terça-feira, janeiro 30, 2007
quinta-feira, janeiro 25, 2007
...Com a Verdade Me Esganas...
O impacto causado com a revelação que vos fiz não está muito longe do impacto que senti quando colocado na mesma situação há duas semanas atrás.
A brusca constatação de que, apesar dos frequentes afagos revolucionários, afinal o gajo era, para muita gente o grande dono da razão, configura-se num primeiro momento como uma bomba atómica detonada no espírito racional daqueles que, como eu, cresceram no país pós-abril.
Mas, num segundo momento, aquela que foi bombástica novidade, que encarnou o absurdo explanando-se por conjecturas ficcionais, começa, perigosamente, a fazer a algum sentido.
Parece-me que devo contextualizar.
Já todos tínhamos percebido que nos últimos anos havia uma exacerbada loucura por tudo o que era recorde elegível para o Guiness, e que os portugueses estavam na "linha da frente", tornando-se a par dos tigres asiáticos, nos mais ferozes competidores no que a recordes estúpidos dizia respeito.
Ora, como qualquer moda portuguesa, isto mais não foi do que uma transposição das tendências centro-europeias esgotadas e que no momento precisavam de um espaço suficientemente estupidificado para dar continuação a esse potente mercado dos concursos massificados, tendo como expoente máximo o consagrado "Guiness Book of Records".
Como no caso dos ciganos romenos que se fixam em Portugal porque para ocidente resta apenas o Atlântico e provavelmente eles não são grandes nadadores, também os recordes se esgotaram nessa enorme fronteira marítima que nos caracteriza.
Uma vez esgotado o formato havia a necessidade de reformular o género, e provavelmente uma das variação propostas foi, à semelhança do que acontecia por essa Europa fora, a realização de um concurso com um grau de seriedade elevado, que garantisse uma participação universal de todos os habitantes que têm um normal acesso à informação.
Passando às características do concurso, ele propõe a eleição durante três fases eliminatórias da maior figura nacional de sempre, através da votação por chamada de valor acrescentado naquela que cada um considera como sendo a pessoa mais importante de todos os tempos para o país.
Até aqui tudo bem...
O problema acontece quando após duas eliminatórias surge entre os dez possíveis candidatos a Grande Português, aquele que aparentemente a maioria das pessoas considerava como o maior inimigo da pátria de todos os tempos.
E, sendo o concurso auditado pela PricewaterhouseCoopers, qualquer tentativa de abafar esta realidade fica fora de hipótese, e ainda bem, ou então cairíamos em práticas identificadas com essa mesma pessoa.
O caso ganha contornos fantásticos quando para além dessa pessoa fazer parte dos dez elegíveis, é apresentada uma classificação dos restantes 90, dos 100 que passaram à segunda eliminatória.
Só para nos situarmos...em 11º ficou Salgueiro Maia, em 12º Mário Soares, em 14º Amália, em 15º Eusébio, e por aí fora.
Analisando os resultados, e sabendo que de entre os dez elegíveis as figuras mais recentes são o gajo e o Álvaro Cunhal, não hesito em afirmar que seguramente o gajo foi de todos o mais votado. E que seguramente o gajo vai ser eleito como o Maior Português de Sempre.
Não me causaria grande surpresa...porque vendo as coisas por outro lado, e sabendo que a história é também um conjunto de estórias, provavelmente não nos contaram a estória toda...
Mas não queria para já especular...
NA CERTEZA PORÉM, FICO DESDE JÁ À ESPERA DO RESULTADO FINAL, E ATÉ ERA BOM QUE FOSSE O PREVISTO...PODIA SER QUE ASSIM, E DE UMA VEZ POR TODAS, ALGUÉM CONTASSE A ESTÓRIA TODA....
PORQUE...MEUS MENINOS....ALGUÉM VAI TER DE EXPLICAR ISTO!!!!!!!!!!!!!!!!!
Beijinho
Feios, Porcos e Maus.
Os assuntos que ciclicamente andam na ordem do dia neste nosso país (estou um bocado inseguro que seja esta a melhor definição de Portugal) matam-me de riso mas ao mesmo tempo deixam-me semelhante fastio que ás vezes sinto uma ou outra náusea, é que são sempre os mesmos.
Há fases em que o caso Casa Pia vem outra vez á baila, dizem que afinal os miúdos não são credíveis, são uns marginais e se calhar a corja do Carlos Cruz até enrabava devagarinho e suavemente, e o dito até escreve livros pelo meio (juntamente com o livro da Creolina Salgado são sérios candidatos a best-seller um dia destes).
A corrupção nas autarquias, fugas para o Brasil, povo a aplaudir a Senhora do saco azul. ABSURDO!
Noutras alturas dia sim-dia-não cai uma baliza em cima de um miúdo, e não se fala de outra coisa: -Ai, a partir de agora nunca mais deixo o meu Joãozinho jogar a bola na escola, pelo menos se o escolherem para guarda-redes!
Outras fases há em que a conversa são os apitos dourados e os casos Mantorras, e o 25 de Abril no futebol português, e o ano zero da verdade desportiva, parece que foi ontem, lembro-me do ridículo luto decretado pelo Sporting pois segundo José Roquete tinha morrido a verdade desportiva... Jogavam de preto e tudo, enfim...
E claro ainda me recordo bem da mítica frase de Santana Lopes numa qualquer edição dos Donos da Bola quando era presidente do Sporting: " O futebol tem de mudar, o futebol tem de mudar e eu estou aqui para isso."
Há alturas em que o assunto de que toda a gente fala é a brutalidade da polícia, agentes que disparam para os pneus mas acertam no meio da testa de um indivíduo que não parou na operação STOP porque tinha o seguro caducado. - Foi sem querer pá! Diz o agente - A culpa é desta arma que já está em uso desde os tempos do Ultramar e tem a mira desafinada.
Na presente fase, o assunto na ordem do dia é o aborto. Já ‘tou farto de levar com propaganda pelo SIM, pelo Não, pelo NIM, pelo SÃO.
Já que somos obrigados a levar com estes circos, como disse Andrézinho, decorei o meu maço de Ventil Mini Box com uma imagem alusiva ao circo vigente que ilustra bastante bem os palhaços que fazem parte desta grande tenda circense (acho que esta designação se adequa melhor a Portugal do que a palavra país) que é Portugal:
Saudações e Abraço!
a musica que nos dão...
"A Vida Que Eu Escolhi", de Tony Carreira, está novamente no primeiro lugar da tabela nacional de álbuns mais vendidos. A subida reacende a disputa pela liderança entre três dos maiores fenómenos de vendas dos últimos meses (todos eles portugueses): o próprio Carreira, André Sardet e 4 Taste.
As quatro platinas já alcançadas pelo álbum de Carreira foram suficientes para destronar "Acústico", de Sardet (seis platinas), que na semana anterior tinha regressado ao trono e cai agora para a segunda posição. O álbum de estreia homónimo dos 4 Taste (com a marca de tripla platina) mantém-se em terceiro lugar. Mais abaixo, no sexto posto, está uma novidade: a entrada directa do novo álbum de Carla Bruni, "No Promises". É de registar também o regresso de Nelly Furtado ao grupo dos "dez mais": "Loose" sobe da 13ª para a nona posição. De acordo com os dados da Associação Fonográfica Portuguesa, foram os seguintes os dez álbuns mais vendidos na semana passada:
quarta-feira, janeiro 24, 2007
Portugueses...
Se vocês se deixam levar pela prosápia da televisão que quer fazer de um ditadorzeco o maior Português de sempre, ou pior concordarem sequer com a presença desse enorme filho da puta que foi António de Oliveira Salazar, nos 10000000 mais, só me resta uma de duas coisas... Amaldiçoar-vos até à quinquagésima geração ou acabar com as vossas linhagens AGORA... Escolham bem antes de morrerem mal como sempre morreu o português na sua própria terra... Os maiores portugueses de sempre somos todos nós que fazemos o nosso dia-a-dia, sabe lá o Diabo como, para que todos esses possam viver em pedestais mesmo depois de apodrecerem!
E continuamos a sorrir, a chorar, a viver, a amar e a sofrer sem necessidade.
Querem ser alguma coisa, sejam vocês mesmos.
Somos os Maiores, só por uma razão... Somos Portugueses...Em todo lado, com tudo, com todos, a fazer tudo e mais alguma coisa... Ser Português é um On The Road constante, com todas as suas agruras e alegrias. Ser Português é nascer com o mundo no horizonte.
Se Cristo fosse Português tinha arranjado um qualquer sobrinho taxista da Helvécia (Suíça) para tomar o seu lugar na cruz.
Só mais uma nota, Viriato é Hispânico sim, mas da parte Espanhola.
Mesmo que ele fosse da nossa parte cheira-me que emigrava e ia trabalhar para as obras em Lutécia (Paris).
Orgulho-me de ser Português, mas não me orgulho deste Portugal que sinceramente está como sempre esteve... Parado por causa de concepções e morais.
Dixit.
Aqui, em qualquer lado, morto ou vivo, serei sempre Português... mesmo que ás vezes não queira, pois Senhores do Poder desde 1700 e troca-o-passo dão-me vontade de pegar fogo a tudo e ir embora a berrar... Cometi este acto por ser Português demais para certas coisas.
Vivam os Portugueses de todas as raças, cores e credos... Todos, menos esses porcos nacionalistas que agoram andam para aí à espera de levar com um pau nos cornos.
Mários Machados, Paulos Portas, Cinhas Jardins, Josés "Castelo-Branco" Vieiras, Manueis Monteiros e todos esses palhaços/burros/montes de esterco... Este NUNCA será o vosso Portugal! Aqui me comprometo a lutar contra essas forças, por mim e pelos meus. Ouviram!?
Sei que não perceberam, mas pelo menos ouviram? NEM QUE TENHA DE VOS AFOGAR COM O MEU PRÓPRIO SANGUE... Eu também estou pronto a defender a minha terra, mas contra animais como o Mário Machado... que nem o título de pessoa merece... Bichos infecciosos. A terra está enferma por causa de pessoas como vocês.
Mazi dEUS eX mACHINA, liderando um grupo de pessoas que só querem viver e deixar viver.
Revolta...
Esta loucura não é minha,
Que terei de fazer?
Ir ali encher-me de coca e putas,
Ou apenas revelar o meu ser!
Que me pedes?
Tudo aquilo que não deves...
Nada me deste...
Tudo fiz pelo melhor e nem uma ponta de respeito...
Agora apenas quero dar aquilo,
Que o meu medo deixar passar.
Mais nada te direi...
Mais nada deixarei...
Para ti que não viste nem respeitaste,
O Homem que à tua frente se colocou...
E só muito tarde abriu os olhos e Acordou...
Não passas de lixo.
Como lixo serás tratada.
Assim foi escrito, assim será feito.
IRA!
Mazi dEUS eX mACHINA, sangrando profusamente de várias facadas nas costas.
terça-feira, janeiro 23, 2007
Parabéns ao Jardim
É com imenso prazer que venho parabenizar-nos por sermos um blog que além de abranger todas as temáticas humanas e desumanas também, ao mesmo tempo, temos a capacidade de nos extendermos aos quatros cantos do globo.
Antigua e Barbuda são ilhas caribenhas situadas no mar das Caraíbas, a leste sueste de Porto Rico.
segunda-feira, janeiro 22, 2007
Antes que o fantasma dê um ar da sua graça.
Deixo uma sugestão: é só!
Não andarei longe da verdade se disser que não vejo televisão. Raríssimas vezes gasto o meu tempo com esta forma de entreter. O comentário de Andrézinho a um post deste jardim, trouxe-me ao conhecimento que algo de muito mau está para acontecer na estrutura colectiva onde, por agora, estou inserido.
Babince
Aborto: acerca da liberdade de opção!
Não tinha a mínima intenção em abster-me de abordar a questão do aborto aqui pelo jardim. Um recente comentário a um texto publicado por estas bandas - Ver Aqui -, proferido por alguém que se intitula “o engenheiro”, desencadeou este post, e fez-me sentir bem de perto a agressividade que impera quando o povo é chamado a debater assuntos sérios. Como faço parte do povo, tomo a liberdade de colocar alguma ordem na casa.
Babince
quarta-feira, janeiro 17, 2007
Exposição em Aveiro
fotojornalista
dizem que a fotografia hoje está desligada de qualquer intencionalidade; que deveria representara época de vazio niilista e consumista em que embrenhamos e mergulhamos o olhar brincando aos cegos. recuso essa instrumentalização: mais do que nunca a fotografia pode ser a visão que perdemos: o olhar completo. tento através da minha fotografia mostrar isso: partir da realidade para a análise e a abstracção. tento que as imagens poluídas pelas mentiras que nos alimentam desapareçam como miragens: a realidade, seja ela qual for, está aí para ser reconhecida.
reuni um conjunto de imagens (mais um Porto entre os muitos de quem nele vive), um olhar sobre a cidade, as suas cicatrizes, as suas impressões em mim. simplificando, procuro “a cidade” – aquilo que todos sabem que existe e ninguém consegue definir. de cidade em cidade encontrando um caminho possível até à saída.
Esta exposição estará patente no Clube Galitos em Aveiro até ao final de Fevereiro. Esta quinta-feira haverá um concerto de Funkyard (www.funkyardrevolution.com) com entrada livre. Apareçam por volta das 23 horas.
quinta-feira, janeiro 11, 2007
portugal idiotia absoluta (engane-se quem ainda nos julga uma nação de poetas)
Boas
tenho estado silencioso, no meu canto, seguindo as notícias... lendo os posts... deixando que a minha enorme vontade de emigrar cresça até à explosão...
cheguei a casa e, enquanto me preparava para estudar para um exame duma disciplina cujo trabalho final não foi entregue, aproveitei para ler os últimos posts.... ia tendo uma supresa tão grande que ia caíndo da cadeira! - agora vejamos se pedrão cumpre a promessa ao administrador.
agora o que tenho a dizer:
todos os jardineiros sabem da minha enorme mania de guardar panfletos, prospectos, papéis cujo conteúdo visa a formatação da já fragilizada mente humana... às custas de tal mania iamos tendo um "suicídio de riso colectivo" com a expressão "carola máximo" encontrada num panfleto que arrastei desde Faro. Hoje tenho para todos uma preciosidade chegada a mim via correio... não direi mais nada... por enquanto.
Em portugal qualquer semelhança com a idade moderna é uma ilusão...
(se quiserem ler melhor usem o mozilla ou descarreguem as imagens para o vosso pc... mais não posso fazer...)
josé de arimateia, rindo e chorando... rindo e chorando
p.s: talvez não seja má ideia a virgem(?) processar um certo número de pessoas que se andam a aproveitar da sua santa imagem....
terça-feira, janeiro 09, 2007
...Circo...
Vivendo tutelados sob a égide de um estado (Paizinho) que incentiva a natalidade com apoios directos como subsídios afim travar o envelhecimento biológico, já que o “atavismo mental”, esse afigura-se incurável, presta apoios de diversa índole aos cidadãos, sobretudo aos mais desfavorecidos, excluídos dos bens de consumo e consequentemente, da própria sociedade. Poderíamos também analisar as leis laborais homologadas por esse estado dentro do estado português, ou seja, a assembleia da república (agora com uma bandeirinha própria) e comparar os direitos que os progenitores portugueses gozam face aos direitos gozados por progenitores em países desenvolvidos. – Não faz mal, somos um país de patrões e não de empregados.
Dura lex sed lex à parte, temos a sociedade que se encontra representada por vários partidos dentro de um estado que se declara laico, habitado por gentes supersticiosas que acreditam em sortes e azares, espelhos partidos, gatos pretos, ferraduras invertidas, tarots e cartomantes, bruxos de Fafe, Mayas, Professores Bambos etc e tal. Depois há a folclore religioso. – Eu não sou supersticioso! Não! Acredito num “pai celestial”, barbudo, omnipresente, omnipotente e omnisciente que um dia fará um julgamento final cuja rapidez, imparcialidade e morosidade envergonharão definitivamente o sistema judicial português. – Espero é que ele não se lembre daquela vez que nos anos 90 fui com a minha namorada a Badajoz, pois nesse tempo não havia ainda low cost´s para ir a Londres e voltar por 10 contos… - Foda-se!
Bom, moralismos à parte a palavra que passei todo este tempo a evitar é a palavra aborto. Ninguém na sua perfeita sanidade mental é a favor do aborto, mas pelos vistos muita gente é favorável ao miserabilismo e à sua perpetuação, em nome quê, não consigo compreender. O aborto não é uma questão, é um instrumento, uma opção que deve ser tomada em consciência pelas pessoas envolvidas, cabendo a decisão final como é lógico á mulher. – Que podemos nós fazer, o corpo é dela! Não acho a opção do aborto infame, mas sim a opção de por crianças neste mundo, não as amar e/ou atirá-las para a miséria.
Aquele Abraço
PS: Sr Administrador, voltarei a debitar ainda este ano.
domingo, janeiro 07, 2007
A Festa da Taça
Nunca fui grande entusiasta da Taça de Portugal mas, confesso, sinto-me atraído por qualquer jogo de futebol, seja ele oficial ou amigável. E sempre que a oportunidade se proporciona faço questão de marcar presença num qualquer campo de futebol perto de mim.
Já vi muitos jogos e apenas alguns, poucos, me entediaram. Lembro-me de repente de um Boavista-P.Ferreira, num fim de tarde de domingo cinzento, no qual a única oportunidade flagrante de golo foi um penalti, discutível, que o Silva se encarregou de falhar.
Já vi muitos jogos e recordo alguns com particular carinho. Desde esses daquele Porto inigualável que dominou Europa em 2004 e 2005, até outros que não me diziam muito respeito mas que como sequioso consumidor das artes da bola tenho que referir, como aquele Boavista-Hertha de Berlim, esse badalado Benfica-Gondomar ou até um Raja Casablanca- Al Araby.
Houve, com certeza, muitos mais que me marcaram e muitos irão haver que decerto me marcarão.
Hoje aconteceu mais um desses, e como nem só recordo aqueles que me provocaram especial alegria clubística, não posso deixar passar, sem referenciar, aquilo a que hoje assisti.
A vontade de ir ao estádio não era grande, mas como é sempre uma boa aposta não vacilei, e mais uma vez, como de tantas de outras, fui ver a Festa da Taça - sempre que fui ver a taça nunca fui com grande emoção ou especial interesse - fui porque gosto de ver equipas que regularmente não vejo apresentarem o seu futebol, explanarem o seu verbo de campo, exibirem as suas travessuras, ou até mesmo, aplicarem a sua ronha nos quatro cantos do relvado.
E gosto especialmente de as ver fazerem isso contra o Porto, bicho-papão da competição nacional, equipa que é considerada, unanimemente, uma das mais difíceis do mundo de bater quando joga em casa.
Se ontem à noite me perguntassem se tinha memória de derrotas do Porto em casa nos últimos anos eu seguramente responderia sem soçobrar: Torreense, Beira-Mar, Braga, Nacional, Artmedia e Benfica.
A mediania qualitativa do cartel referido pode ser vista de dois prismas: 1. O Porto só perdeu em casa com equipas de segunda linha 2. As derrotas caseiras do Porto foram sempre inesperadas e insólitas.
Estas derrotas deveram-se, algumas à sorte, algumas à ineficácia do Porto, algumas à incompetência de alguns.
Mas...Hoje foi diferente. Hoje foi daqueles jogos que ficam para contar aos filhos, como já a mim me contaram - " uma vez vi a CUF a ganhar 2-0 nas Antas, jogava o Adolfo na frente, jogava que se fartava, o Porto não teve hipótese" !
Hoje o Atlético deu uma lição de futebol no Dragão, e não há que ter meias palavras, nem tentar esconder o sol com a peneira, nem tentar defender a nossa dama, porque de facto foi isso que aconteceu.
Fala-se em escândalo, em David bateu Golias, em displicência portista, em confiança exagerada, mas aquilo a que eu assisti foi FUTEBOL. Não conhecia esta equipa, do cardápio saltavam alguns nomes conhecidos de escalões secundários, mas nada que assustasse, ou nada em que eu apostasse caso jogassem contra um qualquer rival.
O Atlético pressionou sobre o meio campo 90 min., atacou sempre, sempre com pés e cabeça, e defendeu como os grandes da Europa.
O Porto jogou normal (já vi muito piores exibições...), o mérito foi todo do Atlético que fez aquilo que ainda esta época ninguém no mundo tinha feita, e que nas épocas anteriores foram quase residuais os que o conseguiram.
Os meus parabéns a todos aqueles que, apenas por hoje, foram fervorosos adeptos do Atlético, porque de facto a vossa equipa fez um jogo do qual me recordarei para sempre, guardarei com carinho nas minhas memórias futebolísticas e com certeza contarei ao meu filho um dia mais tarde.
Foi um dia infeliz na história do Porto que felizmente se junta a poucos outros dias menos felizes. E felizmente também que nesse "ranking de dias infelizes" a nossa classificação não é muito famosa, diria mesmo que estamos muito mal classificados, quer a nível nacional quer mesmo a nível internacional. E eu fico e sou feliz por isso.
Nunca fui de festejar taças, nem Supertaças portuguesas, mas gosto das dobradinhas...e este ano já não há hipótese de dobradinha...e isso deixa-me um pouco triste.
Mas no fundo estou contente, estou contente porque hoje constatei mais uma vez que o futebol é, e será sempre, um jogo de incógnitas, e que por muito que tentem dizer que hoje é o dinheiro quem manda no futebol, eu não me acredito. Não acredito hoje, nem acreditava quando sonhámos o Porto Campeão Europeu...quando me chamavam maluco...e me atiravam à cara com orçamentos do Real Madrid, Milan, Inter ou M.United...enfim...!
O futebol é sempre 0-0, onze para cada lado, uma bola, duas balizas, um relvado, 90 min...e eu adoro-o por ser assim...
Citando Zé Nando, esse crack do S. Pedro da Cova (disponível no Youtube):
-" Somos onze contra onze, homens contra homens, no fundo somos todos seres humanos..."
Esperando pelos Blues...
sábado, janeiro 06, 2007
quarta-feira, janeiro 03, 2007
Portugal em Copacabana
Oi galera...
Tudo bom?...
Passou mais um ano para uns...Outros passaram mais um ano...Alguns até por lá ficaram.
E não terão sido assim tão poucos, o pesar que tenho por tantos esbate-se no meu regozijar por dois ou três. Mas como ainda vou ouvindo..."morrem tantos burros aos ciganos..."!
Os ciganos já não primordiam o burro como seu transporte fundamental...os tempos mudaram, os burros pastam livremente, e vem aí a prima vera repleta de forragens fresquinhas....
O passado 2006 foi fantástico, adorei, amei...Também gostei muito dos anteriores e garant0 que desde os idos de 1982 todos os anos foram, para mim, excelentes.
Uma vez perguntaram-me de que é que eu gostava mesmo.
Por simpatia respondi queijo, mas aquilo de que realmente gosto são anos.
Não há ano do qual tenha gostado mais como do ultimo, mas dos outros também não gostei menos.
Apesar de, como depreenderão, o meu universo de gostos compor-se de inúmeras galáxias, passei hoje por aqui com o simples propósito de abordar os anos.
Em particular os anos que vêm aí.
Após várias noites de sono, repletas de sonhos, fui compilando várias ideias que, aparentemente dispersas, hoje em seu conjunto formam um todo do qual eu me sinto no dever de fazer voz.
A década de 90 presenteou-nos com diversos maravilhosos produtos sul-americanos, sobretudo brasileiros. A preponderância do produto brasileiro é justificada pelas afinidades colónio-linguísticas que sempre nos abraçaram, mas outros produtores latino-americanos fizeram questão de também nos enviarem excelentes exemplares para prova.
A clássica telenovela brasileira, a Igreja Universal, o Guaraná, o biquini cavadão, as expressão idio-aromáticas, o caju, a manga, o Padre Frederico, os dentistas, o Edson Athayde, as prostitutas, e muitas outras modas das quais por certo se lembrarão.
Com a viragem do século, verificou-se uma marcada mudança nas relações internacionais entre Portugal e o Brasil, e demais América do Sul.
A constatação da qualidade superior dos produtos importados na última década do anterior milénio, fez com que diversas mentes lusitanas a brilhar desenvolvessem estratégias para que Portugal produzisse os seus próprios produtos sul-americanos.
Os exemplos sucedem-se, são por demais evidentes e não adianta negar que neste momento somos seguramente concorrentes directos com a américa latina no que respeita à produção de produtos sul-americanos.
É bom, é barato, é simples e já ta feito, basta apenas apaneleirar.
Em jeito de síntese,e só para algumas rápidas elações, reparem:
- A telenovela brasileira está quase em vias de extinção, a telenovela portuguesa prospera.
- Portugal já não importa actores brasileiros, o Brasil importa actores portugueses.
- A Igreja Universal perdeu mediatismo. Foram criadas dezenas de igrejas universais por gentes nacionais
- O Guaraná não pegou. A Super Bock lançou sabores, a Sagres trazia uma Ivete
- O biquini arrastou todo o resto...Agora é a festa do descasque...O país está de tanga!!!!
- Já não se ouvem expressões abrasileiradas....agora é bués, numa boa, tass bem, amo-te...
- O caju é excelente, já a manga parece-me um pouko viscosa
- O padre Frederico pirou-se, apareceu o Sr.Cruz e toda uma Lisboa putrefeita
- Os dentistas faziam falta
- O Edson Athayde fez escola....Agora é só malta em mises-en-céne
- O Rock in Rio deixou a cidade maravilhosa e aterrou em Lisboa
- As prostitutas sentem-se em casa, até trouxeram amigas e amigos, e mistos...
Bem como já perceberam podíamos continuar por aí fora....mas isso deixo ao aventureiro que há em cada um de vós...
O que fica é a sul-americanização a que fomo entregues.
É irreversível e já domina mais de metade da alma e do dia-a-dia em que vivemos.
Osmose concertada ou acaso do caralho...
Pode ser que esta semana vos encontre aqui por Copacabana.
À espera de uma merecida água de coco...
Matthews escolhe Portugal.
Dave Matthews Band (DMB) está em Portugal no próximo dia 25 de Maio. O concerto está confirmado há já alguns dias mas não gostaria de deixar o jardim de fora da notícia que espantou quase todos.
A verdade é que a banda tocou raríssimas vezes na Europa. Se pensarmos que este será um dos quatro concertos que Dave Matthews apresentará aos europeus (Portugal, Irlanda, Bélgica e Inglaterra), concluimos que se trata de uma oportunidade única para ver a banda ao vivo. O concerto é no pavilhão atlântico, e acredito que esgotaria várias vezes se mais datas houvesse, com todos aqueles que estão dispostos a viajar para Portugal só para assistir ao espectáculo.
Como apontamento, sublinho que o concerto é produzido por Alvaro Covões, ex-membro da Música no Coração, empresa produtora de eventos como o Sudoeste ou o SBSR. Ninguém arrisca dizer como ficará esta empresa depois de ter "perdido" o seu "homem de terreno".
Reportando,
Babince
terça-feira, janeiro 02, 2007
É Como Na França
Nunca fui grande apreciador de musica feita por franceses, talvez por trauma de infância já que nessa fase fui obrigado a ouvir Joe Dassin em vinil e Frederic François em cassete estéreo. Mas existem sempre excepções á norma, e gosto particularmente da musica feita por Jean-Benoit Dunckel e Nicolas Godin, dois franceses todos cegos que constituem a banda AIR. O som que fazem é algo estranho como electro-narcótico-nebuloso-melancólico... não sei bem como classificar, só é pena o inglês do vocalista ter um sotaque estranho, faz lembrar ligeiramente o gendarme do Allô-Allô, mas ainda assim é grande som.
Recomendo o álbum Talkie Walkie, que entre outras musicas contém Surfin On A Rocket e Another Day, uma musica fenomenal, e da qual deixo aqui a letra:
" Say goodbye, sunshine, daylight, because it´s just another day, you will loose it anyway
Kiss the time that goes away, because it´s just another day, you will loose it anyway
You, you´re lost, in space, in time... because it´s just another day, you will loose it anyway. "
Podem ver o vídeo desta musica no youtube, escrevam AIR ANOTHER DAY.
Abraço!