quinta-feira, janeiro 25, 2007

...Com a Verdade Me Esganas...

O impacto causado com a revelação que vos fiz não está muito longe do impacto que senti quando colocado na mesma situação há duas semanas atrás.
A brusca constatação de que, apesar dos frequentes afagos revolucionários, afinal o gajo era, para muita gente o grande dono da razão, configura-se num primeiro momento como uma bomba atómica detonada no espírito racional daqueles que, como eu, cresceram no país pós-abril.
Mas, num segundo momento, aquela que foi bombástica novidade, que encarnou o absurdo explanando-se por conjecturas ficcionais, começa, perigosamente, a fazer a algum sentido.
Parece-me que devo contextualizar.
Já todos tínhamos percebido que nos últimos anos havia uma exacerbada loucura por tudo o que era recorde elegível para o Guiness, e que os portugueses estavam na "linha da frente", tornando-se a par dos tigres asiáticos, nos mais ferozes competidores no que a recordes estúpidos dizia respeito.
Ora, como qualquer moda portuguesa, isto mais não foi do que uma transposição das tendências centro-europeias esgotadas e que no momento precisavam de um espaço suficientemente estupidificado para dar continuação a esse potente mercado dos concursos massificados, tendo como expoente máximo o consagrado "Guiness Book of Records".
Como no caso dos ciganos romenos que se fixam em Portugal porque para ocidente resta apenas o Atlântico e provavelmente eles não são grandes nadadores, também os recordes se esgotaram nessa enorme fronteira marítima que nos caracteriza.
Uma vez esgotado o formato havia a necessidade de reformular o género, e provavelmente uma das variação propostas foi, à semelhança do que acontecia por essa Europa fora, a realização de um concurso com um grau de seriedade elevado, que garantisse uma participação universal de todos os habitantes que têm um normal acesso à informação.
Passando às características do concurso, ele propõe a eleição durante três fases eliminatórias da maior figura nacional de sempre, através da votação por chamada de valor acrescentado naquela que cada um considera como sendo a pessoa mais importante de todos os tempos para o país.
Até aqui tudo bem...
O problema acontece quando após duas eliminatórias surge entre os dez possíveis candidatos a Grande Português, aquele que aparentemente a maioria das pessoas considerava como o maior inimigo da pátria de todos os tempos.
E, sendo o concurso auditado pela PricewaterhouseCoopers, qualquer tentativa de abafar esta realidade fica fora de hipótese, e ainda bem, ou então cairíamos em práticas identificadas com essa mesma pessoa.
O caso ganha contornos fantásticos quando para além dessa pessoa fazer parte dos dez elegíveis, é apresentada uma classificação dos restantes 90, dos 100 que passaram à segunda eliminatória.
Só para nos situarmos...em 11º ficou Salgueiro Maia, em 12º Mário Soares, em 14º Amália, em 15º Eusébio, e por aí fora.
Analisando os resultados, e sabendo que de entre os dez elegíveis as figuras mais recentes são o gajo e o Álvaro Cunhal, não hesito em afirmar que seguramente o gajo foi de todos o mais votado. E que seguramente o gajo vai ser eleito como o Maior Português de Sempre.
Não me causaria grande surpresa...porque vendo as coisas por outro lado, e sabendo que a história é também um conjunto de estórias, provavelmente não nos contaram a estória toda...
Mas não queria para já especular...
NA CERTEZA PORÉM, FICO DESDE JÁ À ESPERA DO RESULTADO FINAL, E ATÉ ERA BOM QUE FOSSE O PREVISTO...PODIA SER QUE ASSIM, E DE UMA VEZ POR TODAS, ALGUÉM CONTASSE A ESTÓRIA TODA....
PORQUE...MEUS MENINOS....ALGUÉM VAI TER DE EXPLICAR ISTO!!!!!!!!!!!!!!!!!
Beijinho

2 Comentários:

Blogger Unknown Disse as coisas que se seguem:

a explicação é algo simples: ao contrário do que muita gente da época dizia, deveriam mesmo ter fechado uma data de "reaccionários" no Campo Pequeno e metralhá-los!
ou isso ou ter efectivamente feito uma ervolução, não uma regeneração..................... ou terá sido uma... reciclagem?

26/1/07 16:48

 
Blogger Mazi Disse as coisas que se seguem:

Colhe-se o que se Semeia. Ou por outras palavras acabamos por ter o que merecemos... É o que um país acaba por ter, por ser um miúdo a correr atrás d'um balão que sobe cada vez mais alto, mais alto... Irremediavelmente mais alto.

28/1/07 02:28

 

Enviar um comentário

<< Regressar ao Centro do Jardim