Portugal em Copacabana
Oi galera...
Tudo bom?...
Passou mais um ano para uns...Outros passaram mais um ano...Alguns até por lá ficaram.
E não terão sido assim tão poucos, o pesar que tenho por tantos esbate-se no meu regozijar por dois ou três. Mas como ainda vou ouvindo..."morrem tantos burros aos ciganos..."!
Os ciganos já não primordiam o burro como seu transporte fundamental...os tempos mudaram, os burros pastam livremente, e vem aí a prima vera repleta de forragens fresquinhas....
O passado 2006 foi fantástico, adorei, amei...Também gostei muito dos anteriores e garant0 que desde os idos de 1982 todos os anos foram, para mim, excelentes.
Uma vez perguntaram-me de que é que eu gostava mesmo.
Por simpatia respondi queijo, mas aquilo de que realmente gosto são anos.
Não há ano do qual tenha gostado mais como do ultimo, mas dos outros também não gostei menos.
Apesar de, como depreenderão, o meu universo de gostos compor-se de inúmeras galáxias, passei hoje por aqui com o simples propósito de abordar os anos.
Em particular os anos que vêm aí.
Após várias noites de sono, repletas de sonhos, fui compilando várias ideias que, aparentemente dispersas, hoje em seu conjunto formam um todo do qual eu me sinto no dever de fazer voz.
A década de 90 presenteou-nos com diversos maravilhosos produtos sul-americanos, sobretudo brasileiros. A preponderância do produto brasileiro é justificada pelas afinidades colónio-linguísticas que sempre nos abraçaram, mas outros produtores latino-americanos fizeram questão de também nos enviarem excelentes exemplares para prova.
A clássica telenovela brasileira, a Igreja Universal, o Guaraná, o biquini cavadão, as expressão idio-aromáticas, o caju, a manga, o Padre Frederico, os dentistas, o Edson Athayde, as prostitutas, e muitas outras modas das quais por certo se lembrarão.
Com a viragem do século, verificou-se uma marcada mudança nas relações internacionais entre Portugal e o Brasil, e demais América do Sul.
A constatação da qualidade superior dos produtos importados na última década do anterior milénio, fez com que diversas mentes lusitanas a brilhar desenvolvessem estratégias para que Portugal produzisse os seus próprios produtos sul-americanos.
Os exemplos sucedem-se, são por demais evidentes e não adianta negar que neste momento somos seguramente concorrentes directos com a américa latina no que respeita à produção de produtos sul-americanos.
É bom, é barato, é simples e já ta feito, basta apenas apaneleirar.
Em jeito de síntese,e só para algumas rápidas elações, reparem:
- A telenovela brasileira está quase em vias de extinção, a telenovela portuguesa prospera.
- Portugal já não importa actores brasileiros, o Brasil importa actores portugueses.
- A Igreja Universal perdeu mediatismo. Foram criadas dezenas de igrejas universais por gentes nacionais
- O Guaraná não pegou. A Super Bock lançou sabores, a Sagres trazia uma Ivete
- O biquini arrastou todo o resto...Agora é a festa do descasque...O país está de tanga!!!!
- Já não se ouvem expressões abrasileiradas....agora é bués, numa boa, tass bem, amo-te...
- O caju é excelente, já a manga parece-me um pouko viscosa
- O padre Frederico pirou-se, apareceu o Sr.Cruz e toda uma Lisboa putrefeita
- Os dentistas faziam falta
- O Edson Athayde fez escola....Agora é só malta em mises-en-céne
- O Rock in Rio deixou a cidade maravilhosa e aterrou em Lisboa
- As prostitutas sentem-se em casa, até trouxeram amigas e amigos, e mistos...
Bem como já perceberam podíamos continuar por aí fora....mas isso deixo ao aventureiro que há em cada um de vós...
O que fica é a sul-americanização a que fomo entregues.
É irreversível e já domina mais de metade da alma e do dia-a-dia em que vivemos.
Osmose concertada ou acaso do caralho...
Pode ser que esta semana vos encontre aqui por Copacabana.
À espera de uma merecida água de coco...
2 Comentários:
Soberbo! - "(...) não adianta negar que neste momento somos seguramente concorrentes directos com a américa latina no que respeita à produção de produtos sul-americanos."
3/1/07 02:47
só falta tomar um chopinho a sombra das palmeiras, meu chapa.
12/1/07 02:18
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