domingo, outubro 01, 2006

o meu velho eu

Boas!

Se há pouco falei do novo, agora dedico-me ao antigo. Não há cá fugas...

Apesar de adorar aquilo que estou a fazer, a actividade na qual procuro evoluir, trabalhar é muito difícil. Nada é pagamento para a perda dos momentos importantes entre quem é importante para nós... e é muito difícil encontrar energia e tempo e espaço para conjugar tudo.

Esse ténue equilíbrio que nos dá a sanidade diária e nos indica o que é importante, a realidade à qual temos de dar atenção. As pessoas não estão aí para sempre, existem todos num precário equilíbrio entre a existência e o esquecimento contra o qual é preciso lutar; tomar armas nas mãos e arrancar tempo ao tempo. Infelizmente nem sempre isso é possível e a solidão vai erguendo muros à nossa volta: muros esses a que tentamos escapar com a tecnologia que nos enche as casas, os bolsos, os olhos... e por esses olhos morremos, tentando amealhar dinheiro para o fútil. E tudo e todos crescem e mudam à nossa volta.

Estou a ouvir Zero-7 porque não posso da cabeça: estive 90' fechado dentro de um pavilhão a ouvir uma claque feminina armada de bombos e vozes esganiçadas a urrar pela sua equipa... a lutar fora para que eles saiam vitoriosos dentro... Uma perda de tempo, apesar da vitória.
Esta música leva-me para sítios e tempos muito bons... Redescobrir-me na Primavera, encontrar forças no café matinal quando abria olhos para novos mundos brilhantes de cor...
Não tenho conseguido tocar-lhes... mas trago-os sempre comigo, no olhar, na mente, no corpo.

Assim como o jardim original... O éden da juventude. "oh pessoal, vai aí uma peladinha?"... jogar assim dá gosto! Sem gajos a gritar fora das linhas... E poder parar a fumar um com os mans da equipa "adversária"... e crescer e aprender na capacidade de escutar...

Bom... "oh tempo volta pra trás...", mas não... há que criar a partir do presente, de pés bem assentes no que se viveu.

josé de arimateia abraçando passado, presente, futuro e todos os irmãos e irmãs que perceberam