quarta-feira, outubro 03, 2007

EXCLUSIVO: Madeleine McCann.

Ainda não houve, até este momento, grandes razões para que se abordasse o tema Madeleine McCann n’Os Gajos do Jardim. Não houve nada de surpreendente em tudo quanto se viu, leu e ouviu. Trata-se de um espectáculo social com honras de tudo quanto é autoridade ou instituição.

O que motiva esta incursão ao tema é a demissão do coordenador da PJ de Portimão, por alegadas acusações à actuação da polícia inglesa face o processo de investigação. Gonçalo Amaral afirmava, em suma, que os investigadores ingleses apenas procuram o que lhes convém – a eles e aos pais da criança. Foi abatido.

Não precisamos sublinhar o que está subentendido em largas dezenas de posts que jazem neste jardim. Por estas bandas abunda o cidadão de toda a parte e ninguém toma partido em função de bandeiras. De qualquer modo, habitamos neste espaço cuja responsabilidade jurisdicional é entregue às instituições que conhecemos e tudo quanto é feito-desfeito-refeito afecta-nos a todos. Isto para dizer que, comparando as acções de cá com os actos de lá, os daqui estão francamente enganados. Quantos demitiram em Inglaterra por tudo o que se disse e fez em razão dos procedimentos da PJ? Não conheço caso algum. Talvez ainda possa falar-se com "alguma liberdade" nalgum lado. E bem. Se demitiram, não são exemplo e estas reprovações servem-lhes também.

Nesta novela, ainda o portugalzinho não tinha dado às caras de modo tão agressivo. Do mesmo modo como a adolescente não pode sair até depois da meia-noite por causa do que pensam os vizinhos, o coordenador da PJ é demitido para que não se pense, por lá, que aqui governam os “bananas”. Enganados estão. Colocaram o menino de castigo por ter deixado o pai ficar mal em frente aos convidados! Coitados. Gonçalo Amaral disse o que devia ser dito. Não porque está certo ou errado, mas porque é assim que pensa e vive o caso. Como o lápis azul está cada vez mais afiado, houve rabisco.


Para matéria jornalística está excelente. Imagino a quantidade de jornalistas que neste momento salivam. A história podia começar aqui, apesar de estas coisas já não serem novidade são sempre notícia, ora porque estamos socialmente mais pobres a cada aniquilação como esta e pelas razões que se demonstram. Até ao momento, observámos um caso de pequenos sucedidos, agigantados por pessoas bem orientadas e optimizadas com as ferramentas necessárias para um bom diálogo com as redacções de hoje. Bons fornecedores. Desapareceu uma criança - uma entre muitas. Algumas mais desaparecidas do que outras. Maus acessores de imprensa?

Não se estique esta demissão e amanhã continuarei a pensar o mesmo acerca do seu carácter noticioso. Mas não acredito: há que fazer render o assunto. E por antecipação retiro tudo o que disse.

Um pouco de saudade de notícias verdadeiras. Cansado deste jornalismo circense em que todos falam do mesmo mas ostentam o EXLUSIVO. A sociedade está já imbuída do espírito. Até este post, com este título deve vender jornais e fazer com que milhares repitam isto que se segue: fodasssss!

Apanhem o que for possível,
Babince

1 Comentários:

Blogger Unknown Disse as coisas que se seguem:

jornalismo de manada...

3/10/07 16:33

 

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