a metafísica do caldo verde
boas
a história de embalar de hoje é:
três polacas pedem um caldo verde... não, não é o começo de uma anedota: estamos num jantar festa... mal sabem elas que a sua cara de felicidade multicultural vai desaparecer com a visão de uma malga cheia de uma caldo com pedaços: rico de couve, encorpado de batata, pleno de chouriço... uma riqueza nacional que tem vindo a alimentar gerações infindáveis de portugueses, sejam eles o que forem.
bom, agora cabe a vocês imaginar a substituição do sorriso rasgado pela boca franzida da suspeita, o furor da inspecção nasal sobre os vapores, o "espetar - com - a - colher - para - ver - se - está - vivo" - mas não estava e a fome imperou sobre a análise científica.
ainda assim, depois das primeiras colheradas, não estava ainda convencida: pareceu-me até que o que ajudava à prova era o vinho tinto que elas emborcavam abundantemente, do ponto de vista polaco, claro. ainda assim demonstravam uma coragem e um altruísmo palatal digno de nota. eu não comi daquela mistela: o meu palato civilizado não aceita tais ofensas ao bom gosto - e além do mais, a couve faz-me vomitar.
moral da história e a metafísica do caldo verde:
há quem tenha coragem de comer o caldo e há pessoas a quem o caldo faz vomitar e há até pessoas que nunca comeram caldo... por isso embrutece-te e deixa o caldo fluir através de ti...
(a piada: paula bobone a escrever um livro de boas-maneiras dedicado única e exclusivamente ao degustar ultra-civilizadamente o caldo...)
josé de arimateia, todo em parabolas sem sentido
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