sexta-feira, junho 26, 2009

Michael Jackson: o ídolo dos fãs e da indústria.

Não me sinto muito confortável com rótulos do tipo "rei", "senhor de", "maior em", contudo parece-me ter morrido uma das mais importantes figuras da música do Séc.XX.

É impossível não lembrar o fenómeno "Thriller" que rendeu 1 ano e meio de singles, vendeu mais do que qualquer outro disco e tocará para "sempre". Com este fenómeno aprendemos também para que estaria talhada a indústria musical. E Michael Jackson: o músico, compositor, produtor e entertainer foi também para a indústria um pioneiro.

Gerador e fomentador de fortunas de origem musical. A sua fortuna e a de todos os que o rodearam: managers, produtores, compositores e arranjadores, editores, publishers, agentes, distribuidores de discos e de merchandising, proprietários de estádios, arenas e salas de concertos, desenhadores de cartazes, impressores de cartazes, vendedores de bilhetes, etc, etc, etc. Talvez mais do que qualquer um que o antecedeu, sobretudo porque se vale de uma ferramenta que o serviu: a comunicação de massas.

A indústria terá percebido com Michael Jackson, a enorme vantagem e a rentabilidade que pode gerar uma figura, um personagem, só. Ao contrário de 4 ou 5 músicos com personalidades diferentes, expectativas diferentes e objectivos pessoais diferentes, como tantos outros que aborreceram a indústria nos anos 1960's e 70's, e por aí adiante. Mick Jagger e Keith Richard presos a irmãos Gallagher em sucessivos episódios.

Ainda que tenha existido outras carreiras a solo bem sucedidas antes de Jackson, nenhuma delas, acredito eu, terá assumido os mesmos contornos. Assim, Michael Jackson abria portas para dezenas de artistas Pop em nome pessoal, muitos deles, como Jackson, extraídos de projectos musicais colectivos, o que fundamenta ainda mais a ideia de que sozinhos são mais "controláveis", e portanto, mais rentáveis. Diria que Robbie Williams é um exemplo acabo disso, depois da vida tumultuosa que antecede a sua carreira a solo. Todos pensarão nos incorrigíveis como será exemplo a Amy Winehouse ou o Pete Doherty, que ainda assim pertence aos Babyshambles. A indústria de hoje também se alimenta destes personagens.

Por fim, uma abordagem à loucura mediática em que se tornou esta notícia: o The Times diz que o LA Times diz que... e o LA Times diz que o The Times diz... a Reuteurs diz que um site diz... e um site diz que a CBS diz... a CBS diz que um site diz o que o The Times diz... a SIC diz que a Sky News diz que a CBS diz o que o site diz ao LA Times, que por sua vez diz ao The Times. Bom, o que estes "canibais" gostariam é que morresse um Michael Jackson por dia. Isso é que era bom. Isso é que era matéria-prima da boa. Quando não há quem citar: CITAM-SE UNS AOS OUTROS. Até dá náuseas.

Termino sublinhando a memória de Michael Jackson e acima de tudo o seu contributo para a música: da pop ao funk, do r'n'b à soul, do rap ao etc. Muito grande!

I'm Bad,
Babince

3 Comentários:

Blogger Unknown Disse as coisas que se seguem:

interessante o texto, mas uma falha: citam-se uns aos outros porque ninguém tem confirmação... ainda não ha comentários...

26/6/09 02:55

 
Blogger Babince Disse as coisas que se seguem:

Compreendo. Mas o diz que morreu e o diz que disse, não pode ser próprio da comunicação séria. Citar um site de celebridades, uhmmmm. A verdade é que as fontes já não interessam. Aliás, sobre isto até se poderia fazer um post acerca do novo label para notícias da CNN, à conta dos recentes acontecimentos no Irão. Como não há muito por onde ir buscar informação, agora cita-se o Hi5 do Manel lá de Teerão e o Facebook da Joana, etc, etc, etc e assinala-se "Unverified Material". Bem, em Portugal já se encomendam cartas anónimas. Em suma: só preciso que alguém apite para dizer o que faz falta e sacode-se a chamada "água do capote".

Quanto ao Michael Jackson, não há, há que esperar para desenvolver. Vem logo o documentário e o enterro do senhor. Bom, ao menos serviu para parar a telenovela. Estou a ver a Dona Isaura, algures, a perguntar: quem é este? :-)

Abraços

26/6/09 03:05

 
Blogger Unknown Disse as coisas que se seguem:

pá, diz que desde que se descobriu que sem fontes os jornalistas pouco podem fazer que isto se tornou uma festa... eu pessoalmente culpo os acessores! :P

não defendendo a indústria dos media, que nos últimos anos desenvestiu imenso nos enviados especiais, é preciso "saber" o que se passa - e aí as redes sociais tornam-se a rede que impede a queda.

sobre a net: pelo que percebi e pelas pesquisas que fiz a primeira "entidade" a avançar com a notícia foi um site americano dedicado aos VIP's que avançou primeiro com a notícia.

quanto à net e às redes sociais podemos falar de credibilidade e fiabilidade, e serei o primeiro a dizer "nenhuma", mas há o espaço a encher. sendo que os media são empresas, nenhum quer prejudicar a sua imagem projectada: por isso o "diz que tal que coiso e fomos ali à net verificar isso" - a fasquia da qualidade do tratamento baixa, bem como a dos temas tratados.

quanto ao miguel jackson, para além de milhões de fãs inconsoláveis deixa 500 milhões de dólares em dívida (rodapé da TVI) e uma fama, e quem sabe proveito, de gostar demais de crianças. vejamos se no documentário se falará disso.

mas isto são conversas mais agradáveis para se ter sobre uma cerveja... :D

aquele abraço

26/6/09 15:29

 

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