Amor de Pai
"... e agora já sabes que não voltarei. Tu és general, querido pai. Não há sentimentalismo fingido entre nós. Mas é-me difícil admitir que possas oferecer o teu filho em holocausto à "verdade", para empregar a tua palavra favorita. Tens poder para tirar-me daqui e evitar-em uma morte inútil. Não o fizeste. Não falemos mais disso. Contento-me em recordar-te estas palavras da última carta: "A tarefa de um soldado, em tempo de guerra, é pesada. Deves permanecer fiel à tua bandeira e vencer com ela." E eu respondo-te: Não há vitória, meu general! Há apenas homens que caem chamando pela sua mãe. Tranquiliza-te, saberei terminar convenientemente, ainda que pense que, aos 23 anos, é um pouco cedo. Beijos à mamã. Cuida dela, pensa na sua doença de coração. Adeus... meu general!"
Extracto de uma carta...
Escrita por alguém...
Algures em 1944...
Por detrás de uns escombros quaisquer...
Há formas muito amargas de morrer...
Esta é capaz de ser das mais revoltantes...
1 Comentários:
Texto muito bem escolhido.
Guerra. Guerra. Guerra.
Nenhum de nós está alheio, há que saber escapar, e escolher as que verdadeiramente vale a pena lutar.
19/6/06 21:05
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