Só um tolo pode profanar um mistério.

«As nossas maiores bençôes, diz Sócrates no Fédon, vem até nós na forma da loucura -provida ele acrescenta, que a loucura vem do deus. A nossa verdadeira escolha é entre loucura sagrada e profana: abre os olhos e verás que a loucura já está entre nós.
Freud é a medida da loucura profana, como Nietzsche é o profeta da Loucura sagrada, a verdade louca. Dionisio regressou á sua Tebas natal; a mente no seu fim é como Penteu no cimo da árvore. Resistir á Loucura pode ser a forma mais louca de ser louco. E há uma saída - a natureza abençoada das ménades e dos bacantes: « Abençoado é aquele que tem a fortuna de conhecer os mistérios dos deuses, que santifica a sua vida e inicia a sua alma , um bacante nas montanhas , em purificações sagradas.» È possivel ser louco e não ser abençoado, mas não é possivel ter a benção sem a loucura; não é possível obter as iluminações sem o distúrbio da ordem.

Distúrbio é desordem. A fé dionisaca é aquela ordem que conhecemos ser danificadora e para danificados. O que é passado é prólogo; para que atiremos fora as nossas muletas e descubramos o poder sobrenatural de andar, que a história humana vai do homem ao superhomem, não superhomem Eu ; Eu venho até vocês não como alguém que tem poderes sobrenaturais, mas como alguém que os procura e tem alguma noção aonde os encontrar.»

Norman O. Brown «Apocalypse : The Place of Mystery in the Life of the Mind.»