A festa acabou... pelo menos para mim
Boas!
Chamem-lhe o que quiserem: insanidade temporária, ingenuidade característica, inocência terrível... façam o que quiserem, até porque nunca me importei muito com isso ou com o que poderiam dizer acerca das minhas acções.
Fiz 27 anos e estou a uma cadeira de terminar o curso - Setembro espera-me... a roleta do estágio deu 17. Estou doente com uma das minhas tosses e começo a ver cada vez mais claramente a ordem das coisas - ossos do ofício.
Passei as últimas horas a compilar todos os posts que fiz para este blog, a ler outros cuidadosamente e a pensar no que deu origem a tudo isto (para os mais curiosos o documento ficou com 144 páginas).
Este jardim começou em 2006, quando a vida começou a apanhar os jardineiros e a atira-los contra os escolhos do mundo. Era uma tentativa de manter vivo o jardim e tudo o que lá aconteceu: a academia pessoal que criamos para nós; o conjunto de conhecimentos e vivências partilhadas; as horas trocadas e tocadas ao sol, à chuva, em horas melhores e piores, na marquise ou no canto do bar onde alguns levaram o saco do Gerente Comercial por se terem atrevido a questionar activamente o status quo através de um terrorismo da ganza.
Eramos optimistas... alguns apenas menos cínicos e todos pensavamos que as coisas duram para sempre... que as memórias e as suas alegrias seriam um combustível perene que manteria o mundo que nos tinha feito inteligentes e sorridentes durante 6 anos.
Não sei quantos ou até se alguém se deu ao trabalho de ler os posts desde o início até agora; se alguém se deu ao trabalho de tentar compreender para onde foi todo o optimismo (risquem isto e escrevam terrorismo com ou sem ganza - afinal de contas, isto nunca foi o ponto central da cena), para onde foram os jardineiros, as pessoas que se conheceram e que agora vomitam o seu ódio online, as suas frustrações online ou que pura e simplesmente desapareceram nas sombras desta noite.
Parece que nos tornamos todos senhores da nossa própria razão... e que isso nos tornou incapazes de comunicar com os outros. Não tenho nada a dizer neste jardim que se tornou palco não sei de quê... são poucas as pessoas que ainda aqui escrevem e que eu reconheço no que dizem.
Por isso, aos meus amigos de sempre, às pessoas com quem ainda ando lado a lado e aqueles com quem já não caminho, digo que a festa acabou... pelo menos para mim. Este é o último post, a última vez que rego este jardim onde as plantas crescem e morrem.
Por isso deixo aqui uma imagem feita de várias:
E agora só me resta...
José quase. Ferreira, escrevendo de uma arimateia escondida ou perdida nas memórias
1 Comentários:
que bela imagem grande zé
saudades
ate breve
abraços
y tira pa'lante!!
22/7/09 22:20
Enviar um comentário
<< Regressar ao Centro do Jardim