The triumph of the swill!

Boas!

Ando um pouco desligado do jardim. Se querem que seja completamente sincero nem sequer devia estar a escrever isto... mas como a palavra sempre foi algo que não se devia fazer.... prossigo.

É assim: enquanto trabalho e perco horas infindáveis à frente do computador - a minha magnífica câmara escura - vou fazendo um zapping em momentos de pausa... segundos apenas.

Não tenho nada para fumar, para distrair o cérebro dos processos rotineiros em que este se afunda, portanto iniciei esta terapia de substituição. Também, o ruído que a caixa mágica expele ajuda a manter-me aqui, com a consiência de que não sou o único perdido a olhar para a tv...

Por vezes, e isto peço que não contem a ninguém, mergulho no youtube... o bom vídeo musical - e quando digo musical não é o musical de hoje, mas o de ontem. Explico: MTV, MCM, a VH1 nem tanto por que me faz rir... o que é isto? Para que servem?

Vejo raparigas lindas, com roupas pequenas e manhosas a contorcerem-se para a câmara... reparem que isso não é mau e sou eu a última pessoa a queixar-se disso: os pré-adolescentes DELIRAM com tudo isto e eu já passei por lá e sei como isto é importante.

Mas os canais musicais... onde está a música?

Apenas ouço batidas antigas e cansadas; versões de musicas dos anos '80 e penso: AI! tenho de voltar a fugir a esta segunda infância musical!!!
Pensava que a cocainomana Whitney se tinha perdido algures nos finais de '90... mas não! Alguém fez uma versão pseudo-cenas de um dos seus hits... Temos mans que lançam cd's que são constituidos por clássicos da bossa-nova com outra pista em que um man diz coisas e lhe da um "arzinho" de modernidade e diferença... Nada de novo! nada de diferente!

Num desses vídeos do youtube vi um comentário a um vídeo de The Doors- L.A. Woman - em que alguém dizia que hoje em dia Jim Morrison nunca seria considerado um sex symbol... não querendo lançar nenhuma polémica nesse sentido, uma vez que acho que o papel dele vai muito para além do sexual... mas esse comentário fez-me pensar: os homens da indústria musical são uma cambada de rabetas sem espinha para defender qualquer ideal, excepto o das vendas. E isso pode observar-se facilmente nas mensagens(?) que podemos ver explicitamente na TV.

The triumph of the swill!

Se o público não sabe não vai querer melhor. Vai confiar naquilo que a televisão diz. E vai comprar: sem procurar, sem fazer perguntas... conduzidos como crianças pela mão de quem sabe!

A tragédia de tudo isto é que pessoas como os Doors, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Beethoven, Dead Kennedys, Frank Zappa, Jorge Palma, Pennywise, NOFX, Sex Pistols, Faith no More... para citar só alguns dos meus preferidos... são conhecidos não pelo seu papel inovador, mas sim pelas suas estranhezas, idiossincrasias.... compreendem? :)


josé de arimateia, zapping intensivo