos centros de saúde, nas cantinas das escolas, etc. Num cenário de privatização, então é o desastre. Aquilo que é de todos passará a ser de alguns.

Há coisas sobre as quais o olho do negócio não deverá incidir. Antes os olhares atentos na valorização do capital humano como único e exclusivo meio de capitalizar financeiramente a comunidade portugal. De resto, convido todos quantos se sentirem capazes de valorizar uma comunidade receptiva a uma construção participada da sociedade, e que, incontornavelmente, aqui não encontram retorno, a procurar alternativas. Avaliando a quantidade de declarações que se encontram na web acerca do assunto, há também muitos que acham certa a privatização do Rivoli e a indiferença face aos desejos do que consideram ser meia dúzia de pessoas, mas a estes eu não vou falar da “ditadura de maioria”.

_________

>> Parece-me que hoje há três grandes blocos sociais. 1) Os que têm a oportunidade e a vontade de se manter informados, formados, em alerta constante em relação aos movimentos perpetrados por um 2) segundo bloco, altamente informado, formado, em alerta constante face a 3) um último bloco letárgico, que “compra” todas as ideias que o poder político lhe “vende” e que baralhado pela amálgama de coisas, factos, produtos, jd$sue#lsd%ouise, … não pensa… reage animalmente.

>> Se emite pensamentos, não são de sua autoria ou tampouco os entendeu. Ao segundo bloco agrada-lhe que assim seja. Na verdade o terceiro bloco, massivo, é presa fácil nestas circunstâncias. Mais fácil quando deseducado e sem acesso às artes, à cultura, que tantas vezes são o gatilho para as reflexões que podem colocar em causa a hegemonia do segundo bloco.

>> Não capaz de descodificar uns, o terceiro bloco também não é capaz de descodificar aquele primeiro bloco, pois fala demasiado sério e sobre coisas que, supostamente, “não colocam comida na mesa”, excepto se formos actores, músicos, iluminadores, técnicos de som, empregados de bilheteira, e por aí adiante. E assim nos mantemos.

>> Em última análise, e mesmo que vencidos todos os argumentos da arte e da cultura, o que fazem estes artistas que não defenderem a manutenção dos seus postos de trabalho e do espaço que os acolhe! Em última análise, o Rivoli não é mais do que uma de muitas unidades de produção a encerrar na comunidade portugal, no entanto esta pertence, pelo menos, aos 238.954 habitantes da cidade do Porto.


Descarregando brutalmente uma parafernália de coisas,
Babince
babince@gmail.com

sexta-feira, outubro 13, 2006

Atenção!


Às vezes é preciso ter atenção ao funcionamento da máquina, da ilusão que ela nos impõe, da nossa própria modorra e resignação, dum certo medo que nos deixa paralisados perante a sua dimensão colossal! E por isso gostaria de partilhar um pequeno texto com mais de 40 anos mas que acho que ainda reflecte a urgência de agir, mudar! Pelo menos na questão da Universidade! Um assunto que deixa muita gente angustiada. Este pequeno texto foi dito por um revolucionário chamado Mário Savio.


«We have an autocracy which runs this university. It's managed. We asked the following: if President Kerr actually tried to get something more liberal out of the Regents in his telephone conversation, why didn't he make some public statement to that effect? And the answer we received -- from a well-meaning liberal -- was the following: He said, "Would you ever imagine the manager of a firm making a statement publicly in opposition to his board of directors?" That's the answer! Now, I ask you to consider: if this is a firm, and if the Board of Regents are the board of directors, and if President Kerr in fact is the manager, then I'll tell you something: the faculty are a bunch of employees, and we're the raw material! But we're a bunch of raw material[s] that don't mean to have any process upon us, don't mean to be made into any product, don't mean to end up being bought by some clients of the University, be they the government, be they industry, be they organized labor, be they anyone! We're human beings!
There is a time when the operation of the machine becomes so odious, makes you so sick at heart, that you can't take part; you can't even passively take part, and you've got to put your bodies upon the gears and upon the wheels, upon the levers, upon all the apparatus, and you've got to make it stop. And you've got to indicate to the people who run it, to the people who own it, that unless you're free, the machine will be prevented from working at all! ...»

quarta-feira, outubro 11, 2006

Um “besta” entre tantos outros.

Chove. São as primeiras chuvas às quais sinto vontade de chamar invernosas. Inverno que não raras vezes é pano de fundo do que de mais triste se passa por essas vidas. Seguro inseguro toda a parafernália de objectos que habitualmente me acompanham: chaves, telemóveis, casacos, cadernos, livros, canetas, acessórios para uma higiene oral constante, coisas. A quem interessa tudo isto. Mal consigo organizar-me acabado de sair do carro, levanto a cabeça e os meus olhos fixam-se de pronto do outro lado da rua onde caminha um par de transeuntes. Ele, em fúria, debita palavras menos agradáveis de se ouvir àquela que é, como veremos, sua “legitima” esposa. Em abono da verdade, recorre a um vocabulário que ninguém, independentemente das conexões familiares ou outras do emissor, se sente dignificado ao ouvir. Ela está humilhada. Ele diz-lhe que não tem um tostão no bolso e que ela, na sua condição de puta-mulher só é simpática para ele quando este tem dinheiro. Portando, este “besta” não vê outra alternativa que não vociferar: puta.

Não contente com tudo o que é obrigada a escutar, ela esboça uma agressão. Segue-se a frustração de quem é francamente incapaz de competir com alguém que goza de capacidades físicas superiores. O esticar de braços para umas punhadas no peito termina em braços cruzados uns passos adiante do “besta”. O que estás a fazer? E os insultos redobram-se.

Em sentido contrário ruma um grupo de rapazes capazes dos actos menos lícitos. O meu filtro não permite avaliar se aqueles seriam diferentes de tantos outros que normalmente apresentam comportamentos idênticos e são responsáveis pela insegurança vivida junto das escolas, depenando crianças e adolescentes, cujos patamares etários estão hoje apetrechados com tudo quanto há da nova e não menos cara tecnologia. Um destes, provavelmente o mais velho e também o mais robusto, questiona o “besta” acerca do comportamento que vem tendo de há uns metros a esta parte, e se aquela é a forma de se tratar uma mulher. O “besta” atira que aquela de quem se fala é sua esposa. Foi a última frase que disse antes de ser secamente atingido com um punho bem fechado no rosto...

Um empurrão. Um virar de costas. Um alinhar silencioso ao lado da mulher que observava incrédula. Um enfiar de rabo-entre-as-pernas. Este que aqui me espolia diante da mulher a quem chamo puta é mais forte do que eu e bem capaz de me magoar. Com este não posso. Este não se limita ao esboço de umas punhadas no peito. Este age em conformidade e que bem ele se comporta diante do alvo a agredir. Talvez possa resolver tudo isto em casa. Não aqui onde sou socado, humilhado, maltratado, espezinhado, …. Não aqui onde insulto o mais fraco e me acobardo diante do mais forte. Aqui não. Aqui. Agora. Sou merda.

Fechando o carro,

Babince

Citando Almada e o GRANDE Mário Viegas...

MANIFESTO ANTI-DANTAS

Este texto virulento do jovem Almada (que contava 23 anos) terá sido escrito entre Abril e Setembro de 1916, sendo, portanto, anterior à conferência de 1917, início oficial do movimento futurista em Portugal.
Saiu este folheto de 8 páginas impresso em papel de embrulho, ao preço de 100 reis, todo grafado em maiúsculas e utilizando aqui e além, para sublinhar a onomatopeia - PIM!-, uns ícones representando uma mão no gesto de apontar. Segundo se diz, terá esgotado nos primeiros dias, por obra do açambarcamento do próprio visado. Apesar disso, ou graças a isso, o escândalo rapidamente se propalou e a polémica causada teve uma grande intensidade. É que, no fundo, não é só a pessoa de Dantas que é atacada, mas toda uma geração de literatos, actores, escritores, jornalistas, etc, que ele personificava: "Uma geração que consente deixar-se representar por um Dantas é uma geração que nunca o foi". Através da ironia e do sarcasmo, utilizando uma linguagem iconoclasta e insultuosa, abusando de exclamações, repetições e enumerações, Almada zurze o academismo instalado e os valores tradicionais que pretendia abalar.

Em suma, trata-se de um ataque implacável ao edifício cultural e artístico vigente que impedia a entrada e frutificação das novas correntes estéticas em Portugal. É Almada a abrir caminho ao Futurismo e a si próprio.(Leia-se a propósito desta querela um curioso artigo de Fernando Dacosta, que nos atrevemos a transcrever, com a devida vénia)

MANIFESTO ANTI-DANTAS E POR EXTENSOpor José de Almada-Negreiros
POETA D'ORPHEU FUTURISTA e TUDO

BASTA PUM BASTA!
UMA GERAÇÃO, QUE CONSENTE DEIXAR-SE REPRESENTAR POR UM DANTAS É UMA GERAÇÃO QUE NUNCA O FOI! É UM COIO D'INDIGENTES, D'INDIGNOS E DE CEGOS! É UMA RÊSMA DE CHARLATÃES E DE VENDIDOS, E SÓ PODE PARIR ABAIXO DE ZERO!
ABAIXO A GERAÇÃO!
MORRA O DANTAS, MORRA! PIM!
UMA GERAÇÃO COM UM DANTAS A CAVALO É UM BURRO IMPOTENTE!
UMA GERAÇÃO COM UM DANTAS À PROA É UMA CANÔA UNI SECO!
O DANTAS É UM CIGANO!
O DANTAS É MEIO CIGANO!
O DANTAS SABERÁ GRAMMÁTICA, SABERÁ SYNTAXE, SABERÁ MEDICINA, SABERÁ FAZER CEIAS P'RA CARDEAIS SABERÁ TUDO MENOS ESCREVER QUE É A ÚNICA COISA QUE ELLLE FAZ!
O DANTAS PESCA TANTO DE POESIA QUE ATÉ FAZ SONETOS COM LIGAS DE DUQUEZAS!
O DANTAS É UM HABILIDOSO!
O DANTAS VESTE-SE MAL!
O DANTAS USA CEROULAS DE MALHA!
O DANTAS ESPECÚLA E INÓCULA OS CONCUBINOS!
O DANTAS É DANTAS!
O DANTAS É JÚLIO!
MORRA O DANTAS, MORRA! PIM!
O DANTAS FEZ UMA SORÔR MARIANNA QUE TANTO O PODIA SER COMO A SORÔR IGNEZ OU A IGNEZ DE CASTRO, OU A LEONOR TELLES, OU O MESTRE D'AVIZ, OU A DONA CONSTANÇA, OU A NAU CATHRINETA, OU A MARIA RAPAZ!
E O DANTAS TEVE CLÁQUE! E O DANTAS TEVE PALMAS! E O DANTAS AGRADECEU!
O DANTAS É UM CIGANÃO!
NÃO É PRECISO IR P'RÓ ROCIO P'RA SE SER UM PANTOMINEIRO, BASTA SER-SE PANTOMINEIRO!
NÃO É PRECISO DISFARÇAR-SE P'RA SE SER SALTEADOR, BASTA ESCREVER COMO DANTAS! BASTA NÃO TER ESCRÚPULOS NEM MORAES, NEM ARTÍSTICOS, NEM HUMANOS! BASTA ANDAR CO'AS MODAS, CO'AS POLÍTICAS E CO'AS OPINIÕES! BASTA USAR O TAL SORRISINHO, BASTA SER MUITO DELICADO E USAR CÔCO E OLHOS MEIGOS! BASTA SER JUDAS! BASTA SER DANTAS!
MORRA O DANTAS, MORRA! PIM!
O DANTAS NASCEU PARA PROVAR QUE, NEM TODOS OS QUE ESCREVEM SABEM ESCREVER!
O DANTAS É UM AUTOMATO QUE DEITA PR'A FÓRA O QUE A GENTE JÁ SABE QUE VAE SAHIR... MAS É PRECISO DEITAR DINHEIRO!
O DANTAS É UM SONETO D'ELLE-PRÓPRIO!
O DANTAS EM GÉNIO NUNCA CHEGA A PÓLVORA SECCA E EM TALENTO É PIM-PAM-PUM!
O DANTAS NÚ É HORROROSO!
O DANTAS CHEIRA MAL DA BOCA!
MORRA O DANTAS, MORRA! PIM!
O DANTAS É O ESCARNEO DA CONSCIÊNCIA!
SE O DANTAS É PORTUGUEZ EU QUERO SER HESPANHOL!
O DANTAS É A VERGONHA DA INTELLECTUALIDADE PORTUGUEZA! O DANTAS É A META DA DECADÊNCIA MENTAL!
E AINDA HÁ QUEM NÃO CÓRE QUANDO DIZ ADMIRAR O DANTAS!
E AINDA HÁ QUEM LHE ESTENDA A MÃO!
E QUEM LHE LAVE A ROUPA!
E QUEM TENHA DÓ DO DANTAS!
E AINDA HÁ QUEM DUVIDE DE QUE O DANTAS NÃO VALE NADA, E QUE NÃO SABE NADA, E QUE NEM É INTELLIGENTE NEM DECENTE, NEM ZERO!
VOCÊS NÃO SABEM QUEM É A SOROR MARIANNA DO DANTAS? EU VOU-LHES CONTAR:
A PRINCÍPIO, POR CARTAZES, ENTREVISTAS E OUTRAS PREPARAÇÕES COM AS QUAES NADA TEMOS QUE VÊR, PENSEI TRATAR-SE DE SORÔR MARIANNA ALCOFORADO A PSEUDO AUCTORA D'AQUELLAS CARTAS FRANCEZAS QUE DOIS ILLUSTRES SENHORES D'ESTA TERRA NÃO DESCANÇARAM ENQUANTO NÃO ESTRAGARAM P'RA PORTUGUEZ, QUANDO SUBIU O PANNO TAMBÉM NÃO FUI CAPAZ DE DISTINGUIR PORQUE ERA NOITE MUITO ESCURA E SÓ DEPOIS DE MEIO ACTO É QUE DESCOBRI QUE ERA DE MADRUGADA PORQUE O BISPO DE BEJA DISSE QUE TINHA ESTADO À ESPERA DO NASCER DO SOL!
A MARIANNA VEM DESCENDO UMA ESCADA ESTREITÍSSIMA MAS NÃO VEM SÓ. TRAZ TAMBÉM O CHAMILLY QUE EU NÃO CHEGUEI A VER, OUVINDO APENAS UMA VOZ MUITO CONHECIDA AQUI NA BRAZILEIRA DO CHIADO. POUCO DEPOIS O BISPO DE BEJA É QUE ME DISSE QUE ELLE TRAZIA CALÇÕES VERMELHOS. A MARIANNA E O CHAMILLY ESTÃO SÒZINHOS EM SCENA, E ÀS ESCURAS DANDO A ENTENDER PERFEITAMENTE QUE FIZERAM INDECÊNCIAS NO QUARTO. DEPOIS O CHAMILLY, COMPLETAMENTE SATISFEITO DESPEDE-SE E SALTA P'LA JANELLA COM GRANDE MAGUA DA FREIRA LACRIMOSA. E ANDA HOJE OS TURISTES TEEM OCCASIÃO DE OBSERVAR AS GRADES ARROMBADAS DA JANELLA DO QUINTO ANDAR DO CONVENTO DA CONCEIÇÃO DE BEJA NA RUA DO TOURO, POR ONDE SE DIZ QUE FUGIU O CÉLEBRE CAPITÃO DE CAVALOS EM PARIS E DENTISTA EM LISBOA.
A MARIANNA QUE É HISTÉRICA COMEÇA DE CHORAR DESATINADAMENTE NOS BRAÇOS DA SUA CONFDENTE E EXCELLENTE PAU DE CABELEIRA SORÔR IGNEZ.
VEEM DESCENDO P'LA DITA ESTREITÍSSIMA ESCALA (sic), VARIAS MARIANNAS TODAS EGUAES E DE CANDEIAS ACESAS, MENOS UMA QUE USA ÓCULOS E BENGALLA E AINDA (sic) TODA CURVADA P'RÁ FRENTE O QUE QUER DIZER QUE É ABBADESSA.
E SERIA ATÉ UMA EXCELENTE PERSONIFICAÇÃO DAS BRUXAS DE GOYA SE QUANDO FALLASSE NÃO TIVESSE AQUELLA VOZ TÃO FRESCA E MAVIOSA DA TIA FELICIDADE DA VIZINHA DO LADO, E REPARANDO NOS DOIS VULTOS INTERROGA ESPAÇADAMENTE COM CADÊNCIA, AUSTERIDADE E IMMENSA FALTA DE CORDA...
QUEM ESTÁ AHI?... E DE CANDEIAS APAGADAS?
- FOI O VENTO, DIZEM AS POBRES INNOCENTES VARADAS DE TERROR... E A ABADESSA QUE SÓ É VELHA NOS ÓCULOS, NA BENGALA E EM ANDAR CURVADA P'RÁ FRENTE MANDA TOCAR A SINETA QUE É UM DÓ D'ALMA O OUVI-LA ASSIM TÃO DEBILITADA, VÃO TODAS P'RÓ CÔRO, MAS EIS QUE, DE REPENTE BATEM NO PORTÃO E SEM SE ANNUNCIAR NEM LIMPAR-SE DA POEIRA, SOBE A ESCADA E ENTRA P'LO SALÃO UM BISPO DE BEJA QUE QUANDO ERA NOVO FEZ BRÉGEIRICES CO'A MENINA DO CHOCOLATE.
AGORA COMPLETAMENTE EMENDADO REVELA À ABBADESSA QUE SABE POR CARTAS QUE HÁ HOMENS QUE VÃO ÀS MULHERES DO CONVENTO E QUE AINDA HÁ POUCO VIRA UM DE CAVALLOS A SALTAR P'LA JANELLA. A ABADESSA DIZ QUE EFFECTIVAMENTE JÁ HÁ TEMPOS QUE VINHA DANDO P'LA FALTA DE GALLINHAS E TÃO INNOCENTINHA, COITADA, QUE N'AQUELLES OITENTA ANNOS AINDA NÃO TEVE TEMPO P'RA DESCOBRIR A RAZÃO DA HUMANIDADE ESTAR DIVIDIDA EM HOMENS E MULHERES.
DEPOIS DE SÉRIOS EMBARAÇOS DO BISPO É QUE ELLA DEU COM O ATREVIMENTO E MANDOU CHAMAR AS DUAS FREIRAS DE HÁ POUCO CO'AS CANDEIAS APAGADAS. N'ESTA ALTURA ESTA PEÇA POLICIAL TOMA UM PEDAÇO D'INTERESSE PORQUE O BISPO ORA PARECE UM POLÍCIA DE INVESTIGAÇÃO DISFARÇADO EM BISPO, ORA UM BISPO COM A FALTA DE DELICADEZA DE UM POLÍCIA D'INVESTIGAÇÃO, E TÃO PERSPICAZ QUE DESCOBRE EM MENOS DE MEIO MINUTO O QUE O PÚBLICO JÁ ESTÁ FARTO DE SABER - QUE A MARIANNA DORMIU CO'O NOEL. O PEOR É QUE A MARIANNA FOI À SERRA CO'AS INDISCREÇÕES DO BISPO E DESATA A BERRAR, A BERRAR COMO QUEM SE ESTAVA MARIMBANDO P'RA TUDO AQUILLO. ESTEVE MESMO MUITO PERTO DE
SE ESTRElAR COM UM PAR DE MURROS NA CORÔA DO BISPO NO QUE (SE) MOSTROU DE UM ATREVIMENTO, DE UMA INSOLÊNCIA E DE UMA DECISÃO REFILONA QUE EXCEDEU TODAS AS EXPECTATIVAS.
OUVE-SE UMA CORNETA A TOCAR UMA MARCHA DE CLARINS E MARIANNA SENTINDO NAS PATAS DOS CAVALLOS TODA A ALMA DO SEU PREFERIDO FOI QUAL PARDALITO ENGAIOLADO A CORRER ATÉ ÀS GRADES DA JANELLA A GRITAR DESALMADAMENTE P'LO SEU NOEL. GRITA, ASSOBIA E REDOPIA E PIA E RASGA-SE E MAGÓA-SE E CAE DE COSTAS COM UM ACCIDENTE, DO QUE JÁ PREVIAMENTE TINHA AVISADO O PÚBLICO E O PANNO TAMBÉM CAE E O ESPECTADOR TAMBÉM CAE DA PACIÊNCIA ABAIXO E DESATA N'UMA DESTAS PATEADAS TÃO ENORMES E TÃO MONUMENTAES QUE TODOS OS JORNAES DE LISBOA NO DIA SEGUINTE FORAM UNÂNIMES N'AQUELLE ÊXITO TEATRAL DO DANTAS.
A ÚNICA CONSOLAÇÃO QUE OS ESPECTADORES DECENTES TIVERAM FOI A CERTEZA DE QUE AQUILLO NÃO ERA A SORÔR ALCOFORADO MAS SIM UMA MERDARIANNA ALDANTASCUFURADO QUE TINHA CHELIQUES E EXAGEROS SEXUAES.
CONTINUE O SENHOR DANTAS A ESCREVER ASSIM QUE HÁ-DE GANHAR MUITO CO'O ALCUFURADO E HÁ-DE VER, QUE AINDA APANHA UMA ESTÁTUA DE PRATA POR UM OURIVES DO PORTO, E UMA EXPOSIÇÃO DAS MAQUETES P'RÓ SEU MONUMENTO ERECTO POR SUBSCRIÇAO NACIONAL DO SÉCULO A FAVOR DOS FERIDOS DA GUERRA, E A PRAÇA DE CAMÕES MUDADA EM PRAÇA DO DR. JULIO DANTAS, E COM FESTAS DA CIDADE P'LOS ANNIVERSÁRIOS, E SABONETES EM CONTA «JULIO DANTAS» E PASTAS DANTAS P'RÓS DENTES, E GRAXA DANTAS P'RÁS BOTAS, E NIVEINA DANTAS, E COMPRIMIDOS DANTAS E AUTOCLISMOS
DANTAS E DANTAS, DANTAS, DANTAS, DANTAS... E LIMONADAS DANTAS - MAGNESIA.
E FIQUE SABENDO O DANTAS QUE SE UM DIA HOUVER JUSTIÇA EM PORTUGAL TODO O MUNDO SABERÁ QUE O AUTOR DOS LUZÍADAS É O DANTAS QUE N'UM RASGO MEMORÁVEL DE MODÉSTIA SÓ CONSENTIU A GLÓRIA DO SEU PSEUDÓNIMO CAMÕES.
E FIQUE SABENDO O DANTAS QUE SE TODOS FÔSSEM COMO EU, HAVERIA TAES MUNIÇÕES DE MANGUITOS QUE LEVARIAM DOIS SÉCULOS A GASTAR.
MAS JUYGAES QUE N'ISTO SE RESUME A LITTERATURA PORTUGUEZA? NÃÓ! MIL VEZES NÃO!
TEMOS, ALÉM D'ISTO O CHIANCA QUE JÁ FEZ RIMAS P'RA ALUBARROTA QUE DEIXOU DE SER A DERROTA DOS CASTELHANOS P'RA SER A DERROTA DO CHIANCA.
E AS PINOQUICES DE VASCO MENDONÇA ALVES PASSADAS NO TEMPO DA AVÔSINHA! E AS INFELICIDADES DE RAMADA CURTO! E O TALENTO INSÓLITO DE URBANO RODRIGUES! E AS GAITADAS DO BRUN! E AS TRADUCÇÕES SÓ P'RA HOMEM (D) O ILLUSTRÍSSIMO EXCELENTÍSSIMO SENHOR MELLO BARRETO! E O FREI MATTA NUNES MÔXO! E A IGNEZ SYPHILITICA DO FAUSTINO! E AS IMBECILIDADES DO SOUSA COSTA! E MAIS PEDANTICES DO DANTAS! E ALBERTO SOUSA, O DANTAS DO DESENHO! E OS JORNALISTAS DO SECULO E DA CAPITAL E DO NOTICIAS E DO PAIZ E DO DIA E DA NAÇÃO E DA REPUBUCA E DA LUCTA E DE TODOS, TODOS OS JORNAES! E OS ACTORES DE TODOS OS THEATROS! E TODOS OS PINTORES DAS BELLAS ARTES E TODOS OS ARTISTAS DE PORTUGAL QUE EU NÃO GOSTO. E OS DA AGUIA DO PORTO E OS PALERMAS DE COIMBRA! E A ESTUPIDEZ DO OLDEMIRO CESAR E O DOUTOR JOSÉ DE FIGUEIREDO AMANTE DO MUSEU E AH OH OS SOUSA PINTO HU HI E OS BURROS DE CACILHAS E OS MENÚS DO ALFREDO GUISADO! E (O) RACHITICO ALBINO FORJAZ SAMPAIO, CRITICO DA LUCTA A QUEM O FIALHO COM IMMENSA PIADA INTRUJOU DE QUE TINHA TALENTO! E TODOS OS QUE SÃO POLITICOS E ARTISTAS! E AS EXPOSIÇÕES ANNUAES DAS BELLAS ARTE(S)! E TODAS AS MAQUETAS DO MARQUEZ DE POMBAL! E AS DE CAMÕES EM PARIS! E OS VAZ, OS ESTRELLA, OS LACERDA, OS LUCENA, OS ROSA, OS COSTA, OS ALMEIDA, OS CAMACHO, OS CUNHA, OS CARNEIRO, OS BARROS, OS SILVA, OS GOMES, OS VELHOS, OS IDIOTAS, OS ARRANJISTAS, OS IMPOTENTES, OS SCELERADOS, OS VENDIDOS, OS IMBECIS, OS PÁRIAS, OS ASCETAS, OS LOPES, OS PEIXOTOS, OS MOTTA, OS GODINHO, OS TEIXEIRA, OS DIABO QUE OS LEVE, OS CONSTANTINO, OS GRAVE, OS MANTUA, OS BAHIA, OS MENDONÇA, OS BRAZÃO, OS MATTOS, OS ALVES, OS ALBUQUERQUE, OS SOUSAS E TODOS OS DANTAS QUE HOUVER POR AHI!!!!!!
E AS CONVICÇÕES URGENTES DO HOMEM CHRISTO PAE E AS CONVICÇÕES CATITAS DO HOMEM CHRISTO FILHO!
E OS CONCERTOS DO BLANCH! E AS ESTATUAS AO LEME, AO EÇA E AO DESPERTAR E A TUDO! E TUDO O QUE SEJA ARTE EM PORTUGAL! E TUDO! TUDO POR CAUSA DO DANTAS!
MORRA O DANTAS, MORRA! PIM!
PORTUGAL QUE COM TODOS ESTES SENHORES, CONSEGUIU A CLASSIFICAÇÃO DO PAIZ MAIS ATRAZADO DA EUROPA E DE TODO OMUNDO! O PAIZ MAIS SELVAGEM DE TODAS AS ÁFRICAS! O EXILIO DOS DEGRADADOS E DOS INDIFERENTES! A AFRICA RECLUSA DOS EUROPEUS! O ENTULHO DAS DESVANTAGENS E DOS SOBEJOS! PORTUGAL INTEIRO HA-DE ABRIR OS OLHOS UM DIA - SE É QUE A SUA CEGUEIRA NÃO É INCURÁVEL E ENTÃO GRITARÁ COMMIGO, A MEU LADO, A NECESSIDADE QUE PORTUGAL TEM DE SER QUALQUER COISA DE ASSEIADO!
MORRA O DANTAS, MORRA! PIM!

José de Almada-Negreiros

POETA D'ORPHEU
FUTURISTA
e
TUDO


Mário... volta...
Fazes falta... tu e as tuas Vieguices...!

segunda-feira, outubro 09, 2006

Dando lugar à senhora

Boas!

Fui agradávelmente surpreendido hoje quando cheguei a casa e segui o ritual de abrir a caixa de correio electrónica... Tinha lá uma frase que me mandou alguém especial. Irei partilhá-la convosco neste post - por isso, quem pensava que eu ia falar da "velha senhora" pode fechar já a página...

Deixando falar a minha senhora:

"As mulheres complicam a vida aos homens para os obrigar a simplificá-la e a manter assim acesa a chama criadora"

Não pude deixar de partilhar esta frase do Sr. Boris Vian.

Joana, "puxando a brasa à sua sardinha"


eu digo: tu e esse senhor são donos de toda a razão do mundo... :D

josé de arimateia, abrindo e segurando a porta

Alguma Falta de Ar

Alguns dizem que é uma tempestade para onde somos atirados como um cão sem um osso (Riders on The Storm), outros mais pessimistas dizem que é uma hedionda viagem por um labirinto de tormento, outros dizem que é uma bela viagem, mesmo não sabendo onde vai acabar.
Falo, claro, dos 60/70 anos (em média) que nos foram concedidos e da realidade, ou espectro da realidade, a que, sem saber como, nem porquê, viemos parar. Existe uma unica certeza, todos concordarão que é um milagre, não no sentido religioso, mas tendo em conta que não conseguimos explicar a nossa própria existência, é algo que nos transcende, filósofos, cientistas e padres/teólogos podem especular mas esbarram sempre no mesmo: o absurdo.
Eu até acredito em Deus, não o Deus da Igreja Católica ou de qualquer outra religião, mas o Criador do Universo, a fonte de onde emana toda a energia e sentimentos agradáveis que tornam a existência humana ligeiramente divina.
Só que o absurdo da realidade quotidiana, e o facto de ter alguma dificuldade em lidar com ela num estado de consciência normal, sufoca-me um bocado, o nada absoluto de que está cheia dá-me uma certa vontade de vomitar.


" ...Assim decorria a vida pacífica de Akáki Akákievitch, conselheiro titular, um funcionário de cargo pouco digno de nota num departamento ( transcrevia documentos á pena 12 horas por dia) que, recebendo um vencimento anual de 400 rublos, sabia estar contente com a sua sorte, e assim decorreria talvez até á sua profunda velhice não fora existirem desgraças várias que se atravessam nos caminhos da vida... não só dos conselheiros titulares mas também dos conselheiros privados, efectivos, áulicos e de todo o género de conselheiros, mesmo daqueles que não aceitam nem dão conselhos a ninguém... dos czares e dos soberanos deste mundo."

" Por pouco não desatou a rir de alegria. Contudo, nada neste mundo é duradouro, e por tal, também a alegria do segundo minuto já não é tão viva como a do primeiro; ao terceiro minuto fica ainda mais fraca e, por fim, acaba por fundir-se com o estado de ânimo normal, como o círculo que a pedrinha faz na água se adelga e finalmente se funde na superfície lisa do charco. "


Nikolai Gogol
em "Histórias de São Petersburgo e Outros Contos"




Saudações e Abraço!

As minhas desculpas ao jardim pelo longo período de ausência.

domingo, outubro 08, 2006

Bófia!


Há alturas em que vocês metem um nojo...
É a lei do Texas e do dinheiro...
Filhos da puta sem costume!
Desmiolados...

sábado, outubro 07, 2006

Os mistérios d’ ”isto”.

Isto ‘tá mau!” - Não há outro pregão que não este: “Isto ‘tá mau!” Mas o que vem a ser “isto”? Do que se trata isto? “Isto” é o quê?

Pensem n’ “isto”.


Segurando o queixo,
Babince
babince@gmail.com

quarta-feira, outubro 04, 2006

Curiosidades da Boca do Povo...



Duas frases ouvidas numa emissão da SIC em 29 de Novembro de 2003 (repetição da série Camilo na prisão, em ambas trata-se de Camilo dirigindo-se ao seu companheiro de cela)

«Se estás aqui não é para te emendares ou reabilitares, estás aqui para eles se vingarem de ti».
«O único lugar onde ainda tens privacidade é a tua cabeça ... só lá é que podes andar em liberdade».



[Os estrangeiros] não percebem Portugal nem os portugueses.
Acham que é ausência de personalidade esta nossa irresistível e secular vontade de receber bem.
Acham que é inferioridade esta nossa forma de gostar de agradar aos outros.
Acham que é subalternidade esta nossa cultura de condescendências e de abertura às diferenças alheias.

Vítor Serpa (a respeito do Sr. Souness)
A BOLA
24-10-98


"Why are we honoring this man? Have we run out of human beings?"--Milton Berle

"I didn't attend the funeral, but I sent a nice letter saying I approved of it."- Mark Twain

"Some men are born mediocre, some men achieve mediocrity, and some men have mediocrity thrust upon them."--Joseph Heller, Catch-22

"He is one of those people who would be enormously improved by death."--H. H. Munro

"Outstanding question, perhaps the finest question I have ever received -- for me to poop on."--Triumph

...e algumas últimas palavras proferias antes do expirar final...

"Well, one of us had to go." - Oscar Wilde, while looking at the wallpaper of the room he lay dying in.

"I told u I was hardcore." -Brandon Vedas, typed to an IRC room watching him on his webcam. Vedas deliberately overdosed on prescription painkillers.

"I feel here that this time they have succeeded." - Leon Trotsky

"You can be a king or a street sweeper, but everyone dances with the grim reaper." - Robert Alton Harris, put to death in the Gas Chamber

"A dying man can do nothing easy." -Benjamin Franklin

"How about this for a headline for tomorrow's paper? 'French Fries." -James French, sentenced to death in the Electric Chair

"You're fired." words mouthed silently by death row inmate Leslie Dale Martin, to his lawyer sitting in the viewing area, before being executed by lethal injection

"Go on, get out! Last words are for fools who haven't said enough!" -Karl Marx, to his housekeeper

"¿Quién es?" (Who is it?) -Henry McCarty, aka Billy The Kid

"Why not?" -Timothy Leary

"Oh shit." -Marc Lepine, before putting the gun below his face and firing

domingo, outubro 01, 2006

A palavra à Cultura.

As hostes estão a alinhar-se para que se apare a relva e se reguem os canteiros. Entretanto, vamos dar a palavra: http://www.juntosnorivoli.com

No pressing,
Babince

o meu velho eu

Boas!

Se há pouco falei do novo, agora dedico-me ao antigo. Não há cá fugas...

Apesar de adorar aquilo que estou a fazer, a actividade na qual procuro evoluir, trabalhar é muito difícil. Nada é pagamento para a perda dos momentos importantes entre quem é importante para nós... e é muito difícil encontrar energia e tempo e espaço para conjugar tudo.

Esse ténue equilíbrio que nos dá a sanidade diária e nos indica o que é importante, a realidade à qual temos de dar atenção. As pessoas não estão aí para sempre, existem todos num precário equilíbrio entre a existência e o esquecimento contra o qual é preciso lutar; tomar armas nas mãos e arrancar tempo ao tempo. Infelizmente nem sempre isso é possível e a solidão vai erguendo muros à nossa volta: muros esses a que tentamos escapar com a tecnologia que nos enche as casas, os bolsos, os olhos... e por esses olhos morremos, tentando amealhar dinheiro para o fútil. E tudo e todos crescem e mudam à nossa volta.

Estou a ouvir Zero-7 porque não posso da cabeça: estive 90' fechado dentro de um pavilhão a ouvir uma claque feminina armada de bombos e vozes esganiçadas a urrar pela sua equipa... a lutar fora para que eles saiam vitoriosos dentro... Uma perda de tempo, apesar da vitória.
Esta música leva-me para sítios e tempos muito bons... Redescobrir-me na Primavera, encontrar forças no café matinal quando abria olhos para novos mundos brilhantes de cor...
Não tenho conseguido tocar-lhes... mas trago-os sempre comigo, no olhar, na mente, no corpo.

Assim como o jardim original... O éden da juventude. "oh pessoal, vai aí uma peladinha?"... jogar assim dá gosto! Sem gajos a gritar fora das linhas... E poder parar a fumar um com os mans da equipa "adversária"... e crescer e aprender na capacidade de escutar...

Bom... "oh tempo volta pra trás...", mas não... há que criar a partir do presente, de pés bem assentes no que se viveu.

josé de arimateia abraçando passado, presente, futuro e todos os irmãos e irmãs que perceberam

O meu novo eu

Boas caríssimos!

Espero que esteja tudo bom nos vossos jardins. Que o sol brilhe neles mais do que tem brilhado nas ruas. Como já devem ter depreendido pelo título do post, hoje, vamos falar de mudança. Sim, porque ao contrário do que nos fazem crer as mudanças fazem bem...

Agora trabalho... profissionalizo-me lentamente como tudo o mais neste país... Como em qualquer caso um novo trabalho acarreta mais responsabilidades, horários, stresses, mudanças na vida que, invariavelmente, alteram as cores do espectro com que se vê o mundo. Pensei em escrever algo abordando isso - numa ténue homenagem "à nata da imprensa desportiva".

Hoje foi um dia de trabalho fazendo aquilo de que gosto, aquilo que me faz esquecer de tudo o resto à minha volta na efémera procura de um momento. Mas convém estar sempre atento às costas... nunca se sabe. Tento honrar quem atrás de mim veio tentando trazer até às massas embrutecidas ou não a informação que lhes interessa. Criar todo um jogo visual apelativo e de qualidade para alegrar os olhos.

Agora gosto de desporto: futebol, futsal, hóquei, andebol, ginástica rítmica, hóquei em campo, futebol na lama, coixo, coixo, coixo.... inumeráveis modalidades que são o meu ganha-pão.. o chamado sustento.

É em honra de todos estes heróis populares que vieram substituir as justas medievais que vos convido a ver os "bonecos" deste blog: http://cromodoscromos.blogspot.com/

Divirtam-se!

josé de arimateia, clicando por aí