O boeiro
Estava eu a espera do autocarro por volta da 3h 45 da manhã quando passaram os dois lixeiros, vulgo almeida, que varrem a zona da paragem onde passa o autocarro com destino a minha casa. Não tendo nada mais de interessante para observar naquele momemto reparei no seu mester. Um empurrava o carrinho de mão onde usualmente colocam o lixo que recolhem, o outro ia a varrer o chão como lhe compete. Esse mesmo que ia a varrer o chão, com a vassoura juntava-o em direção a sarjeta, vulgo boeiro, o que reparei a seguir é que não o apanhava e metia o mesmo no carrinho mas o despejava para o boeiro. Atitude essa pensei eu pouco inteligente já que numa semana em que choveu como ja não via a mais de cinco anos o iria entupir e provocar inundações na rua, ou que seria directamente canalizado para uma ETAR perto de si ou directamente para o rio Douro. Esta será uma pergunta que no futuro colocarei a alguem responsavel do S.M.A.S. .
Nesse momento passou-me pela cabeça a analogia do que nós mesmos fazemos com o lixo que passa pela nossa vida. Independentemente de cada pessoa, muitos de nós ja nos desfizemos de muito lixo que nos passou pela mente, seja ele no ensino, nas relações pessoais, amorosas ou distantes, informação ou desinformação, televisivo ou literário, etc.
Será que o colocamos num carrinho onde vai ter a um aterro e é processado ao longo de um período longo, ou o deixamos na rua que é a nossa vida, ou o atiramos para um boeiro na nossa mente onde é dirigido para uma central de tratamento ou para um rio em direção a um nada, ou ele é tanto que acaba por entupir esse mesmo boeiro e inunda a nossa mente?
A reposta a esta pergunta talvez será feita num futuro post, ou a fazemos a nós mesmos e a guardamos para nós próprios.
A pedido de muitas famílias, Jesus Rodriguez de volta aos relvados bloguisticos.
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